sexta-feira, 8 de julho de 2011

Insurreição de Robyn Young

1286. A Escócia está a passar pelo pior Inverno de que há memória. Alguns dizem que chegou o Dia do Juízo Final.
O rei da Escócia sai de Edimburgo sob um terrível temporal. No caminho, é assassinado por um dos seus homens, deixando em aberto a sucessão ao trono. A morte do rei é como uma pedrada num charco, os círculos alargando-se cada vez mais. A guerra civil torna-se uma ameaça quando as poderosas famílias escocesas lutam pelo poder, sem saberem que Eduardo, agora rei da Inglaterra, pusera em marcha os seus próprios planos. Há quase duas décadas que Eduardo alimenta uma visão arrojada de conquista – uma visão nascida das palavras de uma antiga profecia – que irá mudar a Grã-Bretanha para sempre.
Mas nem tudo parece correr conforme a vontade de Eduardo. Através das cinzas da guerra, das disputas de sangue e das lealdades divididas, um jovem escudeiro irá desafiar o grande rei da Inglaterra. O seu nome é Robert the Bruce. E a sua história inicia-se em INSURREIÇÃO.

A MINHA OPINIÃO:
Insurreição é um livro enorme que tem cerca de 600 páginas e que nem sempre consegue manter o ritmo. Às vezes, é preciso insistir na leitura para que esta prossiga. A história arrasta-se durante alguns capítulos e tive que abrir caminho até fim. A luta pela independência da Escócia podia ser bem mais interessante. Não estou a afirmar que Robyn Young escreva mal. Acho que ela é uma escritora muito talentosa a nível histórico. A sua capacidade em introduzir História na história é absolutamente notável. Os pormenores que ela apresenta são deliciosos e verdadeiros contextualizadores: como por exemplo, o número incomensurável de casas nobres inglesas e escocesas e o  vocabulário da época ( com um glossário elucidativo no fim). Robyn Young é também inovadora. A lenda do Rei Artur e as profecias do mago Merlin que perseguem Eduardo, rei de Inglaterra e a bruxa Affraig foram complementos fantásticos e movimentos arrojados da escritora. Deram ao livro uma aura de misticismo que contrastava com brutalidade do campo de batalha. Mas, apesar de Young ser uma escritora histórica brilhante, não é  uma contadora de histórias tão brilhante.Isto não é um paradoxo! Sente-se o desequilíbrio. O ritmo não é constante e se há capítulos intrigantes e compulsivos também há aqueles mais lentos e fatigantes. Quanto a personagens, Robert Bruce é um dilema. Um bom dilema diria pois, ele cresce aos olhos do leitor mas, nunca sabemos que caminhos tomará. William Wallace foi outro personagem que mexeu com todas as ideias pré-concebidas que tinha dele. Adorei BraveHeart, o filme de Mel Gibson que retrata a vida do herói da Escócia. Mas, no filme Wallace tem uma figura algo romanceada que é exactamente o oposto do Wallace do livro, mais rude e calculista. Existem bastante sangue, intrigas na luta pelo poder, alianças, traições e paixões. Contudo, algo falta. Para tornar este livro numa leitura perfeita, Robyn Young deveria ter incutido alguma rapidez e vivacidade impedindo momentos entediantes que podem levar o leitor a desistir. Aguardo pela sequela e espero sinceramente que Young aposte numa escrita mais envolvente.

4**/7- BOM**

PS: Obrigada Segredo dos Livros!

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