quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Cidade de Vidro de Cassandra Clare



Neste livro, Clary tem de ir até à Cidade de Vidro, lar ancestral dos Caçadores de Sombras, para tentar salvar a mãe. Mesmo ciente de que não pode entrar sem autorização, e que infringir a lei pode significar a morte, Clary não hesita. Para piorar as coisas, Clary descobre que Jace não a quer lá e que Simon foi preso pelos Caçadores que, de resto, continuam bastante desconfiados do facto de um vampiro poder suportar a luz do dia.
Mas nem tudo é mau. À medida que descobre novidades acerca do passado da sua família, Clary encontra um aliado (Sebastian) no misterioso mundo das sombras. Conseguirão eles destruir os seus inimigos de sempre? Até onde está Jace disposto a arriscar? E Valentine, suportará abrir mão de todas as suas conquistas anteriores?

A MINHA OPINIÃO:

A Cidade de Vidro é o final ( ou não...) muito aguardado da trilogia Caçadores das Sombras! À semelhança dos anteriores, é um livro intenso e a velocidade da acção é alucinante! Uma montanha-russa de emoções, de revelações, de mistérios e de batalhas! Alicante, a Cidade de Vidro, é o cenário escolhido para guerra final. A belíssima cidade é a terra natal dos Caçadores das Sombras e, é para lá que Clary, a protagonista, parte em busca da cura do estranho estado comatoso da mãe, Jocelyn. A família Lightwood incluindo Jace, o seu membro adoptivo, também viaja para a magnífica cidade para a reunião da Clave. Os Caçadores das Sombras procuram fazer frente aos planos maléficos de Valentine. Porém, Valentine também tem os seus próprios trunfos. Afinal, ele é o pai de Clary e de Jace. Conhece os seus segredos e o poder do seu sangue. Mas será que ele os conhece realmente? Será a sua ambição tão grande que diminua a sua visão? Clary e Jace estão amadurecer e após, uma visita à casa onde ele passou a sua infância, descobrem um segredo que poderá destruí-los para sempre ou dar-lhes alguma esperança para o que aí vem. Jace e Clary são os irmãos que se amam e que lutam ferozmente contra esse sentimento incestuoso. Contudo, todos os seus esforços parecem ser em vão. Quanto mais se afastam, mais o destino os une! Novas personagens são introduzidas: a simpática Amatis, Aline e o contraditório Sebastian Verlac. Luke, Simon, Alec, Magnus Bane, Isabelle também estão de volta! Será a Aliança entre os vampiros, lobisomens, fadas,feiticeiros e os Caçadores das Sombras suficiente para derrotar o exército de Demónios de Valentine? Que sangue contêm Clary e Jace? O Sangue do Anjo ou o do Demónio? Mais um livro vibrante que não deixa o leitor indiferente! Mais uma vez, admiro a vasta imaginação de Cassandra Clare e a sua capacidade de conjugar vários mundos e torná-los simples e numa leitura apetecível sem cair na banalidade!

5/7- MUITO BOM

domingo, 19 de setembro de 2010

O Doente Inglês de Michael Ondaatje


Nos derradeiros meses da Segunda Guerra Mundial, reúnem-se numa villa italiana quatro pessoas: uma jovem enfermeira alquebrada que concentra todas suas energias no seu último doente moribundo, em quem adivinhou um mistério " que ele queria aprender, de queria embeber-se, onde queria refugiar-se"...o doente:um inglês desconhecido, sobrevivente de um desastre de avião, cujo espírito navega à deriva numa vida inteira de segredos e paixões... um ladrão "cujos talentos" transformaram num herói de guerra, e numa das sua vítimas... um soldado indiano do exército britânico, perito na neutralização de bombas, a qum três anos de guerra ensinaram que a " única coisa segura é ele próprio"


A MINHA OPINIÃO:


Este livro esteve muito tempo na minha mesa de cabeceira. Tive alguns problemas na sua leitura, o que adiou em muito a publicação da sua crítica. Existem livros que são feitos para serem devorados e outros, para serem saboreados. O Doente Inglês pertence ao último grupo. Demorei mais do que o costume a lê-lo porque é um livro denso e trágico. Porém, trágico não é sinónimo de má qualidade. Pelo contrário, a tristeza pode ser bela, muito bela. Na villa de San Girolamo, vivem quatro pessoas. Quatro vidas que foram trepassadas pela guerra. Hana, Kip, Caravaggio e o misterioso doente inglês partilham a casa que tal como eles, sofreu com o impacto das bombas. Hana é uma enfermeira que cuida de um "possível inglês", cujo corpo foi quase totalmente devorado pelo fogo. A sua devoção a este paciente é muito maior do que a habitual relação enfermeira-doente. Ela idolatra-o. Admira-o pela sua imensa cultura que, ele insiste em partilhar com os restantes moradores da villa. Hana cuida das suas feridas, bebe um pouco do seu saber e lê-lhe livros da biblioteca da casa que apodrece devido à intempérie. O inglês, que mais tarde, descobri se chamar Almásy, vê em Hana, uma ouvinte e a sua ligação ao exterior já que, ele é incapaz de se movimentar. Para Almásy o que resta da sua vida, é a memória de um grande e proibido amor, Katherine e o deserto catografado pelo grego Heródoto. Caravaggio é uma espécie de tio para a Hana. Mutilado pela guerra, física e psicologicamente, ele busca redenção e o que sobra da sua humanidade. Kip, perito em minas, desenvolve uma relação sensual e erótica com Hana. Para ambos, esta pode significar segurança e realidade no meio da irrealidade brutal da guerra. Com histórias dentro da história, este é um livro de amor, sensualidade, sofrimento, guerra, fome e transformação. Sinplesmente magnífico! Para mim, a sua leitura não foi fácil. Mas, ainda bem que a persistência venceu, senão tinha perdido uma grande obra-prima. Se as primeiras páginas foram complicadas, as seguintes tornaram-se indispensáveis! Dos melhores livros que já li! E mais um para valorizar a minha resolução de não abandonar um livro a meio! Nunca se sabe o que está para vir!


7/7-OBRA-PRIMA


O FILME:


The English Patient, é um filme galadoardo com nove Óscares da Academia incluindo, o de Melhor Filme. Realizado pelo genial Anthony Minghella e com interpretações poderosas de Ralph Fiennes, Juliette Binoche, Willem Dafoe e do restante elenco, é um filme sublime. Um clássico que todos deveriam ver!



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mais Perto do Céu de Catherine Anderson



Catherine Anderson, autora de vários livros bestsellers do New York Times “nunca nos deixa de tocar no coração”, escreveu Ann Krentz. Em Mais Perto do Céu, oferece-nos uma história de duas pessoas que descobrem o poder que o amor tem de nos curar.
Carly Adams sente que lhe deram uma nova oportunidade na vida. Nascida com uma doença rara dos olhos, manteve-se cega até uma operação recente lhe ter possibilitado a recuperação da visão. Agora está ansiosa por experimentar tudo o que o mundo tem para oferecer – incluindo as palavras doces de um vaqueiro muito bonito que desperta o seu desejo…
Hank Coulter não tem quaisquer planos para assentar, até que descobre que Carly Adams está grávida do seu filho – uma gravidez que lhe ameaça a visão.

A MINHA OPINIÃO:

Mais perto do céu é um livro que, não sendo uma obra-prima, é uma leitura muito agradável. É o segundo livro de Catherine Anderson que leio este Verão. A explicação é simples: é perfeito para desanuviar! Sem grandes floreados, Mais perto do Céu é mais uma bela história de amor da autora. E mais uma vez, é uma história de redenção e de coragem! A coragem para ultrapassar uma deficiência física que acarreta outros problemas: sociais e psicológicos. Carly, a protagonista, é uma jovem de vinte seis anos que, após uma cirurgia, está a ver o mundo pela primeira vez. Ela sofre de uma doença rara, distrofia lattice. A operação cirúrgica poderá desenvolver-lhe a visão por alguns dias, meses ou anos. Nada é certo! A nova liberdade de Carly leva-a a um bar. Nesse estabelecimento, ela encontra um dos irmãos Coulter, Hank. Consciente do seu efeito sobre as mulheres, ele pavoneia-se pelos bares da zona, seduzindo quem bem entende. E sob o efeito do álcool, ambos tem uma noite de sexo desprotegido! O pior é no dia seguinte: Hank não se lembra do nome da mulher com quem esteve e Carly não quer nada que venha daquele homem. Eventualmente, Hank descobre que Carly está grávida e, que pode perder a recém nova visão por sua causa. Os valores morais da família Coulter começam a pesar na consciência de Hank e, este resolve assumir a sua responsabilidade.Contudo, os seus planos enfrentam a personalidade férrea de Carly. Mas, o amor vai bater-lhes à porta! Inesperado e sorrateiro, ele vai transformar a vida de ambos. Um livro com muito sentimento e humano como só Catherine Anderson sabe fazer... O facto de ter lido dois livros seguidos dela, também fez com que reparasse nalguns erros. Há duas passagens que me intrigaram no mínimo. Há uma referência a Bethany Coulter do Amor à Primeira Vista. Até aí tudo bem, excepto que diz que ela tem olhos castanhos. Se bem me lembro, a Bethany tinha olhos azuis. Outro lapso foi o facto de considerarem a Helen como cunhada do Rafe Kendrick. No outro livro, ela era a sogra. Não sei se estas gafes foram da autora, da editora ou da tradução mas, fica o reparo.

4/5- MUITO BOM

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Hugo Girão, autor português- Divulgação




Hugo Girão nasceu em Lisboa no dia 1o de Novembro de 1975.É filho de Fernando Girão (um músico, compositor e produtor) e neto de Fernando Freitas (guitarrista de Amália Rodrigues) e Maria Girão (intérprete de Fado).
Hugo Girão escreve prosa poética desde os seus doze anos, mas também já compôs músicas para o projecto Pirilampo Mágico 2000 (a convite de seu pai), fez teatro como actor amador e encenador e também foi cicerone de músicos que conheceu no Festival Internacional de Jazz de Loulé.
Apesar de todos esses projectos, nunca deixou de escrever e iniciou a sua carreira literária há pouco mais de 5 anos.
Em 2007, editou através da Fronteira do Caos em conjunto com Isabel Fontes, O Silêncio das Almas. E em 2009, O Silêncio dos Teus Olhos.

O Silêncio das Almas:
“ O Silêncio das Almas” fala desses dias em que o mundo cái sobre as nossas costas sem que o possamos mais suster; esse mundo onde o silêncio e o amanhã são almas gémeas que acabam por sacrificar tudo o que ficou para trás, tudo o que foi bom, tudo o que deixou de ser, hoje, aqui e agora.

“O Silêncio das Almas” é uma história contada a duas vozes, uma história sobre os desencontros que caminham na mesma direcção à procura da mesma coisa, de maneira diferente... em silêncio.


O Silêncio dos Teus Olhos

O Silêncio dos Teus Olhos é uma homenagem às mulheres e um hino à vida. Um livro intimista e de grande intensidade, em que o autor explora com elegância e mestria, sentimentos e sensações que nos encantam, comovem e fazem pensar.

Eis um autor que quero ler em breve! Esperem por uma opinião!

domingo, 12 de setembro de 2010

Literatura Lusófona...

(imagem daqui)

A minha relação com a literatura começou na infância. Uma das minhas memórias mais antigas é estar sentada no sofá a ler um livro dos irmãos Grimm. A literatura lusófona chegou depois. Quem não se lembra do Clube das Chaves? Os livros de Maria Teresa Maia Gonzalez e Maria do Rosário Pedreira foram a primeira série que acompanhei. Embora não tenha lido os livros todos, conheço a história minimamente. Gostei da aventura e do mistério! Na mesma altura, descobri a colecção Uma Aventura de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Histórias perfeitas para despertar para o mundo literário! E com as mesmas autoras, segui o João, a Ana e o cientista da Aivet, Orlando até a outros séculos, nas Viagens no Tempo.
A minha paixão pelo mistério cresceu e, ao longo, da minha adolescência li muitas vezes, um triângulo. O Triângulo Jota, pois claro! Ainda tenho a colecção quase toda!:p
Do Brasil veio Jorge Amado, que me ensinou a História de um Gato Malhado e de uma Andorinha Sinhá.
Depois chegaram Fernando Pessoa, Florbela Spanca, Eugénio de Andrade, Vinicius de Moraes e Luís de Camões. As palavras nunca tinham sido tão belas! A brincar com estas palavras, estava Almeida Garret e Falar a verdade a mentir nunca foi tão sincero! Mais tarde, o Frei que não era frei capturou-me para o século XVI e a pobre e ingénua Maria, no seu acto final, tocou o meu coração. O coração que adorou o corajoso Viriato de João Aguiar em A Voz dos Deuses. Camilo Castelo-Branco e o seu Amor de Perdição apareceram depois. Pois, nunca houve amor igual ao de Simão e Teresa! Nem nunca um foi tão trágico como o de Mariana por Simão! Até surgir Carlos da Maia e Maria Eduarda! Ah, magnífico Eça! Quem puderá esquecer o infame João da Ega e o molengão Eusebiozinho?! Eça de Queirós "cedeu" o seu lugar a José Saramago. As intermitências da Morte foram memoráveis! Inesquecíveis também foram os Sete-Sóis e as Sete-Luas do Memorial do Convento! Nada mau para um autor que eu julgava que ia ser enfadonho e uma verdadeira penitência! Pelo contrário, foram leituras fantásticas! Acredito piamente que há livros lusófonos de grande qualidade, que podem competir com livros com outras origens. Ainda este ano, encontrei autores fenomenais como David Soares, Carla Ribeiro, Gabriel Magalhães, Ana Cristina e Silva, Rosa Lobato Faria, entre outros. Existem outros para descobrir ainda: Hugo Girão, Samuel Pimenta, Pepetela, Fábio Ventura e Sandra Carvalho, por exemplo. E tenciono fazê-lo em breve! Por isso, meus queridos amigos preparem-se!:D

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O Vampiro Lestat ( Volume II) de Anne Rice

Na sequela de Entrevista com o Vampiro, Lestat é um excêntrico e sedutor vampiro que, ao longo de várias eras, procura as suas origens e quer desvendar o segredo da sua obscura imortalidade. Essa vertiginosa viagem leva-o da Inglaterra dos druidas aos lupanares de Paris do século XVIII e à Nova Orleães finissecular. Avesso ao código de honra dos vampiros, que lhes impõe o silêncio sobre a sua condição, Lestat revela-se na esperança de que os imortais se unam para descobrirem o mistério da sua existência. E é então que Lestat, o caçador, se transforma numa presa.


A MINHA OPINIÃO:


O Vampiro Lestat II é mais um livro fantástico de Anne Rice! Depois de ter sido mordida por este famoso vampiro no primeiro volume, não resisti e devorei o segundo volume em pouco mais de dois dias. Se na primeira parte, Lestast lidava com a natureza vampírica, nesta parte, o imortal procura a origem da espécie vampírica. Viaja pelos continentes: europeu, africano e asiático entrando em contacto com mitologias tão antigas como a egípcia, a grega e a celta. A jornada de Lestat dá a conhecer a evolução dos vampiros, ao longo do tempo, e como estes são influenciados pelas sociedades em que vivem. A imortalidade será uma benção ou uma maldição? Este livro, à semelhança do anterior, revela um Lestast muito diferente daquele que é retratado na Entrevista com o Vampiro. É um imortal que se preocupa-se com a espécie humana! Louis também foi uma grande surpresa! Estava familiarizada com aquele Louis, retratado por Brad Pitt no grande ecrã e este personagem é bem distinto! O conflito entre o que é bom e o que é mau acompanha o nosso protagonista e, o leitor é transportado mais uma vez para o mundo complexo e delicioso de Anne Rice. Gostei mais deste volume do que outro! A acção é mais intensa e a viagem que Lestast empreende é deveras apaixonante! Adoro estes vampiros! Têm substância! Não são conchas vazias que se escondem por detrás da sua beleza e perfeição física. Simplesmente geniais!


6/7-EXCELENTE


PS: Obrigado Segredo dos Livros!


Ah, e agora que recomecei a ler vampiros, alguém tem uma sugestão? Estou inclinada para ler Charlainne Harris mas, os de L.J Smith também me piscam o olho sempre que vou à livraria!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A Papisa Joana de Donna Woolfolk Cross



A autora reuniu, numa perfeita combinação, aspectos lendários com factos históricos do qual resultou um romance sobre Joana de Ingelheim. Filha de um missionário inglês e de uma mãe saxónica, Joana, nascida a 814, sente-se frustrada pelas limitações impostas à sua vida pelo simples facto de ter nascido com o sexo errado. O seu irmão Mateus começou a ensiná-la a ler e escrever quando Joana contava apenas seis anos. Com a sua morte, Joana recorre a toda a sua astúcia e capacidade de ludibriar de modo a continuar a dar largas à sua paixão pelo saber. Mais tarde, Joana foge de casa para seguir os passos do seu irmão João, a caminho da escola religiosa na Catedral de Dorstadt, onde ela se torna a única presença e estudante feminina tolerada. É quando surge Geraldo, e a vida de Joana muda ao aperceber-se de que o ama. No entanto, o seu amor é-lhe interditado pelas maquiavélicas manobras de Ritschild. Usando as roupas e identidade do irmão, depois deste ter sido chacinado durante um ataque normando, Joana foge e entra para o mosteiro de Fulda, onde ela se passa a denominar, depois de feitos os votos primordiais, João Anglicus. Trilhando o caminho de monge a padre num instante, enquanto apurava o seu conhecimento e técnicas de cura, Joana começa a traçar a sua rota direita a Roma, onde os seus dons lhe abrem caminho para se tornar confidente e físico curador dos dois papas. É nos meandros de várias intrigas políticas no meio eclesiástico que Joana, ela própria, ascende ao posto de pontífice máximo da Igreja Católica. A Papisa Joana resulta numa fabulosa e vívida recriação do período por nós conhecido como a "Idade das Trevas".


A MINHA OPINIÃO:

A Papisa Joana é uma obra fenomenal!!! É difícil expressar por meras palavras, o quanto adorei este livro e o quanto rejubilei e sofri com a protagonista. Este é um daqueles livros extraordinários que é capaz de me levar as lágrimas! Raramente, choro numa leitura! Rir, sim. Mas, poucos são os livros que me emocionaram ao ponto de parecer uma carpideira! A culpa é de Joana! Desde o seu nascimento até à morte, ela cativou-me pela sua força e pelo seu desejo de triunfar num mundo dominado pela superstição e pelo fanatismo religioso. Joana queria aprender, ler e escrever porém, a sua sede de sabedoria na Idade Média era vista como uma maldição. A ideia de que, quanto mais as mulheres aprendiam, mais inférteis se tornavam era bastante disseminada e socialmente aceite. As mulheres eram um meio para a procriação e, eram consideradas símbolos do pecado original. O papel da mulher era em casa e estudar estava fora de questão. A mãe de Joana, Gudrun, uma saxónica pagã, foi convertida ao Cristianismo pelo marido, um cónego. O pai, cego pelos ensinamentos distorcidos e pela crença irracional sempre desprezou Joana. Para ele, ela era um castigo de Deus! Porém, a futura papisa não desiste de aprender e conta com o auxílio de Mateus, o seu irmão mais velho. O cónego, que visava ter um filho homem, instruído e missionário recebe, um dia, a visita de um grego, Asclépios. Este professor admira-se com a inteligência de Joana e, faz um acordo com pai dela. Daria lições semanais a ela e ao seu irmão mais novo, João. Relutante, o cónego conforma-se porque, ambiciona um lugar numa das melhores escolas, a da Catedral, para o seu filho. Todavia, João é rapidamente ofuscado pelo raciocínio arguto da irmã! Joana é a primeira rapariga a entrar na Escola da Catedral em Dorstadt! Aí conhece Geraldo, conde de Villaris, muito mais velho do que ela. Fascinado pela audacidade e tenacidade da rapariga, o conde enamora-se por ela. Um amor proibidíssimo! Ela também lhe entrega o seu coração pois, é um homem que respeita o seu espírito livre. Mas, a vida de Joana toma outro rumo. Mal-entendidos, coincidências e finalmente, o destino separam-na de Geraldo e de Dorstadt. Joana assume outra identidade, João Anglicus.E como homem, todas as suas extraordinárias qualidades são-lhe reconhecidas. No mosteiro de Fulda, o "noviço" é um estudante brilhante e aprende a dominar a arte da medicina. Arte, que "o" colocará ao serviço do próprio Papa, atormentado por uma doença aparentemente incurável. Em Roma, as lutas pelo poder do Trono de Pedro são constantes. Multiplicam-se as conspirações e as intrigas. A honestidade do suposto padre João granjea-lhe o lugar de confidente do papa. E é nesta cidade que Joana reencontra Geraldo, quinze anos depois. Um amor nunca esquecido que delineará o futuro de ambos! O livro é maravilhosamente escrito e muito absorvente! A Idade Média, o pensamento medieval e os seus rituais são muito bem descritos e, houve momentos na leitura em que me senti sufocada por tanta ignorância e fanatismo. Partilhei com Joana, o seu sonho, desejando com todo o meu coração, o seu sucesso. Claro que já esperava um final trágico mas, este foi demais para mim! Depois de uma jornada longa e cheia de sacríficio, não consegui reter as lágrimas! Um livro que mexeu muito com as minhas emoções que me deu a conhecer uma mulher inesquecível e controversa! Será que existiu? Donna Woolfolk Cross faz um excelente trabalho ao justificar o seu romance e o papado de Joana nas notas de autor. É também uma obra que marca... Quando acabei de ler a última página senti um profundo vazio e ao mesmo tempo, felicidade, por ter tido a oportunidade de ler um livro soberbo. Sublime e com uma valiosa lição! Se lutarmos com afinco pelo nosso sonho, podemos alcançá-lo!


7/7-OBRA-PRIMA





O FILME:



Die Päpstin, no original, é a adaptação do best-seller de Donna Woolfolk Cross ao cinema. É dirigido por Sönke Wortmann e conta Johanna Wokalek como Joana, David Wenham como Geraldo e John Goodman como Sérgio, o papa. O filme é relativamente fiel ao livro exceptuando, algumas cenas finais. Algumas alterações não me agradaram muito porque, na minha opinião, retiraram emoção a momentos cruciais do livro. Não obstante, é um bom filme com interpretações muito boas de Johanna Wokalek e de David Wenham.


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

À Primeira Vista de Catherine Anderson

Poucos autores escrevem histórias tão comoventes e de inesgotável ternura como Catherine Anderson. As suas personagens partilham com o leitor a esperança de encontrar o amor perfeito de uma vida inteira. Todas as leitoras que acompanharam Rafe Kendrick e Maggie Stanley em Uma Luz na Escuridão podem agora revê-los numa nova e apaixonante aventura protagonizada por Ryan, irmão de Rafe a quem este terá de ajudar a ultrapassar um momento difícil. Um acidente sofrido há anos num rodeo deixou Bethany Coulter presa a uma cadeira de rodas. Desde então conheceu tanto as traições como os desgostos de amor, e por isso jurou nunca mais entregar o seu coração a um homem. Mas qualquer coisa em Ryan Kendrick a fez de súbito acreditar que talvez todos esses obstáculos pudessem ser ultrapassados. Ambos partilham a paixão pelos cavalos e têm um imenso sentido de humor. Mas a vida não é absolutamente perfeita.


A MINHA OPINIÃO:


À Primeira Vista é mais uma bonita história de Catherine Anderson! A autora presenteia-nos com um amor que nasce à primeira vista ( daí o título!) entre Ryan Kendrick e Bethany Coulter. E tudo seria perfeito, se ela não fosse paraplégica! É típico desta escritora apresentar um protagonista que fuja às " regras" do parzinho perfeito. E ainda bem que assim é! Esta limitação física e os problemas emocionais que dela advêm, tornam esta história de amor muito mais interessante. Pessoalmente, não acredito no amor à primeira vista. Quanto muito, há uma atracção:algo que sobressai e capta a atenção do outro. Por isso, foi com algum cepticismo que encarei este livro. Mesmo assim, Anderson conseguiu cativar-me através da sua escrita fluida e desinibida. Li-o em dois dias! Uma leitura capaz de arrancar gargalhadas e de deixar à lágrima no canto do olho! Eu incluo-me no grupo das gargalhadas!:P. Lembro-me perfeitamente de começar a rir em plena praia com uma cena entre Ryan, Keefe Kendrick e Jake Coulter, o irmão mais velho de Bethany e protagonista de outro livro: O Domador de Paixões. Como cowboys impulsivos que são, acabam numa esquadra após uns socos merecidos mas, naturalmente incompreendidos pelos esmurrados. Uma cena com um sentido de humor delicioso! O amor de Ryan e Bethany é belíssimo! Uma lição de vida! Os paraplégicos também amam e, apesar das suas limitações físicas, o seu coração não encolhe: sorri, sofre e apaixona-se! Ryan é um mulherengo inveterado, que ainda não encontrou alguém especial que alivie a solidão e o vazio da sua vida. No seu rancho, aqueles que lhe dão alguma alegria são: os seus pais, o seu irmão Rafe e sua família, um touro manso chamado de T-Bone e um cão, Tripper. Um dia, conhece os olhos azuis de amores-perfeitos de Bethany e fica seduzido. Não contava era com a cadeira de rodas. Mas, à medida que conhece esta mulher determinada e independente, começa a ver além da cadeira de rodas. Para ele, só existe Bethany. Ela é a tal! Ele vai mover montanhas e derrubar os muros erigidos por Bethany, após o acidente. Por outro lado, a protagonista lida com as suas próprias incapacidades e, com o receio de não satisfazer aquele homem, que deseja construir uma família. A autora é convincente ao relatar a vida complicada de Bethany e, apresenta mais uma vez, uma original e bonita história de amor. Achei o final um pouco apressado mas de resto, foi um livro que gostei bastante! Um livro perfeito para as românticas incuráveis!


5/7- MUITO BOM

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A Morte da Branca de Neve de Brigitte Aubert



Não há nada de comum entre Léonard “Chib” Moreno – um bastardo filho de um qualquer marinheiro desconhecido – e Jean-Hugues e Blanche Andrieu, um casal da alta burguesia católica e financeira. Nada, a não ser o corpo da jovem Elilou, que ele tem de embalsamar.

O jovem Léonard – embalsamador de profissão – sofre o estigma de ser fruto da violação da mãe por um qualquer marinheiro desconhecido. Felizmente para a sua saúde mental, o seu melhor amigo, Gregory, sai frequentemente com ele para o distrair. Tudo corre bem até ao dia em que uma certa Blanche Andrieu lhe pede para embalsamar a filha, Elilou, cujo corpo tenciona expor na sua capela privada.

Ainda que reticente, Léonard acaba por aceitar a proposta, mas, ao proceder ao embalsamamento, apercebe-se de que a menina fora sem dúvida vítima de abusos. Intrigado, interroga-se e, seduzido por aquela mãe terrivelmente desequilibrada, inicia uma investigação onde o horror e a incompreensão de um meio que lhe é estranho são uma presença constante.

A MINHA OPINIÃO:
A Morte da Branca de Neve foi uma boa surpresa. Sabem aqueles livros que nos oferecem e, que ficam guardados na estante durante tanto tempo que quase nos esquecemos dele? Este foi um deles! É um thriller em que Brigitte Aubert brinca com o leitor. Segredos atrás segredos, mortes misteriosas, paixões obsessivas e um assassino aparentemente invisível são as armas de Aubert. Cada revelação é sinónimo de imprevisibilidade! Léonard "Chib" Moreno é um embalsamador que aceita um último trabalho. Trabalhar no corpo de Elilou, filha de Blanche. Blanche é uma mulher da alta sociedade que vive atormentada, porque se culpa pela morte de Léon, o seu bebé e, agora, pelo falecimento da sua filha. "Chib" Moreno fica fascinado por esta mulher de rara beleza, de olhos tão tristes e, no seu íntimo, deseja salvá-la. Quando recebe o corpo de Elilou apercebe-se de que a menina era vítima de abusos e, que a sua morte não tem nada de acidental. E o assassino ainda não foi apanhado! "Chib" inicia uma investigação frenética em busca de um psicopata fugidio e cuja identidade é muito muito surpreendente! Aliás, todo o livro é inesperado e o leitor é incapaz de adivinhar o que se passará seguir! De referir ainda que o morbidez de alguns momentos podem impressionar os leitores mais sensíveis! Uma obra incrivelmente viciante com tantas reviravoltas que deixa os que os folheam as suas páginas, estupefactos!
6/7- EXCELENTE

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Vampiro Lestat (Volume I) de Anne Rice


Lestat, personagem de Entrevista com o Vampiro, tem uma história para contar. O segundo volume da saga «Crónicas dos Vampiros» acompanha Lestat ao longo de várias eras, à medida que ele procura as suas origens e desvenda o segredo da sua obscura imortalidade. Extravagante e apaixonado, Lestat mergulha nos lascivos lupanares de Paris do século XVIII, na Inglaterra dos druidas e na Nova Orleães finissecular. Após um sono profundo de cinquenta e cinco anos, Lestat está fascinado pelo mundo moderno. Quando quebra o código de honra dos vampiros, que lhes impõe o silêncio sobre a sua condição, Lestat revela-se na esperança de que os imortais se ergam e se unam para descobrirem o mistério da sua existência. E é então que Lestat, o caçador, se transforma numa presa.


A MINHA OPINIÃO:


O Vampiro Lestat I é o primeiro de dois volumes que compõe a obra original editada em 1976. Há algum tempo que não me embrenhava num romance totalmente e inequivocamente vampírico, porque tinha medo da desilusão. De facto, com a recente explosão de dentes e sangue, nem tudo o que vinha à rede era peixe... perdão, era vampiro! Sendo uma fã incondicional do sobrenatural, sempre procurei este tema nos livros, na televisão ou no cinema. Porém, este mar vampírico que surgiu após o lançamento de Twilight começou a ondular muito para o meu lado, e a provocar enjoos literários. Optei por descansar dos vampiros e. apesar de algumas sagas como Sangue Fresco me tentarem, não soçobrei. Se ia expor o meu pescoço a um vampiro, ao menos, que fosse um com mérito! E quando surgiu a oportunidade de ler Anne Rice, não hesitei. Afinal, ela é considerada a "mãe dos vampiros"! Já tinha visto o filme de Neil Jordan que se baseava na obra homónima " Entrevista com o Vampiro", pelo o que achei que estava minimamente preparada para enfrentar o mundo de Rice! Pura ilusão! O Vampiro Lestat I é simplesmente fantástico! Lestat é um protagonista sólido e carismático! Lestat é agora uma celebridade que após estar em latência durante anos, emerge das profundezas de um cemitério para o século XX. Um século em ebulição e em constante mudança! Apaixona-se pela época em tudo é aceitável! Curiosamente, encontra um exemplar do livro Entrevista com o Vampiro narrado por Louis. Revoltado com algumas revelações do seu antigo protegido, revela a sua identidade ao mundo e torna-se inacreditavelmente numa estrela do rock! Também inicia as suas próprias Crónicas. A sua vida humana, a sua morte, a sua transformação e as suas lutas são o foco deste livro. Para quem gosta do género é uma leitura viciante e contagiante! Anne Rice cria personagens fabulosos, que ficam na memória pela sua complexidade e, por vezes, dualidade. O único senão é o final.Como é uma parte de dois, peca por concluir satisfatoriamente. Todavia, não deixa de aguçar a curiosidade para o volume seguinte! Está mais do que aconselhado e agora que quebrei o jejum vampírico ninguém me pára!:P


Só algumas palavras finais: alguns nomes aparecem traduzidos num lado e, noutro lado, na sua língua original, o que pode gerar alguma confusão!


5/7- MUITO BOM


PS: Obrigada Segredo dos Livros!

I'm Back...

Depois de uns dias longe de tudo e todos, voltei... Claro que tenho de actualizar os Devaneios porque nestes dias li cinco livros que requerem uma apreciação:

A Morte da Branca de Neve de Brigitte Aubert

O Vampiro Lestat I de Anne Rice

O Vampiro Lestast II de Anne Rice

À Primeira Vista de Catherine Anderson

A Papisa Joana de Donna Woolfolk Cross

Hoje quando entrei nos Devaneios verifiquei que o número de Amigos dos Devaneios tinham aumentado. Bem-vindos!!! E que recebi muitos comentários de grande interesse. Assim que puder vou actualizar o meu cantinho que também é vosso!

Bjokas*