segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cold Mountain- O Regresso do Soldado de Charles Frazier


Ambientado no período da Guerra Civil Americana, O Regresso do Soldado (Cold Mountain) conta-nos a odisseia de Inman (inspirada na história autêntica de um antepassado do autor), um soldado sulista ferido na batalha de Petersburg, que decide desertar e regressar à Carolina do Norte para aí reencontrar a mulher que ama, Ada, persuadido de que ela o espera. Esta certeza permite-lhe atravessar as paisagens devastadas dos Estados confederados e escapar às perseguições das milícias encarregadas de capturar desertores. Por seu lado, Ada, sozinha após a morte do pai, sobrevive como fazendeira em Cold Mountain, uma pequena aldeia da montanha. Ambos afrontam, antes de se reencontrarem, as transformações de um mundo onde lhes cabe agora viver.

Charles Frazier assina uma magnífica história de amor e um soberbo fresco romanesco em que se exprime um impressionante sentido do detalhe. Foram-lhe precisos cinco anos de pesquisas antes de começar a escrever. Mas o incrível sucesso que o romance obteve nos EUA compensaram-no sobejamente.

A MINHA OPINIÃO:

Um livro sublime... que se tornou num dos meus favoritos de sempre. Charles Frazier esmerou-se e criou uma obra que não esquecerei tão cedo. Uma história de amor trespassada pela Guerra Civil Americana atormentada pela fome, pela miséria e pela alma negra dos homens. Mas reduzir este livro a uma história de amor é ser simplista e incorrecto.
Inman, um soldado ferido, atravessa os EUA para regressar a casa, à Ada. Ada, uma mulher que se vê a braços com a miséria e a fome. É socorrida pela pragmática e extrovertida Ruby. Duas mulheres que vão lutar pela sobrevivência num país estilhaçado pela guerra.
A viagem de Inman é atribulada. Perseguido por ser um desertor, faminto e doente é impelido a continuar por um sentimento. Um sentimento mais forte que tudo.O seu amor por Ada. Acompanhei esta jornada épica de Inman e fiquei pasmada com a destruição da guerra. Corrói tudo. Os campos, as cidades e a alma do ser humano...
É um livro difícil de ler. Não é um livro feliz. É trágico, duro, possante e exigente. É daqueles que custa a ler porém, a sua leitura transforma o leitor.
7/7-OBRA-PRIMA
TRAILER DO FILME:

Realizado pelo excelente Anthony Minghella e protagonizado por Jude Law, Nicole Kidman e Renée Zellweger que foi galardoada com o Óscar de Melhor Actriz Secundária.

PS: Podem ver outra opinião sobre este livro no Páginas Desfolhadas.

domingo, 17 de janeiro de 2010

O Sonho mais Doce de Doris Lessing



Em Hampstead, ao amanhecer dos anos 60, há uma casa que é a mais hospitaleira de todas do Norte de Londres. Nela vivem Julia, a austera dona da casa, e a sua ex-nora Frances, que tem de cuidar sozinha dos seus dois filhos adolescentes e de uma horda de amigos e conhecidos que eles trazem consigo. Ocasionalmente também aparece Johnny, filho de Julia e ex-marido de Frances, que um dia lhe deixa a cargo Sylvia, a filha problemática da sua nova mulher. À mesa onde estas personagens se sentam, também há lugar para o sonho. Mas, por detrás desse sonho, há um preço a pagar pelas ilusões. Doris Lessing, a «grande dama das letras britânicas», capta na perfeição a essência de uma década em que era «tudo para o melhor no melhor dos mundos possíveis». Um romance pleno, marcante, que homenageia a força motivadora do sonho e das relações.
A MINHA OPINIÃO:
Um livro absorvente e profundo...A admiração que agora sinto pela escrita de Doris Lessing cresceu gradualmente... As suas personagens, os seus sonhos, os seus fracassos são brilhantemente descritos. Uma obra que merece ser enaltecida porque cria uma janela para o período conturbado pós-guerra. Sortudo é o leitor que se abeirar dessa janela! Encontrei personagens reais que não sabem bem o que fazer com a liberdade que conquistaram. Têm sonhos belíssimos:paz e igualdade para todos. Mas, os caminhos da vida são tortuosos e esquivos e alguns perdem-se.
É um livro que atravessa gerações... Começa com Julia, a matriarca da família Lennox. Ela nasceu na Alemanha e casou com um inglês. Enviuvou e partilha a sua enorme casa com Frances, a ex-mulher de seu filho, Johnny. Johnny é um eterno comunista, vive ardentemente os seus ideiais e menosprezou a educação de seus filhos, Andrew e Colin. Assim, os seus dois filhos e a sua ex-mulher foram acolhidos pela mãe. A mansão alberga esta família e outros jovens tresmalhados que face à revolução de valores, estão à deriva. Todos eles têm sonhos.Com o passar da estória afeiçoei-me a uns e comecei a detestar outros. A esta casa também virá parar Sylvia, a minha personagem favorita. Sylvia é filha da segunda mulher de Johnny. Como não consegue lidar com esta adolescente frágil, Johnny " despeja-a" em casa de Julia. Contudo, esta rapariga franzina torna-se numa mulher forte e destemida. Médica de profissão, ela parte para África,um continente em ebulição que encontrou uma pretensa liberdade. Na sua missão, Sylvia lidará com a pobreza extrema e com a eminente epidemia, a SIDA. O governo e a própria população ignoram ou fecham os olhos a esta doença terrífica. Acreditam ser uma mentira inventada pelos brancos para evitar que os homens nativos tenham filhos. E foi com Sylvia que vi o ruir de um sonho. O sonho de tornar África, um continente independente e própero. Num sentido mais amplo, o sonho de mudar o Mundo, de o tornar melhor... porque às vezes, as intenções são boas mas, as acções e os meios para as alcançar, não.
Confesso que, no princípio, achei a leitura extenuante porém, no fim acabei por adorá-lo. Li-o calmamente para conseguir saborear a complexidade e a riqueza das personagens.Fabuloso!...
EXCERTO:
"-Estão baralhados-terminou Julia, levantando-se para se ir embora. Depois parou defronte de Frances, como as mãos afastadas, como se segurassem uma coisa invisível-uma pessoa?-que ela estava a torcer como um trapo. Esta é uma boa expressão: baralhados.E eu sei porquê.Perturbado, não foi isso que disse que o Colin estava?São todos filhos da guerra, eis a razão. Duas guerras terríveis, aí está o resultado. São filhos da guerra. Acha que pode haver guerras assim, como aquelas, guerras tão terríveis, e depois podermos dizer: Pronto, acabou-se, agora é voltar ao normal?"
PS:Obrigada N. pelo empréstimo!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Livrinhos acabados de chegar à estante(ou não)...







Chegaram mais uns livrinhos à minha estante. Foram eles: Nunca te perdi de Linda Howard, Raparigas de Xangai de Lisa See e Ramsés: O Templo dos Milhões de Christian Jacq. Sob um Céu de Mármore Branco de John Sors ainda não chegou mas já guardei um cantinho na estante( que está a ficar com excesso de população) para ele.

Tinha prometido a mim mesma que me ia conter e ler primeiro os que estão cá em casa. Porém, já andava atrás de três deles há algum tempo: o Nunca te perdi, o Sob um Céu de Mármore Branco e o Ramsés que não resisti. O Raparigas de Xangai ganhei-o num passatempo:D.
Quero comprar um de Haruki Murakami ainda e depois vou tentar não comprar mais livros até os ler todos. Tentar... porque às vezes tenho uns impulsos livrescos...( acho que me compreendem!)
Depois têm de me dizer se já leram algum destes livros e o que acharam...
Bjokas a todos!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Devaneios Cinematográficos- AVATAR

A MINHA OPINIÃO:
Há filmes que deixam marcas indeléveis. AVATAR é um destes filmes!!! Uma experiência única... uma viagem ao sublime imaginário de James Cameron.É indubitavelmente um dos melhores filmes que já vi!!!
Conta a estória de Jake Sully, um fuzileiro paraplégico, que chega a Pandora, um planeta descoberto pelo Homem, com uma missão. Ganhar a confiança dos nativos, Na'vi, e fazer com que eles deixem HomeTree, a sua aldeia. Por debaixo de HomeTree existe um minério precioso que homens buscam sem cessar. Esta cobiça torna-os cegos e destruidores.
Para entrar em contacto com os nativos, Jake usa o Avatar, um clone que contém DNA humano e Na'vi. Na sua primeira viagem conhece Neytiri, filha do chefe da aldeia, que, relutante aceita ensinar-lhe a Ver. A ser um Na'vi...
Jake acaba por apaixonar-se pela opulenta e belíssima Natureza e por Neytiri. Arrebatado pela vida de Pandora, ele fará tudo para a salvar...
Um filme soberbo que todos devem ver!Eu fui inebriada pela inspiradora banda sonora composta por James Horner e entrei em Pandora pela mão de James Cameron.Fui contagiada por aquele mundo líndissimo e apaixonei-me pela cultura Na'vi. Povo que ama a Vida, todas as formas de Vida e respeita-as... Uma longa-metragem que deixa uma mensagem clara: o mundo em que vivemos faz parte de nós, se o aniquilarmos, morreremos, seremos triturados pela solidão e pelo vasto deserto que outrora, vicejava e maravilhava.

sábado, 2 de janeiro de 2010

O Nome do Vento de Patrick Rothfuss


«Da infância como membro de uma família unida de nómadas Edema Ruh até à provação dos primeiros dias como aluno de magia numa universidade prestigiada, o humilde estalajadeiro Kvothe relata a história de como um rapaz desfavorecido pelo destino se torna um herói, um bardo, um mago e uma lenda. O primeiro romance de Rothfuss lança uma trilogia relatando não apenas a História da Humanidade, mas também a história de um mundo ameaçado por um mal cuja existência nega de forma desesperada. O autor explora o desenvolvimento de uma personalidade enquanto examina a relação entre a lenda e a sua verdade, a verdade que reside no coração das histórias. Contada de forma elegante e enriquecida com vislumbres de histórias futuras, esta "autobiografia" de um herói rica em detalhes é altamente recomendada para bibliotecas de qualquer tamanho.»

A MINHA OPINIÃO:

Fabuloso!!! Uma estória fantástica maravilhosamente escrita com um personagem inesquecível. Kvothe é a personagem principal deste (enorme) livro. É ele que nos conta as suas aventuras, ou melhor, conta a Devan Lochees. Devan é um Cronista e Kvothe propõe-lhe contar a sua estória em três dias sendo que este livro corresponde ao primeiro dia.O Cronista aceita a proposta. E com eles começou a minha aventura pelo mundo criado por Patrick Rothfuss.E que mundo! Cheio de mística, música e de magia...

Kvothe nasceu numa trupe nómada Edema Ruh. Artistas que vivem da música e da arte do palco. Inteligente e hábil, o jovem Kvothe rapidamente aprende a dominar as cordas do alaúde, as notas musicais, a arte de cantar e a encarnar com mestria qualquer personagem. Numa das inúmeras viagens que a sua trupe empreende, o jovem conhece Ben, um arcanista ( uma espécie de feiticeiro) que sabe chamar o vento. Ben tornar-se-à seu professor e será ele a sugerir a ida de Kvothe para a Universidade. Porém, numa reviravolta do destino, Kvothe fica órfão quando a sua família é assassinada pelos Chandrian. Estes são criaturas obscuras e tenebrosas cuja a origem remota aos tempos dos tempos. O nosso herói vira mendigo e transtornado pela dor, desiste de se tornar arcanista. Depois de anos a viver na rua, Kvothe é acordado deste estado de dormência por uma lenda. A lenda da origem dos Chandrian que ele ouve da boca de Skarpi, um contador de histórias. Dentro de Kvothe nasce a chama da vingança e em busca da resposta à pergunta que o atormenta ( Porquê os seus pais?) parte em direcção à Universidade. Aí torna-se uma lenda devido a sua inusitada selecção, à sua incomensurável inteligência e à facilidade com que arranja inimigos.

Recheado de personagens estupendas, este é um livro que apesar do seu tamanho (966 páginas), nunca foi cansativo pelo contrário, o mundo que ele me ofereceu era irresistível e mal posso esperar que saia o segundo volume para poder satisfazer a minha curiosidade. Adorei este livro e recomendo a todos os amantes do género fantástico.

EXCERTOS:

Estes excertos pertencem a uma personagem do livro, Mestre Elodin, um dos professores de Kvothe na Universidade. Mestre Elodin conhece o Nome das Coisas incluindo o Nome do Vento. É um bocadinho louco ( bocadinho é ser simpática!:P) contudo, na sua loucura é um génio.

" As palavras são sombras pálidas de nomes esquecidos. Possuem poder, tal como os nomes. As palavras conseguem atear chamas nas mentes dos homens. Conseguem extrair lágrimas ao coração mais duro.Existem sete palavras que farão alguém amar-te. Existem dez palavras capazes de quebrar a vontade de um homem forte. Mas uma palavra não passa de uma representação de um fogo. Um nome é o próprio fogo."

"Usar as palavras para falar de palavras é como usar um lápis para desenhar um lápis no próprio lápis. Impossível. Confuso. Frustante. (...) Mas existem outras formas de compreensão!"

TRAILER DO LIVRO:

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Um Feliz e Próspero Ano Novo....




A todos um excelente 2010 cheio de Paz, Saúde e muita muita Alegria!!!
E para a próxima passagem de ano, estão todos convidados a dar um pulinho à belíssima baía do Funchal, à minha terrinha, para ver o maior espectáculo pirotécnico do mundo! Cheio de cor, magia, música e vida! Maravilhoso!!!
E a noite ainda é uma criança...