Amor, traição, vingança. O novo livro da romancista histórica mais vendida em Inglaterra.
A coragem e lealdade de William Marshall como cavaleiro ao serviço da casa real inglesa foram recompensadas com a sua união a Isabelle de Clare, uma rica herdeira de propriedades na Inglaterra, Normandia e Irlanda. Mas a segurança e felicidade do casal são destruídas quando o rei Ricardo morre e é sucedido pelo irmão João, que toma os filhos de Marshal como reféns e apropria-se das suas terras. O conflito entre os que permanecem leais e os que se irão revoltar contra as injustiças ameaça destruir o casamento de William e Isabelle e arruinar as suas vidas. William terá que optar por um caminho desesperado que o poderá levar à governação do reino. E Isabelle, receando pelo homem que é a luz da sua vida, terá que se preparar para enfrentar o que o futuro lhes reserva.
A MINHA OPINIÃO:
O Leão Escarlate é o segundo volume de Elizabeth Chadwick sobre William Marshall, figura histórica de vulto do fim do século XII e início do século XIII. O primeiro volume não está publicado em Portugal com muita pena minha porque a julgar pela grande qualidade de O Leão Escarlate merece ser lido. Marshall conviveu com Ricardo I de Inglaterra, o célebre Coração de Leão e o seu não menos famoso irmão, João sem terra. A escritora é hábil em romancear a vida daquele que foi considerado um dos melhores cavaleiros na história de Inglaterra. A maioria dos grandes acontecimentos são verídicos como o desaparecimento misterioso do príncipe Artur ou a divisão dos barões no apoio à coroação de João porém, Elizabeth Chadwick não é uma historiadora aborrecida. Pelo contrário, tem uma escrita entusiasta apesar das longas descrições que usa para contextualizar o leitor. Estas essenciais para nos orientar! São um mapa de genealogia e uma visão minuciosa da corte e do quotidiano daqueles tempos tão distintos dos nossos. O papel da mulher também é escrutinado e são estabelecidas comparações lisonjeadoras ou pejorativas consoante o casal em questão. Isabelle de Clare, mulher de Marshall é uma mulher forte, determinada e é ouvida pelo marido que não a rebaixa ou a menoriza. A relação dos protagonistas é de grande cumplicidade e de grande compreensão o que não impede que ela discorde dele e vice-versa. Contudo, eles contrastam com a maioria dos casamentos de conveniência da corte em que a mulher era uma mera moeda de troca. A história expande-se por várias décadas e William Marshall é uma personagem apaixonante. É homem de honra, dedicado à família e à nação e um brilhante estratega militar e sagaz conhecedor da corte. Porém, também é marido, pai e responsável pelos inúmeros habitantes das suas terras. A maneira como ele joga politicamente sem macular a sua dignidade é algo de extraordinário! Claro que Isabelle também é uma grande mulher e de grande carácter o que dá um tom de harmonia à relação mas também ao livro. Se Marshall impressiona pela sua determinação e lealdade aos seus princípios, o que dizer de João, irmão de Ricardo? Sempre foi uma figura controversa e mal-amada na literatura e no imaginário popular como podemos a atestar nas histórias de Robin dos Bosques ou de Ivanhoe todavia, Elizabeth Chadwick dá-lhe uma nova roupagem. Não encaixa na categoria de "bom da fita" contudo, não é tão irracionalmente cruel como o pintam. Sim, é impiedoso e muitas vezes, terrível mas, os seus actos são justificáveis ou pelo menos compreensíveis porque a escritora dá-nos a documentação suficiente para os entender. A sua insanidade e paranóia não têm moral porém, têm causa. Elizabeth Chadwich constrói um livro de ficção histórica verdadeiramente delicioso de se ler e em certa medida, enriquecedor para quem não conhece esta época conturbada.
5/7-MUITO BOM
5/7-MUITO BOM