segunda-feira, 30 de julho de 2012

Resistir ao Amor de Jill Mansell


Enquanto adolescente, Maddy Harvey era um patinho feio com óculos grandes, cabelo despenteado e dentes tortos. Felizmente cresceu e tornou-se num deslumbrante cisne. Quando numa noite de verão conhece o irresistível Kerr McKinnon, pensa que está no Céu. Mas uns dias depois, quando descobre a que família ele pertence, tem a certeza que está no Inferno. É que toda a gente em Ashcombe sabe o que aconteceu há onze anos, e a mãe de Maddy prefere destruir todos os McKinnon com as próprias mãos a permitir que a filha namore com um deles. Maddy sabe que deve resistir ao amor, mas que culpa tem ela que o seu príncipe encantado seja um fantasma do passado? 
A história de Romeu e Julieta renasce com o charme e o delicioso sentido de humor que só Jill Mansell possui.

A MINHA OPINIÃO:

Resistir ao Amor foi um livro que decidi ler num impulso.  Não estava a prever lê-lo tão cedo porém, estava saturada de tanto estudo e precisava de uma lufada de ar fresco. Tal como os restantes livros de Jill Mansell, esta obra é o que eu chamaria de "comédia romântica" no cinema.  A autora fornece o livro de várias situações caricatas e personagens desastradas que, mais uma vez infundem a história de humor e amor. Sim, Jill Mansell escreve sobre o amor contudo, a sua abordagem é distinta dentro do género. Sempre hilariante, os seus casais são um ocaso do destino o que, geralmente, resulta uma grande barafunda e é só no final  que eles conhecem o sossego (a maior parte!). Este livro não é excepção. Maddy conhece o seu Kerr num momento de fraqueza fisiológica e totalmente inapropriado. Só que mais tarde descobre que o seu apaixonado é de uma família inimiga e aí temos o caldo entornado! Em torno de o casal protagonista surgem outras relações tão absurdas quanto hilariantes. A escrita de Jill Mansell é simples e não há nada de extraordinário nela propiciando uma leitura rápida e de consumo fácil. Todavia, Resistir ao Amor não é. para mim, dos melhores dela. Não é tão divertido quanto os anteriores. A autora incute um certo dramatismo à história o que me baralhou porque uma das minhas razões para optar por esta leitura foi desanuviar e evitar o drama de livros mais densos. Talvez seja por isso que não gostei tanto deste como de Romance Atribulado. Uma leitura razoável que me entreteu durante algumas horas...

3/7-RAZOÁVEL

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A História Interminável de Michael Ende

A História Interminável é uma singular fantasia épica com todos os requisitos do género: criaturas fantásticas, paisagens exóticas, florestas sombrias, encantamentos, rituais de cavalaria, espadas e amuletos, uma imperatriz Criança e tudo aquilo que possamos imaginar, visto que Fantasia é o próprio mundo da Imaginação. Tudo começa quando Bastian descobre um estranho livro numa não menos estranha livraria e se sente subitamente compelido a roubá-lo como se algo de mágico o estivesse a arrastar para uma perigosa aventura. Uma obra que passou ao grande ecrã como um filme de culto.

A MINHA OPINIÃO:

A História Interminável é uma jornada aparentemente infantil que toma proporções assombrosas e maravilhosas. O livro é dominado completamente pela beleza e singularidade das paisagens criadas por Michael Ende e pelas personagens excêntricas e arrebatadoras. A criança dentro de nós  regozija-se com as aventuras de Atréiu e do seu dragão madre-pérola e o adulto encontra tesouros de sabedoria ocultos metaforizados nas suas palavras. A ideia de que o que fazemos tem consequências mesmo que o façamos de boa intenção é debatida através do leitor dentro do livro, Bastian Baltasar Bux. E Bastian não foi o único que se interrogou... Também eu fiquei curiosa com o que seria o Nada. É uma entidade aterrorizadora, ao cairmos no Nada esquecemo-nos de quem somos e a mentira apodera-se de nós. Estes debates e descrições são algumas das belezas do livro porque toca a nossa criança interior pois, o nosso herói está em perigo e queremos que ele se salve porém, também apela ao adulto por abordar um conceito tão complexo e quase niilista. É deveras fantástico o que Ende consegue trazer para ribalta sem nunca se esquecer da acção do livro. Ele escreve, nós lemos, sentimos e reflectimos. As letras parecem ter movimento devido à narração de Bastian (do nosso mundo) ter uma cor diferente da do mundo de Fantasia, literalmente. Revela o grande poder das palavras que é o de transformar o mundo. A Imperatriz-Criança, Bastian, Atréiu são apenas intermediários do autor para que dar uma mensagem final: a esperança. O mundo poderá estar à beira do abismo mas, somos nós que tomamos as decisões e portanto, podemos reerguê-lo. Michael Ende é escritor pós-guerra e é entusiasmante verificar como ele se indaga e como a sua filosofia continua a ser tão actual. O livro está cheio de descrições poéticas lindíssimas e profundas que contrastam com certas passagens mais infantis em que o autor opta pela simplicidade e ingenuidade. Inesquecível, A História Interminável é trepidante, emocionante e tentador! Uma leitura para saborear e para se perder na criança que há nós e acordar o adulto que caiu no Nada e que se esqueceu de que era!

7/7-OBRA- PRIMA

terça-feira, 24 de julho de 2012

As Memórias de Cleópatra II- O Signo de Afrodite de Margaret George

Segundo volume de uma viagem maravilhosa: a visita ao Antigo Egipto e à vida de Cleópatra, a rainha do Nilo. 

Escritas na primeira pessoa, As Memórias de Cleópatra começam com as suas recordações de infância e vão até ao seu glorioso reinado, quando o Egipto se torna num dos mais deslumbrantes reinos da Antiguidade. As Memórias de Cleópatra são uma saga fascinante sobre ambição, traição e poder, mas também são uma história de paixão. Depois de ser exilada, a jovem Cleópatra procura a ajuda de Júlio César, o homem mais poderoso do mundo. E mesmo depois do assassinato daquele que se tornou o seu marido, e da morte do segundo homem que amou, Marco António, Cleópatra continua a lutar, preferindo matar-se a deixar que a humilhem numa parada pelas ruas de Roma.Na riqueza e autenticidade das personagens, cenários e acção, As Memórias de Cleópatra são um triunfo da ficção. Misturando história, lenda e a sua prodigiosa imaginação, Margaret George dá-nos a conhecer uma vida e uma heroína tão magníficas que viverão para sempre.

A MINHA OPINIÃO:

O primeiro volume-A Filha de Ísis- desta trilogia foi absorvente e promissor e o meu entusiasmo relativamente ao segundo livro era enorme e muito compreensível. Não houve um momento de frustração, desânimo ou uma pausa entediante. O Signo de Afrodite é portentoso e opulento em emoções, sentimentos e descrições belíssimas. Através do relato de Cleópatra tudo se materializa e é corpóreo como se estivesse mesmo a andar pelos corredores do palácio em Alexandria ou ao leme de um barco luxuoso e deslumbrante a caminho. Cleópatra amadureceu neste volume, renasceu das cinzas da pira funerária de Júlio César e abraçou o seu destino como rainha do Egipto e mãe de Cesarion. Porém, ter um filho com o sangue de César é dramático especialmente, quando o herdeiro legal de César, Octávio é astucioso e ambicioso. A minha grande questão neste livro era: "Como seria Marco António?". Há vislumbres dele no primeiro volume contudo, nada de muito concreto. Foi muito agradável constatar que Marco António e Cleópatra não são uma cópia de Júlio César e Cleópatra. Margaret George é brilhante em distinguir as duas relações e em encontrar diferenças entre os dois generais romanos. A própria Cleópatra que procurava um aliado ficou surpreendida com Marco António. César tinha o sonho de Alexandre Magno de unir os povos  mas, de alguma forma deixava-se restringir pelo senado. Marco António é mais apaixonado, mais intenso e mais liberto encarando a vida como uma dádiva e, facilmente se adapta a qualquer cultura tornando-a dele. São dois estrategas militares extraordinários todavia, cada um tem as suas virtudes e as suas fraquezas. A relação de António com a rainha egípcia é excepcionalmente retratada. Um amor intenso e revoltoso com violentas discussões pois, são duas culturas a colidirem. Aí está uma das grandes diferenças entre César e Cleópatra e António e Cleópatra. César e Cleópatra tinham um sonho em comum mas, era ele quem dispunha do poder. No segundo volume, Cleópatra tem um novo aliado porém, um amante e confidente e alguém que está disposto a partilhar o poder. No entanto, o amor pode cegar-nos e num tempo tumultuoso em que um passo em falso era a morte, o mediático casal trava duras batalhas tendo como inimigo, o temível Octávio. Mas o mais fascinante deste livro é como ele nos agarra apesar de os acontecimentos nele contados serem sobejamente conhecidos. São obviamente algo romanceados não obstante, apreciei as várias referências histórias que autora colocou. Também é uma leitura algo tendenciosa porque só temos a visão de Cleópatra que obviamente, não diria bem de Octávio, o que me deixou com ódio de morte a essa personagem histórica. Mas era guerra e nela não há bons nem maus somente, vencedores e vencidos. O modo como Margaret George disseca as culturas de cada povo e o conflito que advém do seu choque de tradições, é notável. A grega, a romana, a egípcia, a hebraica são alvos da minúcia e meticulosidade da escritora. É uma leitura excelente, um absoluto deleite para uma admiradora da História como eu que, se sentiu muito bem na companhia de tão célebres personalidades! Viajei no tempo e caminhei entre grandes que, ao mesmo instante são simples humanos cedendo ao amor, ao desespero, ao capricho e à ambição. Li numa das contra-capas de um dos volumes da trilogia que ler estes livros eram como " se os frescos egípcios ganhassem vida". Subscrevo cada letrinha!

6/7-EXCELENTE

segunda-feira, 16 de julho de 2012

De volta...

Falta uma semana para terminar a primeira fase dos meus exames e posso cantar vitória: Oftalmologia (exame e oral); Neurologia (exame e oral), Psiquiatria (oral e histórias clínicas) estão feitas com distinção... xD Só falta Cirurgia no fim desta semana. Assim os Devaneios vão voltar aos poucos e a meio gás durante esta semana. Tenho 6 livros para opinar: Os Pilares da Terra I e II, A Dama Negra, Resistir ao Amor, Memórias de Cleópatra II e A História Interminável. Desejem-me sorte para o último exame:) Beijinhos e obrigada a todos!