segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Os Pecados da Rainha Santa Isabel de António Cândido Franco



Um romance em torno da vida de Isabel de Aragão, sexta rainha de Portugal, que dá voz a alguns aspectos relevantes da figura que até aqui têm ficado na sombra.
— Era filha de Pedro III, excomungado pelo papa Martinho IV;
— Era neta do gibelino Manfredo, morto em batalha campal contra a hoste do papa;
— Esteve envolvida em Portugal em lutas acesas com o clero rico e instalado, em primeiro lugar o de Santa Cruz de Coimbra;
— Teve relações estreitas com um herético como Arnaldo de Vilanova;
— Fundou em Alenquer as festas do Espírito Santo (ainda hoje vivas nos Açores), de inspiração joaquimita e heterodoxa.
Daí os pecados de Isabel de Aragão. Estes são hoje um estrato soterrado por muitos esquecimentos e apagamentos voluntários; ainda assim, com o afinco da leitura e a arte da construção, é possível pô-los a descoberto. É essa, a par do seu valor literário, uma das grandes virtudes deste romance...



A MINHA OPINIÃO:

Os Pecados da Rainha Santa Isabel é um livro perfeito para amantes da História real europeia. Em torno de uma princesa de Aragão e uma Rainha de Portugal, várias personagens desfilam entre elas,D.Dinis, de quem gostei particularmente. A história de Isabel começa muito antes de ela ter nascido: António Franco traz ao leitor as vidas dos seus avós, pais, irmãos e, finalmente, a da pequena Isabel. A princesa recebeu o seu nome de sua tia, Isabel da Hungria, famosa pela sua santidade. A Rosa de Aragão, como lhe chamava o avô, foi prometida ao jovem rei português e este acordo selou o seu destino. Aclamada pelo povo e procurada pelos doentes, o carácter dócil da rainha granjeou-lhe popularidade e carinho dos seus súbditos . Mas, Isabel e Dinis nem sempre se entendiam. O célebre momento em que Dinis pergunta à mulher o que ela traz no regaço e esta abre-o, caindo rosas perfumadas em pleno Inverno, é belíssimamente descrito. O linguarejar da época e a poesia das suas páginas apaixonam... lê-se calmamente, saboreando cada momento, revivendo vidas e épocas passadas! Por vezes, o livro arrasta-se um pouco e os detalhes históricos que o tornam tão rico podem enfadar os menos apreciadores... Eu, como confessa, amante de romance histórico, posso dizer que adorei!

5/7- MUITO BOM

PS: Obrigada Segredo dos Livros!

Divulgação-Donzela Sagrada- O Segredo de Thunderland de Diana Tavares



Chegou a hora…


Hana Warren, uma rapariga do nosso mundo, festeja o seu 14º aniversário com a sua família. Depois do aparecimento da Aurora Boreal no céu, Hana é transportada para outro mundo, um mundo onde a mitologia é a realidade.

Neste mundo, Hana descobre que é a Horae Justiceira, uma guerreira dos deuses, destinada a combater as criaturas das trevas e a proteger ambos os mundos.

Juntamente com Prue Geller, a Horae Discípula, Hana inicia uma viagem pelo misterioso reino de Thunderland, procurando uma forma de cumprir o seu destino e voltar para o seu mundo.

Mas Thunderland tem um segredo sombrio que pode destruir todos os mundos…e que mudará a vida de Hana para sempre.



email - horaediana@gmail.com ( este é o email por onde podem pedir um exemplar autografado)
preço - 15 euros.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O John Lennon nunca morreu de Catarina Coelho-Divulgação



"John Lennon Nunca Morreu e outros contos fantásticos" é uma obra da autoria de Catarina Coelho cuja publicação ficou a cargo da Chiado Editora.

Texto da contra-capa do livro:


John Lennon nunca morreu - A história de um fã entusiástico dos Beatles, que não se conforma com a grande perda sofrida pela música com a morte de John Lennon e decide fazer alguma coisa quanto a isso.

A Troca - Stella e Charlotte vivem perto de uma floresta ancestral. Nela, existem forças que reinam soberanas. E desafiá-las pode ter consequências inesperadas…

Pequenos demónios - Após anos de ausência, a protagonista deste conto regressa à casa onde cresceu e descobre como o passado, que julgava completamente morto e enterrado, pode tornar-se assustadoramente vivo e presente.

O Sacrifício - Um monge cristão chega a um território onde a fé é a dos velhos deuses e o choque com a nova crença é inevitável. Quando o amor acontece e ameaça abalar a velha ordem, homens e deuses vêem-se envolvidos numa disputa cujo preço pode ser demasiado alto…

E nada mais importa - Mesmo quando o coração se julga nulo e insignificante, o bem que fazemos pode dar sentido a toda uma vida e um simples gesto de caridade pode fazer toda a diferença...

Espelhos - Elizabeth odeia a hipocrisia que reina entre os convidados para o baile de Whitestone, a forma como escondem entre sorrisos e cortesias os seus maiores defeitos. Mas, um dia, será ela a organizadora desse baile e decidirá preparar para os seus convidados uma surpresa que eles nunca esquecerão…

Espírito da Natureza - Em Green Oaks, celebra-se a festa das colheitas, junto do castelo do senhor daqueles domínios. Mas os festejos são perturbados por um acontecimento misterioso, que abalará a paz daquela terra e fará a comunidade perceber que há forças maiores em jogo…

Podem encontrar mais informação no blog dedicado à obra: AQUI!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Ilha dos Encantos de Mary Nickson


Feito de histórias de afecto, recordações, esperança no futuro e acertos de contas com o passado, A Ilha dos Encantos tem como protagonistas Victoria, órfã desde os seis anos, e Evanthi, sua avó e dona da casa veneziana onde Victoria passava as suas férias, até casar com Richard.
Com a repentina e inesperada morte do marido, e mergulhada numa profunda depressão, Victoria decide abandonar a localidade onde vive, e refugiar-se na saudosa casa veneziana da avó. Aí, na idílica ilha do mediterrâneo, Victoria parece ter encontrado forças para superar a dor do luto e refazer a sua vida. Mas para enfrentar o futuro é preciso averiguar a verdade sobre o passado…
Ambientado num mediterrâneo intocado, na essência da alma grega e ao estilo das grandes sagas familiares, A Ilha dos Encantos é um romance escrito de forma notável e com desmedida sensibilidade.

A MINHA OPINIÃO:

A Ilha dos Encantos é uma viagem maravilhosa à ilha de Corfu na Grécia! A magnífica casa veneziana de Vrahos é testemunha de um amor que foi e de um amor que será. São duas histórias belíssimas completadas pelas inesquecíves paisagens, tão brilhantemente descritas pela autora. Além do amor, Mary Nickson aborda também a perda, o luto e a verdade. Como lidar com uma verdade devastadora que põe em dúvida anos de relação? Victoria é uma mulher recém-viúva com um filho pequeno que tenta ultrapassar a morte do marido e, enfrentar uma mentira, ou melhor, uma omissão que a leva a pôr em causa tudo o que fez até agora. Corre para o seu refúgio de infância, os braços de sua avó, Evanthi. E na Grécia, em trabalho, também está Patrick Hammond. Pai de três filhos e com um casamento prestes a se despedaçar, Patrick não esperava reencontrar o amor tão cedo. Victoria e Patrick também partilham um passado que ambos desconhecem. É um livro com uma escrita agradável, romântico, sem cair no ridículo e realista, na medida em que foca a família e não só os amantes e a transformação que nela tem de ocorrer face a uma nova situação. Os filhos que ficam divididos pelo divórcio dos pais, um filho que recusa a "substituição" da figura paterna, a obsessão e possessividade que se confunde com amor e o poder da escolha são temáticas abordadas. Apesar das 500 e poucas páginas, é fluido e, quando o abria, regressava sempre aquela ilha idílica que tanto me fascinou. Contudo, o maior defeito ou a maior virtude (depende do ponto de vista) desta obra é a sua previsibilidade. Alguns destinos são fáceis de decifrar; todavia, não tira o encanto ao livro.

4.5/7 -BOM*

PS:Obrigada Segredo dos Livros!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A História mais Bela do mundo de Rudyard Kipling



Por vezes restringida ao Livro da Selva e a contos humorísticos que escrevia para os filhos, a obra de Rudyard Kipling, autor galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1907, é em grande medida desconhecida. Em particular, o considerável corpus de contos e romances nos quais o seu espírito curioso, fazendo jus ao humor inglês, é certeiro.

N’ A História Mais Bela do Mundo, Kipling leva a crer que a inspiração surge dos detalhes mais prosaicos que só o artista pode transcender, que só várias coincidências e contingências dão azo a uma obra de arte e que a arte sublima o real e o maravilhoso ombreia com a ciência.


A MINHA OPINIÃO:

A História mais Bela do mundo é um livro que contêm dois contos:Através das Ondas e um conto homónimo. Contos não são das minhas "peças" literárias favoritas. Ao longo dos anos, tive várias decepções, que fazem com que eu os encare com algum receio. Estes, por Kipling foram uma boa surpresa! Na minha opinião, não são excepcionais todavia, são bem construídos, com personagens minimamente cativantes e com histórias inovadoras. Gostei particularmente de Charlie, do primeiro conto. A sua prodigiosa imaginação, a sua ingenuidade e a sua maneira inocente de ver mundo estabeleceram comigo um laço muito forte!... Se bem que, o final deste primeiro conto me desapontou um bocadinho, esperava um pouco mais. Porém, no geral, são leituras bastante agradáveis com deliciosos pormenores e, que me manteram agarrada a narrativa. Gostei imenso e foram, indubitavelmente, um passo à frente na minha reconciliação com este género literário.

4/7- BOM

PS: Obrigada Segredo dos Livros!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Queda de Albert Camus



«Posso oferecer-lhe os meus serviços, meu caro senhor, sem me tornar importuno? Receio que não saiba fazer-se entender pelo respeitável gorila que reside aos destinos deste estabelecimento». É assim, desta forma quase casual, que se inicia A Queda, porventura a mais fascinante narrativa de Albert Camus, uma espécie de viagem ao fim da noite das infâmias da espécie humana. Um homem, que se assume como juiz-penitente, comenta para um ouvinte que se adivinha simultaneamente perplexo e arrebatado as várias histórias exemplares que para ele representam o cardápio desesperante das pequenas fraquezas e dos grandes crimes. «Quando não se tem carácter, é preciso recorrer a um método.» Esta frase dá o tom do livro…

A MINHA OPINIÃO:

A Queda é um livro enorme na sua pequenez!Apesar das suas poucas páginas, é repleto de grandes frases e de grandes pensamentos... Foi a minha primeira incursão ao mundo de Camus e, não podia ficar mais impressionada! Não foi fácil embrenhar-me numa escrita tão própria, tão única e mais do que isso, ser assaltada pelas interrogações e afirmações polémicas e sinceras do protagonista. Ele questionou meu intelecto, a minha razão e detonou todos os dogmas. É também misterioso e intrigante nas suas ilações. Parece que lhe apraz o desafio de nos fazer pensar sobre o que fizemos, o que fazemos ou o que iremos fazer. Albert Camus cria uma obra pequena mas se lê vagarosamente, como se fosse um livro de muitas páginas. Cada frase, cada parágrafo é uma questão, um momento de reflexão e um deleite! Não é simples, nem linear, nem algo "comestível". É de paladar requintado e soberbo. Repito o que disse... é um livro pequeno porém, monstruosamente bestial! Tomara a muitos livros ditos grandes terem a essência que este tem!

EXCERTO:

"A única defesa está na maldade. As pessoas apressam-se, então, a julgar para elas próprias não serem julgadas. Que quer? A ideia mais natural para homem, que lhe surge ingenuamente, como do fundo da natureza, é a ideia da sua inocência."

7/7- OBRA- PRIMA

PS:Obrigada André pelo empréstimo!:)

De volta aos Devaneios...

Depois de semanas encafuada a estudar e, sem tempo para as minhas leituras ou para as minhas opiniões, estou de volta.:)
Nos próximos dias, os Devaneios serão actualizados. Novas opiniões surgirão neste humilde cantinho!;)
Espero que a época de exames dos meus seguidores estudantes tenha corrido bem e, para aqueles que estão a iniciar um novo semestre, muita sorte!!!
Para os que não são estudantes, muita sorte e muito sucesso também ;).
Bjokas*
Jojo