sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Balanço e Top de leituras 2011


2011 está chegar ao fim... 2012 será o ano que se segue!  Parece que o nosso D. Sebastião ainda não encontrou o seu cavalo branco porque ainda não encontrou o seu caminho para casa após Alcácer- Quibir! "O mito é um nada que é tudo..."À espera de um salvador francês ou de uma salvadora alemã, a moeda não sai do poço dos desejos! Enquanto isso, para lá Mancha, vive uma Rainha firmemente sentada no seu trono tal qual Excalibur na rocha aguardando o Rei Artur. Será que que foi em terras de Sua Majestade que o cavalo de D.Sebastião se perdeu? Ou será do outro lado do mundo onde as Três Gargantas engoliram a EDP? Parece que desta vez nem o Tio Sam montado no Hidalgo nos safa...À rasca e em busca de um grito de Ipiranga, D. Afonso Henriques parece que perdeu o freio conquistador! Enquanto não chega um D.Pedro ou um D. Sebastião que continua à procura de um cavalo branco, o fado é património e a moeda continua a imitar o Titanic.Se eu fosse El-Rei deixava-me de esquisites e trazia um corcel preto, castanho ou malhado! Porque D. Afonso está prestes a bradar às armas e não há soldados que o sigam ao não ser o Zé Povinho, que pobre coitado ficou depenado! Até a sua mulher o abandonou, trocou-o pelo senhor Emigração. A nós, restam-nos a Esperança que, conseguiu fugir à nova austeridade, gorda de tanto subsídio...:p

Mas antes que chegue 2012, há que recontar 2011.  A verdade é que, este ano, não consegui cumprir a minha meta de 75 livros. Fiquei-me pelos 55. Acho que os outros 20 ficaram encarcerados algures em S. Bento! Propus-me a ler 4 clássicos este ano. Li As Aventuras de Pinóquio de Carlo Collodi, Um Conto de Natal de Charles Dickens (ainda não publiquei a crítica), A Queda de Albert Camus, A História Mais Bela de Kipling. Isto se classificarmos as duas últimas leituras como clássicos já que também se inserem na categoria seguinte. Outro desafio era ler pelo menos, 3 nóbeis da literatura. Foi cumprido com Albert Camus, Rudyard Kipling e A Dávida de Toni Morrison.


Outra resolução que não passou de uma intenção foi ler mais autores lusos.:( Não li nenhum o que é um crime pois tenho um Saramago, uma Rosa Lobato de Faria e um David Soares na estante. Também li menos livros que o ano passado. O meu tempo para ler está a diminuir devido a faculdade e a minha paciência também. Livros sem carácter nenhum e cópias baratas de outros escritores perturbam o meu sistema nervoso nomeadamente, leituras enfadonhas que se tornam ainda mais aborrecidas após um dia de estudos e trabalho. Apesar de alguns percalços e desilusões, fiz viagens maravilhosas... Aqui está o meu top:

O melhor livro do ano foi: A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Záfon seguido bem de perto pelo A Glória dos Traidores de George R.R Martin e pelo O Toque de Midas de Colleen McCullough.

As piores desilusões do ano foram Nunca te Esqueci de Michael Baron e As Quatro Últimas Coisas de Paul Hoffman.

Espero que 2012 traga melhores leituras a todos e que o D.Sebastião encontre o seu caminho:p...Feliz Ano Novo a todos!!!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Pai Natal chegou mais cedo... Novas Aquisições!:)

Foto tirada pelo Ex.mo senhor fotográfo Nataniel:p

Estes livrinhos são as minhas últimas aquisições!:D E a melhor parte é que muitos foram oferecidos:).... O Jogo do Anjo, Kafka à Beira Mar e Terra Abençoada são prendinhas antecipadas ( Obrigada N. e A.!). O Doutor Zhivago, um livro que persigo há muito tempo foi adquirido graças à mãe mais fabulosa do mundo que me cedeu os pontos do cartão FNAC ( Obrigada mãe! Sim, comprei um livro, estavas à espera de quê?:p). Os Anões de Pinter também foram um presente! E como estava a ficar terrivelmente mimada e estava a precisar de mais mimos, ganhei o Acácia e A Mulher do Tigre em passatempos. Os outros livrinhos foram adquiridos em promoções. Alguns custaram cinco euritos e são novinhos! Cinco euros por um livro de Wilbur Smith é o que chamo uma pechincha:)...

Aqui está o meu Natal antecipado! Já leram algum?

A Sombra do teu Sorriso de Mary Higgins Clark

Aos oitenta e dois anos e com uma saúde frágil, Olivia sabe que não lhe resta muito tempo. É a última da sua descendência e enfrenta uma escolha colossal: expor um segredo de família há muito escondido ou levá-lo consigo para o túmulo.
Em sua posse encontram-se cartas que provam que, aos dezassete anos, a sua prima e freira Catherine, agora morta e em vias de ser beatificada, deu à luz um rapaz, que entregou para adoção. Hoje, duas gerações mais tarde, Monica Farrell, uma pediatra de trinta e um anos, neta de Catherine, é a herdeira legítima do que resta da fortuna familiar, mas não o sabe.
Poderá Olivia trair o segredo da prima morta para que se faça justiça? Além da sua consciência, tem mais um forte obstáculo: alguns dos familiares que usufruem da fortuna tudo farão para a silenciar

A MINHA OPINIÃO:

A Sombra do teu Sorriso foi uma leitura fluída e uma boa surpresa! A autora, Mary Higgins Clark é considerada uma das rainhas dos policiais. Sinceramente, não a considero uma grande escritora neste género. Quero, no entanto, realçar que só li este livro dela e, portanto esta ilação advém única e exclusivamente desta leitura. Agatha Christie e Mo Hayder surpassam-na em talento e suspense... Porém, Clark tem a capacidade de criar uma história que cativa o suficiente para nos prender às suas páginas. As suas personagens são tão humanas e facilmente me conquistaram. Monica é a minha favorita. Pediatra de profissão, Monica refugia-se no trabalho e na satisfação que ele lhe traz, negligenciando a sua vida privada. A lógica da medicina é, para ela, um dogma inquebrável até surgir um milagre que a fará questionar tudo. O seu sangue é afinal, mais precioso do que imaginava. Filha de pai adoptado, Monica nem sonha com o que a sua verdadeira ascendência lhe pode trazer. Uma teia de conspirações e segredos muito bem engendrada rodeia a protagonista e a cada capítulo a nossa curiosidade aumenta. Não é uma leitura extraordinária porque ao fim de algum tempo, já sabia quem era o vilão. Apesar disso, é um livro mediano que satisfaz...

3.5/7- BOM

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

As Quatro Últimas Coisas de Paul Hoffman

Morte, Juízo, Paraíso e Inferno. 
As Quatro Últimas Coisas que nos reserva o Destino. 
Agora há uma Quinta. 
O Seu Nome é Thomas Cale. 

De regresso ao Santuário dos Redentores, Thomas Cale parece aceitar o papel que lhe é atribuído: o destino escolheu-o como o Braço Esquerdo de Deus, o Anjo da Morte. O poder absoluto está agora ao seu alcance; o terrível zelo e domínio militar dos Redentores é uma arma nas suas mãos e ele está pronto para cumprir o objetivo supremo da Única e Verdadeira Fé - a destruição da Humanidade. 

Mas talvez o sombrio poder dos Redentores sobre Cale não seja suficiente - ele vai do amor ao ódio num abrir e fechar de olhos, da bondade à mais brutal violência num segundo. A aniquilação que os Redentores procuram pode estar nas mãos de Cale - mas a sua alma é muito mais estranha do que alguma vez poderão imaginar...

A MINHA OPINIÃO:


Há livros que são difíceis de descrever.  São aqueles que me deixam atordoada pela sua brilhante história e pelas suas personagens fabulosas.  As Quatro Últimas Coisas não pertence a esta categoria. Não consigo escrever ou falar muito sobre ele porque, simplesmente, não me deixou nada ou quase nada. Tornou-se numa leitura penosa, logo não apreciei tanto este livro como o primeiro volume da trilogia. A imaginação de Paul Hoffman desapareceu neste livro. Thomas Cale, outrora tão fascinante pela sua complexidade, tornou-se insípido e não consegui estabelecer uma ligação com ele. É uma máquina de matar e a infelicidade acompanha-o para todo o lado. Esta foi a conclusão do livro anterior. Estas novas páginas só lhe acrescentam uma nova faceta: a de estratega militar brilhante. Nada mais! Foi terrivelmente frustrante ler as suas conversas com o Redentor Bosco. A sua finalidade também é questionável... Páginas e páginas que não contribuem em quase nada para a nova maturidade de Cale que eu tanto desejava. Thomas Cale afundou todas as minhas esperanças de ler o terceiro volume. Kleist e Vago, personagens secundárias são bem mais interessantes e foram eles que me fizeram ler o livro até ao fim. A história atribulada dos ex-acólitos e o facto de eles aprenderem a lidar com sentimentos e emoções que desconheciam após, anos e anos de violência são muito mais fascinantes do que observar Thomas Cale.  O início da trilogia prometia, mas este foi uma decepção...Paul Hoffman criou um mundo bastante apelativo, alternativo ao que vivemos, contudo esta leitura foi o fim da linha para mim. É pena porque gostava bastante dos paralelismos que autor estabelecia entre o seu mundo e o mundo real!

3/7- RAZOÁVEL

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Um Homem Imoral de Emma Wildes

Apesar da sua beleza, Lady Amelia Patton viveu uma vida protegida entre os seus livros. Quando, de repente, se apercebe que é considerada a beldade doTon, não fica muito satisfeita. O pai, Lorde Hathaway, deseja casá-la, mas a última pessoa que escolheria para marido dela é o filho do seu pior inimigo...
Alexander St. James é um ladrão de corações, mas não é nenhum assaltante. No entanto, tem de recuperar um objecto que pertence à sua família para evitar um escândalo e, por isso, entra furtivamente em casa de Lorde Hathaway, não estando à espera de deparar com a sedutora Lady Amelia no quarto, usando apenas uma camisa de renda...
Desde o primeiro encontro entre ambos que Alexander deixa Amelia sem fôlego - será de medo ou de excitação? Fascinado com a beleza dela e encantado com a sua inteligência, ignora os mexerico escandalosos, à medida que parte à sedução da mulher dos seus sonhos...

A MINHA OPINIÃO:

Emma Wildes é uma escritora que eu designo como escritora de romances de época. Existem muitas autoras deste género no mundo literário e para se destacar é preciso ter algo especial. A história primordial é sempre a mesma: um amor arrebatador que leva os dois protagonistas a desafiar a sociedade, a família e as regras restritas do século em que vivem. O que eu procuro em livros destes, é o puro entretenimento! Uma leitura fácil sem grandes obstáculos que terá, invariavelmente, o mesmo fim de todos os romances de contos-de -fadas: o "felizes para sempre"! A verdade é que, se dantes apreciava este tipo de leituras, agora, estão a tornar-se aborrecidas devido à sua similitude. Wildes tem a capacidade singular de manter agarrada às suas páginas apesar de, já ter lido inúmeros romances de época. A magia reside na sua escrita requintada e elegante que me faz viajar pelos salões de baile cheios de damas e senhores que pavoneiam as suas paixões, intrigas e preconceitos. Procuram escapar ao escrutínio avaliador dos seus semelhantes, resguardando assim a sua vida privada cheia de segredos destruidores da aparência pomposa que ostentam. Pensando bem, não é uma sociedade assim tão diferente da nossa...o ser humano é mesmo um "bicho" estranho! A autora também é boa em criar histórias paralelas que, por vezes, ficam esquecidas em livros deste género. Em Um Homem Imoral, atormenta o casal protagonista com as cartas de antepassados que são responsáveis pelas quezílias duradouras entre as famílias de ambos. Sob esta aura de Romeu e Julieta, Amelia e Alexander St. James pisam terreno perigoso. Ele mais do que ela...Este livro é um deleite para o público feminino, apreciador do género. O truque é não esperar muito dele! Contudo, fico com a ideia que Emma Wildes não atinge todo o seu potencial como escritora. Se se reinventasse ainda mais o género, os seus livros, para mim, seriam ainda melhores. Apostar cada vez mais em personagens secundárias credíveis é um bom começo!Porque, sinceramente, depois de várias leituras de "época" começa a parecer tudo igual.

4/5-BOM**

domingo, 4 de dezembro de 2011

Nunca te Esqueci de Michael Baron



Hugh Penders viveu num estado de apatia durante quase uma década, desde que o seu irmão Chase morreu num acidente de viação. Transporta no íntimo dois segredos que nunca foi capaz de partilhar com ninguém: acredita que poderia ter sido capaz de evitar o acidente e está profundamente apaixonado por Iris, a namorada de Chase.
Quando o pai de Hugh sofre um grave ataque cardíaco, Hugh tem de regressar à sua casa em Nova Inglaterra, de onde andara a fugir nos últimos dez anos. Um dia, encontra Iris - que se mudara havia muito tempo - na rua. Iniciam uma amizade e Hugh acredita que está a apaixonar-se novamente por ela.
Contudo, o fantasma de Chase paira sobre ambos. E, quando cada um deles revela uma verdade que o outro desconhecia, as suas vidas, a perspectiva que tinham de Chase, e as suas oportunidades de um futuro conjunto mudarão para sempre.
Imbuído da força do desejo e do impacte da perda, Nunca te Esqueci é uma narrativa comovente e romântica que emocionará profundamente o leitor.


A MINHA OPINIÃO:


Nunca te Esqueci é um livro que eu facilmente esquecerei... Correndo o risco de ferir susceptibilidades, foi uma leitura morosa e cujo único deleite foi a relação entre Hugh, o protagonista e o seu pai. Há livros que não correspondem às expectativas que criamos acerca deles e este foi deles. A história não se desenrolava e lê-lo à noite tornou-se quase uma missão impossível. Adormecia antes de chegar ao fim do capítulo! A escrita não é má, já li bem piores, mas o livro não me cativou. É a história de Hugh, o seu caminho  para a serenidade e a paz após ter perdido o irmão, Chase que era o namorado de Iris aquando do acidente. Tinha tudo para captar a minha atenção, mas não o fez. A relação entre Iris e Hugh pareceu-me demasiado repetitiva como se já a tivesse lido em qualquer lado. Fez-me lembrar de alguns livros que li na adolescência de Nicholas Sparks, o que até poderia ter sido bom, porém neste momento não me apetecia de modo nenhum uma leitura dessas. Sim, Sparks é referido na capa e assim que vi o nome podia ter fugido a sete pés, contudo nem tudo o que vem referenciado na capa de um livro é verdade. Nunca te Esqueci é um livro que não conseguiu concorrer com as minhas outras leituras. Fui relegando-o para segundo plano porque simplesmente não via evolução na história. Iris e Hugh não brilhavam e fui perdendo o interesse. Surgia de vez em quando uma centelha de esperança quando Hugh tentava alcançar o pai ou quando se lembrava do brincalhão e divertido Chase. O seu falecido irmão é de longe  minha personagem favorita apesar de só o conhecermos através de Hugh. Este foi um livro que não igualou nem muito menos superou aquilo que eu esperava dele. Uma leitura razoável que não me apaixonou...

3/7- RAZOÁVEL


PS: Obrigada Segredo dos livros!

domingo, 27 de novembro de 2011

Uma Voz na Noite de Sandra Brown

A história apaixonante de uma mulher assombrada pelo passado e presa num pesadelo que ameaça destruir o seu futuro. Uma narrativa brilhante, rápida, cheia de tensão sexual, por uma das autoras mais populares da América. Para Paris Gibson, o seu popular programa de rádio nocturno é ao mesmo tempo uma fuga e o seu contacto real com o mundo exterior. Desde que se mudou para Austin para mitigar a dor dos passados erros trágicos, Paris leva uma vida solitária, ganhando vida apenas quando apresenta o seu programa. Para os ouvintes fiéis, é uma amiga sensata e de confiança, que não só acede aos seus pedidos de música, como ouve também os seus problemas e, ocasionalmente, dá conselhos. O mundo de isolamento de Paris é, porém, gravemente ameaçado quando um ouvinte - um homem que se identifica apenas como «Valentino» - lhe diz que os conselhos que deu à mulher que ele ama a levaram a abandoná-lo e que agora ele próprio pretende vingar-se. Primeiro, planeia matar a rapariga, que já raptou, dali a 72 horas, e a seguir virá atrás de Paris.

A MINHA OPINIÃO:

Uma Voz na Noite já estava na minha estante há algum tempo e nunca me senti tentada a lê-lo. Acho que o li na altura certa. Foi uma leitura voraz!O enredo contribuiu muito para esta velocidade de leitura. Sandra Brown enlaçou-me numa história com um toque de policial e de suspense que se mantém até ao fim. A autora é muito astuta fazendo surgir vários suspeitos, todos com fortes motivos para perpetuarem os crimes do misterioso e sádico Valentino. Comecei a suspeitar de todos e de tudo o que se mexia!!! E quando o segredo é revelado, fiquei atónita! A razão para tanta monstruosidade também é a estupefacção total!  Contudo, este  é um policial algo romanceado pois, Paris, a protagonista tem um passado trágico que pode ou não estar envolvido com Valentino. Dean Malloy é um dos polícias encarregados do caso e também  tem "esqueletos no armário". Valentino aproveita-se das suas fraquezas e ganha terreno. E nesta corrida alucinante,o tempo é uma preciosidade! O prólogo marca logo o ritmo vertiginoso que se seguirá... Arrebatou-me de imediato e as páginas fluíram levemente e sem restrições. A culpa é do telefonema que baralha e aterroriza Paris! Existe algo mais assustador do que alguém estranho entrar nos nossos domínios que julgamos sagrados e invioláveis? A sensação de estar encurralada não é propriamente a mais das saudáveis das sensações. Um bom thriller muito bem orquestrado pela escritora que transmite muito bem o sufoco de Paris, da rapariga desaparecida e a angústia em encontrar o culpado. Não é tão negro como alguns policiais por aí publicados, mas ainda assim uma boa leitura! O livro peca em algumas traduções de expressões americanas que me fizeram confusão como cowboy para cobói e, por trocar o nome de uma das personagens algumas vezes: ora era Miriam, ora era Marian.


4.5/7- MUITO BOM

domingo, 13 de novembro de 2011

A Glória dos Traidores (Crónicas de Gelo e de Fogo VI) de George R.R Martin


As Crónicas de Gelo e Fogo, a saga de fantasia mais vendida, elogiada e premiada dos últimos 50 anos, e a única obra de fantasia a conseguir o primeiro lugar do Top do New York Times.
Esta é uma saga de grande fôlego, que vai buscar à realidade medieval a textura e o pormenor que conferem dimensão e crueza a um universo de fantasia tão bem construído que faz empalidecer a Terra Média de Tolkien. Martin é um especialista na manipulação das expectativas dos leitores e, profundo conhecedor do género, não de estender sucessivas armadilhas com as quais desarma os tropos que o leitor pensa reconhecer a cada página. O Épico de fantasia que toda a Fantasia Épica gostava de ser.

A MINHA OPINIÃO:

Depois de A Tormenta de Espadas que, conjuntamente com este volume constitui o terceiro volume original das Crónicas de Gelo e Fogo seguiu-se a leitura intempestiva deste A Glória dos Traidores. Eu pensava que George R.R Martin não me conseguia surpreender mais... Estava mais uma vez redondamente enganada!!! Porquê? Porquê Martin? Tinhas mesmo de fazer aquilo àquela personagem?!Agora até tenho medo de virar a página temendo que aconteça algo de muito mau às minhas personagens favoritas! O escritor é aparentemente errático definindo os destinos das suas personagens como inesperados todavia, existe algo nos compele a continuar a ler e, quando alcançamos o fim percebemos que, afinal Martin já tinha delineado tudo deste o princípio e, nós é que ainda não tínhamos atingimos a sua grandeza de pensamento. Mindinho, Lord Baelish, é um símbolo desta faceta de George R.R Martin! Manipulador,sagaz, e sem lealdade conhecida, ele é "dono" dos últimos e estonteantes capítulos. Sempre desconfiei que ali havia qualquer coisa, mas vê-lo impresso no papel foi espantoso. A forma como o autor alinhavou o princípio e o fim é absolutamente brilhante! Estava tudo lá! Eu é que não me apercebi! Este livro é profícuo em traidores... Eis o seu júbilo!!! O problema é o meu coração de leitora que não aguenta tantas emoções umas atrás das outras. Depois de uma primeira parte, A Tormenta das Espadas, agoirando uma drástica mudança, este volume confirma-a. Westeros está a ferro, fogo e gelo! Porém, por detrás das guerras, de reis e das suas cortes joga-se outro jogo ainda mais letal. A intriga, as alianças e as traições todas se consumam. Ninguém está a salvo!Cada página que viramos pode ser a última para um dos nossos personagens favoritos. Se umas definham, outras engrandecem. Jon Snow tem os melhores capítulos do livro. Cresce muito por força das circunstâncias e também graças à sua personalidade voluntariosa e cativante! Neste livro, o seu destino sofre uma reviravolta e o bastardo dos Starks promete para os volumes seguintes! Bran trilha um caminho semelhante ao meio-irmão. Tenho um pressentimento que ainda trará muito à história. Samwell Tarly também é inesquecível! Desprezado pelo seu pai, Sam não é tão tolo como parece! No Norte, trava-se uma guerra com o que está para lá da muralha de gelo. Jon, Bran, Sam são dos que mais se destacam. No Sul, Tyrion deixou-me atónita! Os Lannisters são mesmo imprevisíveis! Cuidem-se!.. Os leões pagam sempre as suas dívidas! O seu irmão Jaime está a tomar de assalto o meu coração. Será que existe bondade na alma daquele a quem chamam Regicida? Parece-me que sim. As suas condenáveis acções do passado estão a moldar o seu futuro e ele parece ter descoberto um novo rumo. Cersei, a irmã gémea, é ainda uma incógnita. Será só o que aparenta? Espero que no próximo volume, haja capítulos só dela. Na corte de Stannis, a mulher do fogo, Melissandre é também um enigma. As suas premonições são verdadeiramente intrigantes e os seus meios para os atingir moralmente questionáveis.Mas, não tenho bem a certeza se ela está a apostar no cavalo certo. Daenerys é outra personagem feminina forte que tem poucos, mas decisivos capítulos! Já não é mais aquela menina assustada do primeiro volume. A Mãe dos Dragões está cada vez mais segura e confiante. Todavia, para mim, a revelação do livro é Petyr Baelish, o Mindinho. Simplesmente genial! Tive de ler várias vezes uma frase para me convencer que aquilo estava mesmo a acontecer!Foi uma leitura soberba e que, por incrível que pareça surpassa a anterior das Crónicas.É o meu livro predilecto até agora. Começam-me a faltar adjectivos para classificar esta grande história de George R.R. Martin. Gloriosa seria um termo adequado! Segue-se um festim...;)

7/7-OBRA-PRIMA

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Coração de Murano de Marina Fiorato


Um segredo sombrio. Um coração de cristal. Um amor que resistiu ao tempo.
Veneza, 1681. O fabrico do vidro e cristal representa um inestimável monopólio para a República e os espelhos venezianos são considerados mais valiosos do que o ouro. Sob a vigilância atenta do Conselho dos Dez, os sopradores de vidro de Murano vivem praticamente aprisionados na pequena ilha, onde os segredos do seu ofício são guardados a sete chaves. Mas o maior dos artífices, Corradino Manin, ver-se-á forçado a revelar os seus métodos e a vender a alma a Luís XIV, o Rei Sol, para proteger a sua filha ilegítima.
Quase quatro séculos depois, Leonora Manin deixa para trás um passado infeliz em Londres para iniciar uma nova vida como sopradora de vidro em Veneza. Será na cidade mágica dos canais que encontrará o amor e a possibilidade de refazer a sua vida. No entanto, à medida que os segredos da traição do seu antepassado vão sendo desvendados, Leonora verá o seu próprio destino interligado com o de Corradino.
Entre dois tempos, o período renascentista e a actualidade, O Coração de Murano é um romance inesquecível que decorre na mais bela cidade do mundo.


A MINHA OPINIÃO:

A escritora Marina Fiorato captou a minha atenção com o seu livro, A Virgem das Amêndoas contudo, foi este O Coração de Murano que me conquistou. A sua escrita é de uma beleza subtil, alterna entre o passado e o presente criando um enredo muito apetecível. Nunca me senti alienada da acção, pelo contrário, as cores e os aromas de Veneza entranharam-se em mim e sonho, agora, visitar esta belíssima cidade. Fiorato fez-me viver como uma veneziana. Embarquei nesta jornada com Nora Manin e, tal como ela, experimentei as novas sensações de viver numa cidade com uma personalidade muito singular. O livro é riquíssimo em pormenores, em detalhes históricos e em emoções o que só apaixona mais o leitor. A referência à ilha de Murano onde é fabricado o mais belo vidro do mundo foi para mim, uma surpresa. Desconhecia a sua existência e foi com deleite que acolhi esta nova informação. A ideia de uma ilha solitária onde só vivem os sopradores e a sua arte parece uma ilusão. Todavia, este pequeno aglomerado existe mesmo. Marina Fiorato constrói muito bem as personagens, ancorando-as numa base histórica credível. Conrado Manin é um bom exemplo. É alguém que a autora cria e fortalece. Quase que deixa de ser fictício para deixar a sua marca na História. É a minha personagem favorita. A sua habilidade com o vidro, o seu amor pela filha e as loucuras que por ela comete tornam-o humano. E os humanos são capazes de tudo em prol da arte régia do coração! Nem a arte de soprar o vidro a ultrapassa... O amor à família é demasiado poderoso! O Coração de Murano é um livro pequeno, com uma grande mensagem, envolvente e um hino à arte de moldar o vidro, a Veneza e à alegria de viver! Porque viver é a arte mais complicada que existe! As nossas escolhas ditarão o nosso caminho e o futuro sorrirá ou definhará se não for alimentado correctamente, como a beleza do vidro que morre quando não é soprada...


5/7- MUITO BOM*

PS: Obrigado mano:)...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A Tormenta das Espadas (Crónicas de Gelo e Fogo V) de George R.R. Martin



As Crónicas de Gelo e Fogo, a saga de fantasia mais vendida, elogiada e premiada dos últimos 50 anos, e a única obra de fantasia a conseguir o primeiro lugar do Top do New York Times.
Esta é uma saga de grande fôlego, que vai buscar à realidade medieval a textura e o pormenor que conferem dimensão e crueza a um universo de fantasia tão bem construído que faz empalidecer a Terra Média de Tolkien. Martin é um especialista na manipulação das expectativas dos leitores e, profundo conhecedor do género, não de estender sucessivas armadilhas com as quais desarma os tropos que o leitor pensa reconhecer a cada página. O Épico de fantasia que toda a Fantasia Épica gostava de ser.

A MINHA OPINIÃO:

George R.R. Martin conseguiu mais uma vez! Voltou a deixar-me atordoada e surpreendida!Neste livro, A Tormenta das Espadas, o escritor como que prepara o leitor para o que virá depois, que não sabemos o que será e, apesar de conjecturarmos o futuro e profetizarmos, nós, leitores, nada sabemos. Como lhe é característico, George R.R. Martin quebra os estereótipos e, é desconcertante na apresentação dos personagens. Surgem novos capítulos dedicados a novos intervenientes desta grande história. Davos, o Cavaleiro das Cebolas é um dos meus favoritos.A sua iliteracia não o diminui em nada. A sua sabedoria é enorme e o seu coração ainda maior! Outros personagens ganham mais destaque e, destes é exemplo, Jaime Lannister. Os seus capítulos são brilhantes e electrizantes. A par do irmão, Tyrion, por quem tenho uma grande paixão literária fundamentada pela sua inteligência e pelo seu carisma, Jaime é, agora, um dos meus preferidos. Nada desculpa as suas acções passadas contudo, nesta obra é ele que resplandece. Os seus motivos, conflitos interiores e amores duvidosos são esmiuçados e permitem que o compreendamos melhor. Os Lannisters pagam sempre as suas dívidas. Brienne de Tarth é outra personagem inquietante. Com um código de honra muito próprio, ela triunfa pelo seu modo invulgar, algo desengonçado e excêntrico perante os demais. Todas as personagens de George R.R. Martin são fascinantes. Cada uma segue o seu código, muito seu, muito próprio, por vezes, deturpado pelas suas ambições e pelas suas escolhas mas, verdadeiramente absorvente. A cada passo descobrimos uma nova faceta nelas porém, não são incoerentes. Há uma espécie de coerência na sua incongruência! O Cão de Caça é talvez, a sua epítome. Nele coalescem a bondade e a maldade. Em todas as suas personagens há uma verdade nua e crua. Sentem-se divididos entre o seu dever, seja ele qual for, e o seu desejo, às vezes tão profundo que dói. Jon Snow, um dos meus favoritos, trava essa batalha interminável. Bastardo, irmão de sangue, irmão de negro, homem, Jon tem tantas opções à sua frente e nenhuma delas lhe parece a mais correcta. Depois, há aqueles que têm o seu destino traçado todavia, o seu caminho é difícil e espinhoso. Daenerys Targaryen, herdeira de uma dinastia, sonha com o seu regresso triunfante porém, a menina que se transformou em mulher ainda se questiona e ainda procura os meios para o conseguir. Com poucos meios de subsistência está Brandon Stark que vai em rota incerta em busca do conhecimento que lhe escapa no mundo dos homens. Neste livro, o escritor coloca mais pedras na sua construção e dá-lhe solidez e consistência. Não há momentos de grande impacto a cada página há, sim, um novo olhar e um reforçar das suas paredes. Ficamos com a sensação de tudo vai mudar mais uma vez e de que o Inverno está chegar. Acautelem-se!... Parece-me que um novo vento varrerá Westeros em breve... E como a minha curiosidade é insaciável, A Glória dos Traidores já está quase todo devorado!

7/7- OBRA-PRIMA

domingo, 16 de outubro de 2011

Música das Sombras de Julie Garwood


St. Biel, na Escócia, é alvo de cobiça há várias gerações pelos míticos tesouros que guarda, e Gabrielle é uma princesa britânica enviada pelo rei para um casamento de conveniência. Quando chega à terra de belas paisagens, Gabrielle compreende a dimensão da cobiça e da crueldade que a rodeiam. O casamento acaba por não acontecer, mas a jovem continua a ser um trunfo político para os que querem dominar St. Biel. Numa obra apaixonante, Julie Garwood faz-nos viajar à dura e apaixonante Escócia medieval.
"Música das Sombras inclui todos os ingredientes necessários para que os românticos mergulhem nos pântanos, nas montanhas e na magia dos mitos da Escócia medieval." (The Roanoke Times)
A MINHA OPINIÃO:
Música das Sombras é o primeiro livro que leio de Julie Garwood. Não fiquei particularmente impressionada. É uma leitura agradável e a protagonista é suficientemente independente, com uma personalidade própria que não desaparece completamente quando encontra o seu interesse amoroso, ao contrário, do que acontece em muitos livros deste género. Porém, Garwood não tem o requinte de uma Emma Wildes  e a sua escrita é vulgaríssima. É certinha mas, para um romance de época que devia cativar tanto pela relação amorosa como pela distinção e classe da escrita, Julie Garwood perde terreno para outras autoras. Foi a história que me prendeu. Gabrielle é uma princesa destemida, inteligente e voluntariosa que se envolve em perigos e provoca os bons costumes da época com as suas atitudes espontâneas, em nome da justiça. Colm MacHugh é um laird que cede o seu coração à bela princesa. Apesar de os dois terem uma cumplicidade relativamente enternecedora, esta surge nas últimas páginas do livro, o que faz com que Gabrielle assuma o papel de figura principal de quase todo o livro. Faltaram mais momentos de Colm. A sua personagem desvanece-se na penumbra. Todavia, Gabrielle consegue "segurar" bem a história. O mistério do tesouro de St. Biel que a rodeia é muito interessante...  O que eu dispensava mesmo era a obsessão  irrealista e extremista de alguns personagens pela princesa assim, a leitura ganharia mais ritmo e torna-se-ia muito mais aprazível e menos repetitiva. É um livro que proporciona descontracção e prazer, mas que beneficiaria um pouco mais se houvesse mais dinâmica e menos repetição.

3.5/7-RAZOÁVEL**

PS: Obrigada Segredo dos Livros!

sábado, 15 de outubro de 2011

Dia Fábio Ventura


Esta é mais uma iniciativa que circula pelo facebook:


No seguimento de iniciativas anteriores, no dia 23 de Outubro desafio-te a usar como imagem de perfil a capa de uma das obras do jovem autor Fábio Ventura.

Quer tenhas lido ou não, espero que te juntes a nós neste evento de promoção de uma escritor nacional. Partilha, divulga e convida!De modo a incentivar à divulgação do evento, proponho um desafio: quem recrutar mais participantes terá o direito de escolher o próximo autor português a ter um "Dia". Para seres elegível, aqueles que convidares terão de, no dia em questão, colocar no perfil a foto da capa de uma das obras de Fábio Ventura e publicar no mural do evento o teu nome, indicando-te como a pessoa que as informou da iniciativa. Está nas tuas mãos pedir ajuda aos teus “friends” e puxar por eles.O que dizes, aceitas o desafio?
Vamos encher o Facebook com livros!!



http://www.facebook.com/event.php?eid=238978456149826

Desafio Crónicas Obscuras- 500 fãs


AQUI DEIXO UM DESAFIO SOBRE O LIVRO CRÓNICAS OBSCURAS:


"Lembram-se que me comprometi a escrever um conto protagonizado por uma personagem à vossa escolha de “A Vingança do Lobo” quando a página de Crónicas Obscuras no Facebook atingisse os 500 seguidores? Pois bem, está na hora de adoçar o negócio:

1. Quando chegarmos aos 300 irei disponibilizar no blogue e na página do Facebook o pequeno conto “Crónicas Obscuras – Farol”. 2. Quando chegarmos aos 500, não só escreverei um conto protagonizado por uma personagem à vossa escolha de “A Vingança do Lobo”, como, se alcançarmos esse patamar antes das 23h30 do dia 21 de Dezembro, também disponibilizarei digitalmente um conto de Natal de Crónicas Obscuras.Mais 255 fãs em 14 semanas é difícil? Com a vossa ajuda não acredito que seja :) 
Por isso: divulguem, convidem e partilhem."



http://www.facebook.com/event.php?eid=246571788713633

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Inkheart- Coração de Tinta de Cornelia Funke

Meggie é uma grande apreciadora de histórias e adoraria que o pai lesse em voz alta para ela. Mas ele não o faz há muitos anos, desde que a mãe desapareceu misteriosamente. O pai possui um dom especial: quando lê um livro em voz alta, as palavras ganham vida na sua boca e coisas e personagens das histórias saltam do livro para o mundo real. O pior é que quando algo salta cá para fora, alguém ou alguma coisa deste mundo entra para dentro do livro... A partir daí, sucede-se um sem-fim de desconcertantes aventuras, mistérios e muito suspense... Cornelia Funke escreve com mestria, fazendo o leitor sentir que está dentro da história. Talvez ela também tenha o dom... O filme baseado neste livro teve estreia mundial em 2009.
A MINHA OPINIÃO:

Inkheart- Coração de Tinta é um livro trepidante, pujante de adrenalina e acção! Cornelia Funke é uma escritora fluída e de grande imaginação. A história gira em torno de Meggie e de seu pai Mortimer que adoram ler, livros e embrenhar-se no mundo fantástico que estes revelam. O seu amor por estes pequenos grandes objectos é-me familiar porque eu também sou uma amante de livros. Aliás, designá-los por objectos é ridicularizá-los. Eles são muito mais do que isso! Um livro é uma porta para outro mundo, um barco para navegar em mar desconhecido ou apetecido ou uma magnífica viagem ao passado... As descrições deste livro, em particular, são deliciosas. Quem não gostaria de viver numa casa recheada por livros? Elinor, a tia da mãe de Meggie é aficionada e colecciona exemplares únicos e peculiares. A sua mansão é um paraíso porque alberga milhares destes pequenos amigos. Encontrar nas personagens uma paixão que tão bem conheço foi um grande passo para gostar deste Coração de Tinta. Apesar de ser um livro mais juvenil, é bastante cativante e coloca questões tentadoras para quem é viciado em histórias. Já imaginaram se as personagens  que adoramos transpusessem as páginas? Há umas que é melhor ficarem lá. Eu não gostaria nada de ter um Gollum empoleirado na minha janela a gritar: "My Precious!" ou um Voldemort debaixo da minha cama! Mortimer tem este dom: lê em voz alta e elas aparecem no mundo real. Em contrapartida, o livro exige algo de volta. Mas, ter personagens à solta não é tão idílico como parece. Será que elas gostariam de deixar o seu mundo para trás?Ou criariam um novo mundo? Cornelia Funke brinca com leitor apresentando-lhe esta ideia irresistível porém, perigosa. Tanta vivacidade e paixão torna este livro verdadeiramente viciante!O fantástico e o real entrelaçam-se muito bem e personagens como Dedo de Pó, Basta e Capricórnio são quase palpáveis e satisfizeram o meu imaginário.Uma história muito boa que me prendeu até ao fim!


4.5/7-MUITO BOM

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Na caixa do correio...:)

 

Este Verão excedi-me um bocadinho nas comprinhas... Mas todos os livros que, aqui estão foram adquiridos em promoções ou em segunda mão, exceptuando os da Colleen. Adoro Colleen McCullough porém, a sua editora em Portugal faliu e é difícil encontrar livros dela. Assim fiz uma incursão a uma livraria antiquíssima para os poder encontrar. 
Os da Europa-América são novos e foram adquiridos no site da editora a metade do preço. A Presença brindou-me com a segunda Marés Vivas. A partir de agora, vou entrar em contenção de despesas pois, o meu mealheiro começa a queixar-se!

PS: Sandra, eu disse-te que tinha exagerado um bocadinho:)...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Segredo da Casa de Riverton de Kate Morton

Como sobrevivem os que presenciam a tragédia?

Verão de 1924

Na noite de um glamoroso evento social, um jovem poeta perde a vida junto ao lago de uma grande casa de campo inglesa. Depois desse trágico acontecimento, as suas únicas testemunhas, as irmãs Hannah e Emmeline Hartford, jamais se voltariam a falar.

Inverno de 1999

Grace Bradley, de noventa e oito anos de idade, antiga empregada da casa de Riverton, recebe a visita de uma jovem realizadora que pretende fazer um filme sobre a morte trágica do poeta.Memórias antigas e fantasmas adormecidos, há muito remetidos para o esquecimento, começam a ser reavivados. Um segredo chocante ameaça ser revelado, algo que o tempo parece ter apagado mas que Grace tem bem presente.Passado numa Inglaterra destroçada pela primeira guerra e rendida aos loucos anos 20, O Segredo da Casa de Riverton é um romance misterioso e uma emocionante história de amor. 

A MINHA OPINIÃO: 

Simplesmente perfeito! Após este livro, Kate Morton cimentou o seu lugar como uma das minhas escritoras favoritas. O Jardim dos Segredos foi uma das minhas melhores leituras o ano passado e, desejei tanto que O Segredo da Casa de Riverton ocupasse uma posição semelhante este ano que, receei a desilusão. Todavia o meu medo era infundado. A escritora constrói mais uma história fabulosa tendo como narradora, Grace. A nonagenária é uma personagem fantástica e através da sua narrativa conheci Hannah, Emmeline, David, Robbie e Frederick. A magia miraculosa de Kate Morton está em intercalar o passado com o presente e a deixar-nos a suspirar por mais. Cada capítulo era sinónimo de uma nova descoberta e cada página era um novo começo! À medida que a leitura avançava: revivi sonhos, deliciei-me com a habilidade da escritora em introduzir História na história e surpreendi-me com a revelação valiosa de segredos. É um livro tão belo! Vive das suas personagens genuínas e maravilhosas! Hannah é uma mulher determinada, apaixonada pela vida e aventureira contudo, no princípio do século XX, a sua vibrante personalidade é um empecilho para sociedade. Emmeline é doce, deseja o amor e procura encaixar num grupo pois, só assim consegue ser feliz. Duas irmãs, tão diferentes e tão fascinantes! David, o seu irmão mais velho é responsável e corajoso mas, a Guerra irá mudar a sua vida, tal como a de muitos jovens como Robbie e Alfred. O seu patriotismo e a sede de afirmar a sua coragem perante o mundo não os prepararam de maneira nenhuma para os horrores da guerra. Os que ficam para detrás também sofrem com a sua ausência: o pai que teme pela vida dos filhos, a mulher que aguarda o regresso do marido e os filhos que, provavelmente, não chegaram a conhecer os pais. Kate Morton é fenomenal e de uma premissa simples cria uma obra magnífica que abrange todo o século XX,as duas grandes guerras e a consequente revolução social. É livro tão marcante que é difícil encontrar palavras para descrevê-lo! Se o tivesse de reduzir a uma única palavra diria segredo ( "full of secrets"!).Os segredos são os verdadeiros protagonistas. Eles conduzem a história e a sua força é tanta que atrai a tragédia e a alegria. E, apesar de haver um tom de fatalidade na história fica sempre no ar um aroma a esperança... É como se o livro ganhasse vida e vivêssemos as vicissitudes e as paixões das personagens como se fossem nossas! Uma leitura estupenda que me perseguiu mesmo depois de fechar o livro!:)...

6/7-EXCELENTE

domingo, 18 de setembro de 2011

Sétimo Céu de Catherine Anderson


Este livro é uma das suas histórias mais emblemáticas e com ele os leitores vão certamente rir, chorar e acreditar na verdadeira força do amor!Passaram-se dez anos desde que Joe Lakota trocou a sua cidadezinha do Oregon e a mulher que amava pelas falsas promessas de uma grande metrópole. Agora está de regresso, porque quer proporcionar ao filho aqueles valores que só se encontram verdadeiramente na terra que nos viu nascer. E também porque ambiciona reacender a paixão que em tempos o uniu à bela Marilee Nelson. Esta porém já não é a jovem tranquila que um dia ele abandonou. É hoje uma mulher atormentada por um segredo que não quer partilhar, nem mesmo com Joe.É então que Joe lhe faz o mais irresistível dos pedidos: que se torne sua mulher e mãe do seu filho. Como poderá ela, no entanto, concordar com tal casamento, quando não é sequer capaz de lhe dizer a verdade?

A MINHA OPINIÃO:

Catherine Anderson é uma escritora a quem recorro quando me apetece uma leitura leve, despretensiosa e com um final feliz. Sétimo Céu não é excepção. É mais uma bonita história da escritora que gosta de mudar o estereótipo do casal lindo, esbelto e perfeito. Gosta de incutir numa das personagens principais uma fraqueza, uma deficiência, um medo ou um segredo atormentador.  Desta vez, é Marilee, uma jovem mulher que abandonou o homem que amava há dez anos porque achou que era o melhor a fazer.O real motivo da sua rejeição é incerto. Joe seguiu com a sua vida e teve um filho, o adorável Zachary. Mas, nunca se esqueceu da mulher que deixou para trás. É uma leitura fácil e as personagens são minimamente cativantes. A previsibilidade é uma constante e era expectável dado que, já conhecia a escritora e a sua fórmula e sabia, à partida, que não era um livro muito exigente. Contudo, se os outros livros de Catherine Anderson satisfizeram a minha sede, este ficou aquém das minhas expectativas. Não nego que é agradável mas, falta-lhe qualquer coisa. Creio que fiquei fatigada da história padrão da escritora. É verdade que já a esperava porém, tinha sempre aquela esperança que alguma coisa mudasse. A esta pequena frustração junta-se a tradução arrepiante! Ora aparecia "você", ora "tu" e surgiam expressões duvidosas como "coração querido", que o Joe usava quando se dirigia a Marilee. Coração querido? Será esta a tradução de "sweetheart"? Não faço ideia. A única certeza que tenho é que me retiraram algum prazer da leitura.
Para quem nunca leu Catherine Anderson é um bom livro para começar todavia, para as veteranas como eu, é apenas mais um que não faz grande alarido, nem surpreende. Lê-se bem e tem momentos enternecedores mas, não é mais do que isso.

3.5/7-RAZOÁVEL

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Os Pássaros da Morte de Mo Hayder

"No seu primeiro caso como investigador principal na Brigada Anti-Crime de Londres, o jovem detective Jack Caffery depara-se com um caso de um serial killer em ascenção. A descoberta do corpo de uma jovem mulher numa lixeira próxima do Millennium Dome de Greenwich abre as portas a estes sórdidos crimes. Um a um, são descobertos mais quatro corpos a apenas a alguns passos do primeiro. Cinco cadáveres, todos jovens mulheres brutalmente assassinadas de forma ritualistíca e estranhamente precisa. Para além da autópsia ter revelado que todas as jovens eram prostitutas, e a todas elas tinham sido injectado uma dose letal de heroína, directamente na base do crânio, e após falecimento tinham sido violadas. Como se não bastasse, descobriu-se mais um aspecto, o mais macabro de todos, que indica um único criminoso: na caixa torácica encontrava-se, no lugar do coração, um pássaro vivo. Usando todas as armas de que a ciência forense dispõe, Caffery e a sua brigada anti-crime travam uma luta contra o tempo, antes que o “Violador do Millennium” ataque de novo... "

A MINHA OPINIÃO:

Pássaros da Morte é um livro brutal em todos os sentidos! A crueldade dos homicídios descritos é inquietante e perturbadora! Mo Hayder não se coíbe nos detalhes macabros e nos pormenores mórbidos que me impressionaram vivamente e eu não sou uma pessoa facilmente impressionável. Este policial deixou-me estupefacta e ansiosa pelo desenlace. Jack Caffery, o protagonista, é um detective profissionalmente eficiente mas, marcado pela perda e pela vida socialmente disfuncional, fruto da sua incapacidade de enterrar o passado e seguir em frente. Jack é uma alma torturada pelo desaparecimento do seu irmão Ewan. O seu irmão mais novo é um fantasma que o agarra, impedindo-o de voar mais alto. O jovem detective é uma personagem cativante e os seus problemas fizeram com que me compadecesse ainda mais dele, o que aumentou a minha velocidade de leitura. Apesar dos seus crimes violentos e arrepiantes, é um livro compulsivo e viciante. Foi o meu regresso ao policial e não podia ter sido melhor... Mo Hayder é brilhante na construção desta história e o leitor entra na mente do polícia, da vítima e do assassino. O suspense é mantido até ao fim e, embora tenha desconfiado a certa altura de quem seria o assassino,o Homem dos Pássaros, isto não diminuiu a minha ansiedade e continuei a virar as páginas freneticamente. É crucial descobrir quem é o perpetuador dos homicídios porém, para conhecermos a sua identidade é necessário entender as suas motivações, por mais horrendas que estas sejam. Jack Caffery é inteligente e intuitivo e é com ele que partilhamos a investigação. Mas será ele capaz de travar o serial-killer? O final é irrespirável e os duelos entre o assassino e a justiça são angustiantes e surpreendentes. Fiquei chocada, boquiaberta e cheguei a reler algumas linhas só para verificar se tinha lido bem. É um livro intenso que pode ser demasiado forte para alguns paladares... Todavia, foi uma leitura verdadeiramente marcante e um regresso fantástico a um género que andava um pouco esquecido por estes lados!


6/7- EXCELENTE

sábado, 10 de setembro de 2011

As aventuras de Pinóquio - História de um boneco de Carlo Collodi


Este álbum reúne a universal obra de Carlo Collodi, numa nova tradução a partir das suas mais recentes edições críticas, e a série de pinturas que a consagrada artista plástica Paula Rego dedicou ao personagem Pinóquio. Este volume conta igualmente com um posfácio de Italo Calvino, e textos da escritora italiana Romana Petri sobre as pinturas de Paula Rego.

A MINHA OPINIÃO:

Pinóquio foi uma personagem que me deixou confusa! Às vezes, apetecia-me aplicar-lhe um belo correctivo ( uma boa palmada naquele rabo de madeira, servia!) por ser insolente, desobediente e por destroçar o pobre coração de seu pai e da Fada Azul que tão bem o tratavam. Mas, quando ele se arrependia e chorava desalmadamente com remorsos, ficava com pena e lá lhe perdoava. Pinóquio é um boneco que desperta sentimentos bem humanos no leitor! Não é a primeira vez que leio a sua história intemporal. Li-o há muitos anos e sinceramente não me recordava de muito. Contudo, este álbum é uma preciosidade e era inconcebível a ideia de não lê-lo! Além da história de Carlo Collodi contém pinturas lindíssimas de Paula Rego e um posfácio brilhante de Italo Calvino. Apesar de não me lembrar muito das aventuras de Pinóquio, tinha bem presente a sensação que ficou após a sua leitura há tantos anos. Fiquei maravilhada com as suas peripécias! Nesta segunda leitura, esta sensação esmoreceu um pouco. Às vezes, Pinóquio consegue ser tão ingénuo ao ponto de me irritar. Como é possível cair vez após vez no mesmo engano? Mas, posso justificar a minha falta de paciência com o facto de os anos terem passado. Já não sou mais aquela criança que se encantava facilmente com o País da Brincadeira ou com um pau de cerejeira que se tornou num boneco falante. Ainda assim, li o livro num só fôlego e, por incrível que pareça, apaziguou-me as noites!Apesar de ser uma história maioritariamente infantil não é um conto-de-fadas! Nas suas linhas encontramos mensagens para a vida como a de sermos persistentes e verdadeiros para alcançar os nossos objectivos com sucesso. O boneco que não quer estudar ou trabalhar é um professor surpreendente...  Este livro de Carlo Collodi tem uma linguagem infantil que pode não agradar a muitos que buscam uma obra brilhantemente escrita. Não o é. A sua riqueza reside no fascínio que as personagens impõem ao leitor. Será que Pinóquio irá reencontrar o seu pai? Será que emendará as suas acções? É uma leitura perfeita para os mais pequenos e para os graúdos lerem aos miúdos em voz alta pois, eles também podem tirar conclusões.

4/7-BOM


sábado, 27 de agosto de 2011

Na caixa do correio...:)


Não há nada melhor para uma viciada em livros do que chegar a casa e ter livrinhos à espera. Ou estar em casa e receber livrinhos:)... A editorial Presença mandou Os pássaros da morte e A Última Legião, cortesia do passatempo Marés Vivas. O Coração de Murano foi uma prendinha e os outros dois foram adquiridos a um preço muito razoável, um em segunda-mão e um numa promoção. 

Então, gostaram? Tinkerbell, este post foi para te fazer inveja :p...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Pecados na Noite de Sherrilyn Kenyon

No universo dos Predadores da Noite existe um código de honra que até os imortais mais ousados devem seguir: Não magoar humanos. Não beber sangue. Nunca se apaixonar. Mas, de vez em quando, um Predador parece achar-se acima do código. É nessa altura que sou chamado. Quem sou eu? Sou a fúria que terá de enfrentar. Nada me pode tocar. Nada me pode deter. Sou implacável e insensível. Ou assim pensava eu, até me cruzar com uma Predadora da Noit conhecida como Danger - e não o é apenas no nome, mas na forma como vive a vida. Não confia em mim. E quem sou eu para censurá-la? Apenas ela sabe que estou aqui para julgar, sentenciar e, muito provavelmente, executar os seus amigos. Danger St. Richard é uma distração fatal. Algo nela conseguiu despertar um coração que eu julgava morto para sempre. Nesta corrida contra o mal, a única esperança da Humanidade é que eu cumpra o meu dever. Mas como poderei fazê-lo se isso significa sacrificar a única mulher que alguma vez amei?
A MINHA OPINIÃO:

Pecados na Noite é o quarto livro que leio desta série. Sendo este o 8º volume, ando claramente a trapacear a ordem da saga dos Predadores da Noite. Contudo, apesar disto não me senti em nenhum momento à deriva. No princípio, ainda estive com medo de não perceber  a história na totalidade o que gerou um pouco de confusão. Claro que existem mensagens subtis que não consegui decifrar por não ter lido os anteriores e, foi essa falta de informação que me fez tomar a resolução de começar a lê-los correctamente daqui para frente.Para mim, Pecados na Noite foi uma novidade muito apetecível. Sherrilyn Kenyon resolveu inovar e, desta vez, o casal protagonista é composto por uma Predadora da Noite (em vez de um), Danger e uma "outra coisa", Alexion. É a melhor maneira de definir o braço-direito de Acheron, "outra coisa". Danger é uma personagem incrivelmente ousada, sarcástica, carismática e letal, literalmente. É delicioso ver uma mulher triunfar e, ser tão boa ou melhor, que os seus contra-partes masculinos. Sexo fraco, o tanas!:p Alexion é igualmente intrigante e apesar de ele ser "outra coisa", não sabe muito bem como lidar com a forte personalidade de Danger. As picardias entre os dois chegam a ser sensualmente hilariantes! Um grego antigo e mulher francesa do século XVIII a discutir o filme, Tróia pode ser muito muito divertido! A escritora é hábil e uma discussão sobre um filme de Hollywood rapidamente se transforma numa cena engraçadíssima. Contudo, o que sobressai neste livro é a mística que rodeia Acheron. Quem é ele? Ou o que é? Ele ganha mais protagonismo nesta história o que muito me agrada pois, é das minhas personagens favoritas. Antagonizando com o "senhor" dos Predadores da Noite está Stryker, o responsável pelas maldades e maquinações que irrompem na história. Vingativo e  maquiavélico, ele é um semi-deus com quem eu não me metia! Sherrilyn Kenyon é, mais uma vez, deliciosa e compensa a previsibilidade dos protagonistas com a imprevisibilidade da história com deuses em guerra que agem na sombra, camuflando os seus actos e esperando o momento oportuno para desferir o golpe certeiro. Para mim, o melhor trunfo desta escritora continua a ser o seu mundo. Tem raízes na mitologia grega, atlante, romana e lança um feitiço poderoso sobre o leitor deixando-o a "salivar" por mais! 


4/7- BOM


PS: Obrigada Segredo dos Livros! Não agradeço ao novo Acordo Ortográfico porque esse fez-me encontrar palavras como "pára" do verbo parar sem acento várias vezes, o que para mim, é ridículo!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Árvore dos Segredos de Santa Montefiore


Um amor proibido nas Pampas argentinas. Numa apaixonante paisagem onde o Sol se põe em tons de fogo, a escritora inglesa Santa Montefiore escreve um épico de amor, desilusão e segundas oportunidades. No rancho de Santa Catalina, os irmãos Solanas vivem e crescem juntos. Quando Paco se apaixona por uma irlandesa, Anna Melody, tudo muda na família. A filha de ambos, Sofia, que cresceu à sombra do ombú na quente planície, vive um amor proibido que a obriga a deixar a terra que sempre amou. Uma saga familiar que nos leva de Inglaterra à Argentina, numa cuidada narrativa de emoções fortes com um inigualável odor a gardénias...

A MINHA OPINIÃO:

Santa Montefiore é uma belíssima contadora de histórias! A Árvore dos segredos é simplesmente esplêndido! É daqueles livros que, mesmo depois lidos ficam connosco... Irei recordar para sempre Sofia, Santi, Maria e todas as personagens maravilhosas de Santa Montefiore! Coube a Sofia Solanas conduzir a história e, ela fê-lo tão bem que me agarrou até ao fim. Cada página era devorada e a Argentina, os seus cavalos e as "pampas" materializaram-se diante dos meus olhos. Dei por mim a pensar no futuro das personagens, no que lhes sucederia e se alcançariam a vida que tanto almejaram. O amor foi aqui brilhantemente retratado: o amor filial, pela terra e o amor proibido entre dois amantes improváveis. Será possível amar duas vezes na vida? A Árvore dos Segredos alberga o mapa para felicidade mas também a necessidade de fazer sacrifícios. É um livro extremamente comovente que me deixou sem palavras! Uma saga familiar que poderá trazer alegrias e lágrimas. Não sou muito de chorar quando leio mas, acredito que este livro possa tocar profundamente o coração dos mais incautos e fazê-los soluçar. Eu guardarei para sempre um lugar no meu coração para os Solanas! Sofia e Santi são fabulosos! Ela é rebelde e, se no princípio, até antipatizei com ela por ser insubordinada e teimosa no fim, era impensável imaginar uma protagonista melhor. A sua indisciplina é só uma maneira de chamar à atenção da mãe. Anna Melody sempre preteriu Sofia em favor dos irmãos. Contudo, Anna é mais complexa do que aparenta e o seu grande amor Paco já lhe fez sorrir mas também chorar. Santi é um apaixonado pela terra e pela vida! Percorre os caminhos de Santa Catalina com avidez palmeando milhas em cima do seu cavalo. A sua irmã Maria é outra personagem emocionante! Ela é a separação, a reconciliação e a sua força perante adversidade foi das que mais me cativou. Também me apeteceu a certa altura dar-lhe um safanão mas, isso só lendo para perceberem porquê. O livro tem um começo atribulado com os nomes de primos,tios, irmãos a surgirem quase ininterruptamente porém, depois de ultrapassar as primeiras páginas, tornou-se fluido e não o larguei enquanto não o acabei. Santa Montefiore também me ensinou: a Guerra das Malvinas, a revolução argentina e o seu significado para os habitantes foram lições preciosas. Uma história que me deixou a pensar e a suspirar! Houve alturas em que desejei sentar-me debaixo do ombú e gravar no seu tronco as sensações que esta leitura me trouxe: paixão, dor, encantamento, admiração e muita beleza. A beleza dos sentimentos e das paisagens!...

6/7- EXCELENTE

sábado, 20 de agosto de 2011

Crónicas Obscuras- A Vingança do Lobo de Vítor Frazão


No Parque Nacional de Olympic, sobre um crepúsculo enublado, dois campistas são atacados.
Dias depois, em pleno Parque Central de Nova York, três corpos aparecem mutilados, alimentando a imaginação dos media. O que eles não sabem é que ambos os crimes são mais do que aparentam…Dez anos após ter desertado do seu clã, Lance "Meia-Raça" Fenrison, um lobisomem híbrido, volta à cidade Nova York para se vingar do homem que lhe matou a mulher e a filha. No outro lado do espectro está Isabel Martínez, uma agente da polícia, que ao encontrar-se acidental com Lance é atirada de cabeça para uma realidade que nem sonhara existir, levando-a a duvidar da própria sanidade.O mero regresso de Lance à Grande Maçã acaba por ter mais repercussões do que este poderia imaginar e, sem dar por isso, o licantropo vê-se alvo não só dos Obliteradores, uma sociedade dedicada ao extermínio de todas as criaturas paranormais, como do seu próprio clã. Vale-lhe uma inesperada e invulgar aliada, Eleanora "Lâmina Sangrenta" Reeve, uma vampira atípica, que tem uma única e ambiciosa missão: unir todas as divergentes espécies de Ocultos, o nome colectivo dados aos seres sobrenaturais, contra os Obliteradores que insistem em caçá-los.Obliteradores obcecados e inflexíveis; lobisomens belicosos e tribalistas; vampiros inteligentes e intriguistas; feiticeiros poderosos e vulgares humanos que vivem as suas vidas, ignorando que em plena Nova York do século XXI o sobrenatural continua tão forte como em qualquer supersticioso e atrasado canto do mundo medieval.


A MINHA OPINIÃO:

A Vingança do Lobo foi uma leitura intrigante e agradavelmente surpreendente! Num mundo literário povoado por inúmeros livros de vampiros e lobisomens e demais criaturas, este livro destaca-se por possuir uma mitologia original. Em Nova Iorque, seres sobrenaturais, os Ocultos, convivem com a nossa espécie e passam relativamente despercebidos. Os Ocultos subdividem-se em lincantropos, vampiros e fazedores de magia.Numa tentativa de  os erradicar, os Obliteradores, uma organização, estão a tornar-se cada vez mais eficientes. O autor cria uma história dinâmica, cheia de acção e que prende o leitor até o desfecho final. No início, fui abalroada pelas inúmeras personagens o que fez com que eu me distanciasse um pouco do livro. Mas, aí surgiu Eleanora, Vik e os Arcanjos. Gostei muito destas personagens. Cada uma tem um objectivo e um motivo forte para que a guerra acabe e farão tudo para o alcançar. O problema são os sentimentos! Afinal, os vampiros e os lobisomens também sentem o ciúme, a traição, o amor e a inveja. Por causa deles, planos que foram cuidadosamente elaborados podem desfazer-se. Eleanora é, particularmente, fascinante! Contudo, todas as personagens têm um background sólido e, apesar de muitas, o autor consegue dar um final satisfatório a cada uma dela. Final é uma palavra redutora pois, este é um primeiro volume e ainda ficou muito por desvendar. É uma boa aventura com mistério, sangue e luta. Todavia, não posso deixar de reparar nos erros ortográficos que o livro contém. Às vezes, surge "um" em vez "uma" e o plural em vez do singular e, eu considero isso inadmissível. E se estou a afirmar isto, não é com intuito de denegrir a imagem do autor, pelo contrário, é um incentivo para que este melhore e tenha cuidado nos próximos livros. Estes erros devem ser reparados antes de as obras chegarem às mãos dos leitores! Por tudo isto, atribuírei uma classificação que poderia ser bem melhor...


3.5/7-BOM

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um Amor quase Perfeito de Sherry Thomas


Durante dez anos Camden e Gigi, Lorde e Lady Tremaine, tiveram o mais perfeito dos casamentos, baseado na cortesia, no respeito e… na distância. Um segredo, uma traição e um oceano separa-nos desde o dia seguinte ao seu enlace. Gigi vive na bela mansão londrina do casal, enquanto Camden se estabeleceu em Nova Iorque. Nenhum se mete na vida do outro. É uma combinação que não podia ser mais ideal e civilizada aos olhos da alta sociedade vitoriana, embora ninguém saiba o que aconteceu para acabar com o apaixonado amor que existia entre ambos.


Agora as coisas vão mudar. Gigi é uma mulher inteligente, sofisticada, rica e muito segura de si. Decidiu agarrar-se à sua última oportunidade de ser feliz e aceitar a proposta de casamento do seu pretendente, Lorde Frederick, um jovem pintor. Assim, escreve ao marido, enviando-lhe os papéis do divórcio. Mas em vez de devolvê-los assinados, Camden apresenta-se à porta da mansão de Londres para lhe oferecer um acordo: vai conceder-lhe o divórcio - afinal, já não se amam, não é? - mas antes Gigi deve dar-lhe um filho, um herdeiro. Se ela não aceitar, ele não lhe concede o divórcio. Gigi aceita, mas impõe um período de um ano. Um ano em que se acumulam as lembranças da paixão que outrora os uniu, um ano em que segredos são revelados, um ano em que o desejo volta mesmo contra vontade, e um ano em que ambos devem decidir se o casal mais admirado de Londres deve voltar a apaixonar-se... ou separar-se para sempre."


A MINHA OPINIÃO:

Um Amor quase Perfeito tem uma capa muito apelativa e depois de ler a sinopse trouxe-o para casa a um preço muito convidativo. Ambientado à sociedade vitoriana, toma um rumo distinto de todos os romances históricos que li até ao momento. Sherry Thomas conduziu-me ao passado e fez-me retornar ao presente com a maior das facilidades e sempre num tom intimista e arrebatador. Gigi e Camden são temperamentais, perspicazes e muito inteligentes. A sua maior "burrice" foi apaixonarem-se por uma pessoa igualmente sagaz! Gigi não é a típica donzela! É arguta, eloquente e sabe muito bem o que quer e o que fazer para o conseguir. Cadmen fica desnorteado com as suas atitudes e admirado pela sua desenvoltura. Habituado a mulheres submissas e resignadas ao poder do homem na sociedade, o protagonista não podia ficar mais surpreendido. A relação dos dois é maravilhosa com muito amor mas também cheia de discussões mordazes e até hilariantes. Gigi tem uma queda para entrar em salões ricos de preconceitos e púdicos em grande! Quem leu o livro, sabe a que refiro... Uma palavra: Nova Iorque. Eles não se suportam porém, não podem viver um sem o outro e eu fiquei suspensa nas suas palavras à espera do dia da reconciliação. Sherry Thomas não poupa nos pormenores, nem os esquece tornando a história ainda mais apetecível. Este cuidado da autora é visível na construção das personagens: Lady Gigi Tremaine e Lorde Cadmen Tremaine. Contudo, as personagens secundárias mereciam mais destaque. Apesar de ter gostado do segundo casal achei o o seu amor um pouco precipitado e com menos pujança do que o de Gigi e Cadmen. Um Amor quase Perfeito é uma leitura fresca que me deixou feliz porque perdoar é difícil. mas a recompensa após o voto de confiança pode ser muito saborosa!:)

5/7-MUITO BOM

sábado, 13 de agosto de 2011

Saga Predadores da Noite de Sherrilyn Kenyon já tem blogue...


A saga Predadores da Noite já tem um cantinho na Internet para os admiradores das personagens de Sherrilyn Kenyon. Cliquei na hiperligação e visitem-no!

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Magia ao Vento de Christine Feehan



“A Sarah voltou para casa”. Desde que Damon Wilder procurou refúgio em Sea Haven ouve-se o mesmo boato passar de boca em boca de quase todos os habitantes da pacata vila costeira. Até o vento parece murmurar o nome dela – um devaneio tão sugestivo que leva o curioso Damon até à casa da falésia de Sarah, onde procura o seu abrigo.

Mas Damon não chegou sozinho. Foi seguido por alguém até Sea Haven. Alguém que rodeia as sombras da casa de Drake, onde Sarah esconde os seus próprios desejos. O perigo ameaça os dois – tal como o desejo mais premente que alguma vez sentiram – e está a apenas um sussurro de distância.

A MINHA OPINIÃO:

Magia ao Vento é uma suave brisa ideal para animar uma tarde! É uma história de amor à primeira vista imbuída no paranormal. É o início de uma saga que narra os feitos das sete irmãs Drake. A mais velha e protagonista deste livro é Sarah, uma misteriosa mulher venerada em Sea Haven. Damon Wilder que fugiu para a pequena vila em busca de sossego já está farto de tanto ouvir a frase: " A Sarah voltou para casa". Até o vento parece murmurar o nome de Sarah. Contudo, ele também cairá no seu feitiço. Os portões da casa Drake abrir-se-ão à sua passagem e a própria Sarah se surpreenderá. O livro tem uma boa premissa com um cenário envolvente deslumbrante e com laivos de magia que antevêem uma saga promissora porém, peca por ser demasiado breve. Só tive pequenas impressões das personagens, não houve grande evolução destas. A magia que devia apaixonar o leitor fica para segundo plano e muito se perdeu com esta decisão da autora. Depois há a questão de acreditar em tudo à primeira. Uma coisa é amor à primeira vista, outra coisa é eu aceitar que um cientista fique quase reacção ao perceber que sua namorada é mágica, literalmente. Não deveriam existir conflitos entre a sua objectividade e a crença de Sarah? Foi o que menos gostei no livro. Para uma tarde Verão, foi uma leitura apropriada pois, não estava com grandes expectativas. Mesmo assim, espero que nos próximos livros da saga, Christine Feehan se esmere um pouco mais e explore melhor o lado sobrenatural das Drake.

3.5/7- RAZOÁVEL ***

PS: Obrigada Segredo dos livros!