domingo, 31 de março de 2013

Selo Arco-Íris


Chegou mais um selinho ao blogue graças à generosidade da Catarina, à Mónica, à Sandra e à Nexita. Obrigada minhas queridas!

As regras são simples:

1. Referir quem vos deu o selo
2. Postar uma foto de uma pilha de livros com as cores do arco-íris.
3. Passar o selo a 10 blogs super-hiper-mega coloridos!

A minha pilha de livros colorida


Porque te Amo de Guillaume Musso

O Filho de Thor de Juliet Marillier

A Papisa Joana de Donna Wookfolk Cross

Os Pilares da Terra II de Ken Follet

Cold Mountain de Charles Frazier

O Grande Amor da Minha Vida de Paullina Simons

As Memórias de Cléopatra III- O Beijo de Serpente de Margaret Mitchell

Envio este selinho divertíssimo para os seguintes blogues:












quarta-feira, 27 de março de 2013

Devaneios de Séries...The Bible (2013)- A Bíblia


A MINHA OPINIÃO:


The Bible é uma mini-série de 10 episódios produzida pelo canal americano History Channel e que pretende cobrir a maioria dos grandes acontecimentos bíblicos desde o livro do Génesis  até ao do Apocalipse. O texto que lhe deu origem será sempre alvo de discussão pelo que me debruçar sobre o mesmo e afirmar se ele é fiável ou não é absolutamente inútil e redundante e depende claramente da fé de cada um. Não sou propriamente uma leiga nestas histórias logo, o factor surpresa foi obnubilado pelo meu conhecimento anterior. Os 5 primeiros episódios são inteiramente dedicados ao Antigo Testamento e os restantes ao Novo Testamento. Condensar o Antigo Testamento em tão poucos episódios é uma tarefa dantesca pois, há muito para explorar e muito para explicar. Esta produção televisiva não consegue superar este desafio na totalidade.O primeiro episódio inicia-se com Noé que, estranhamente tem um sotaque escocês, aborda o dilema de Abraão e termina na juventude de Moisés. Muita história que é amontoada sem dó nem piedade! A presença de um narrador não é um bálsamo que cura todas as maleitas! Às vezes, a sequência de acontecimentos não é nada orgânica, perdendo-se a sua lógica e para um telespectador ignorante da Bíblia é potencialmente confuso. Nestes primeiros episódios, também se nota um certo melodramatismo de alguns actores nas suas interpretações, diálogos pobres e uma parca contextualização. No conto de Abraão é várias vezes batalhado o facto de a sua mulher, Sara ser estéril e é ela que o encoraja a ter um filho de outra mulher, Agar. Porém, e quase de momento para outro porque não há muito tempo para explicar, Sara, torna-se rancorosa e ciumenta de um filho que ela incitara a conceber. Ismael e Isaac, os dois filhos de Abraão são só brevemente mencionados o que é uma pena pois, segundo a crença: Isaac é a origem da nação hebraica e Ismael, o início da nação muçulmana.São pequenos pormenores que concederiam à mini-série alguma dualidade.
 

Estes primeiros episódios padecem todos dos mesmos males: os argumentos, às vezes com tiradas quase infantis, a pressa e  algum despropósito. No entanto, eles vão aumentando gradualmente de qualidade sendo que, a vida de David num dos últimos episódios é tratada com uma certa maturidade, dignidade e com um bom desenvolvimento embora o final seja ligeiramente precipitado.


Os últimos 5 episódios, a vida de Jesus Cristo e dos Apóstolos, são o melhor de toda a produção. O argumento e os diálogos são incrivelmente melhores. Na verdade, parece que os episódios anteriores serviram só para empatar até os produtores atingirem o seu real objectivo: contar o nascimento do Cristianismo. Estes são dominados pela presença espectacular de Diogo Morgado. O Cristo do actor é magnetizante! A sua interpretação é brilhante dotando-o de uma ternura, de uma leveza e de uma sabedoria quase surreal que nos aproxima dele porque, ele tanto adopta um estilo paternal como filial. Ao mesmo tempo consegue incorporar uma certa celestialidade quase etérea que o distingue mas que não o afasta dos olhos do telespectador. 


Os apóstolos também granjeiam os meus elogios particularmente, Pedro de Darwin Shaw e Paulo de Con O'Neil. A sua irreverência  e o seu arrependimento foi tão bravamente e genuinamente interpretado que me tocou profundamente.Shaw consegue ainda fazer a transição de discípulo atormentado a líder inato sem qualquer dificuldade. Ele também se distingue entre a multidão. Também apreciei o protagonismo dado a Maria Madalena de Amber Rose Revah. Ela é quase retratada em pé de igualdade com os restantes apóstolos o que muito me agradou pois, normalmente o seu papel é negligenciado nestas produções.  Todavia, nesta fase a série ainda tem algumas incoerências como não explicação do nome de Paulo e a não referência ao parentesco entre João Baptista e Jesus. São pequenos detalhes que escaparão a quem desconhece a história.
Visualmente, a série também melhora ao longo de todo o seu percurso. Algumas cenas especialmente, no Antigo Testamento são pouco verossímeis como a separação do Mar Vermelho que me remeteu para os filmes antigos de Hollywood. Era de esperar que a tecnologia, hoje em dia fosse melhor, não? Contudo, quando alcançamos o Novo Testamento, o Templo de Jerusalém é uma visão perfeita ou seja, também existem incongruências neste campo. 
Relativamente à música, a banda sonora é fenomenal! Hans Zimmer é um génio musical e não há mais nada a dizer! Vibrante, épica ou de uma quietude inimaginável é, indubitavelmente das mais valias da série.  
Assim,The Bible é uma série que se propõe a muito mas, infelizmente não cumpre todos requisitos que pretendia.Não obstante a sua visualização é agradável e até viciante quando entra na segunda metade graças à graciosa e talentosa presença de Morgado. 

TRAILER:



sexta-feira, 22 de março de 2013

Novo Selo... Blog de Outro Mundo


Recebi mais selinho lindíssimo e claro, fiquei felicíssima. Este foi-me oferecido pela Sofia d' A Minha Vida por um Livro. O seu cantinho é novinho mas muito promissor. Obrigada Sofia!


As regras são:1-Colocá-lo no teu blog.
2- Referir o link www.aminhavidaporumlivro.blogspot.pt ( quem te enviou)
3- Dizer quais são as três coisas que mais gostas num livro e as três que mais odeias.
4- Passar o selo a 5 (ou mais blogs) que consideres «de outro mundo

Ora, três coisas que mais gosto num livro: que seja surpreendente, que me arrebate de tal maneira que não o consiga largar e claro, que contenha personagens tão marcantes que fiquem comigo mesmo depois de fechar o livro. Quanto às três coisas que mais odeiam num livro: personagens aborrecidas do género, donzela em apuros, que não fazem nada da vidinha; histórias sem nexo cheias de acções despropositadas e não gosto mesmo nada de livros que prometem maravilhas e no fim, são absolutamente banais. 

Vou enviar este selinho a:
A Thousand Lives da Mónica

Decidi-me por estes cinco blogues porque, a Sandra e a Catarina são cá da terra ( suborno!:P) e os outros cantinhos são descobertas recentes e achei que mereciam um incentivo.

domingo, 17 de março de 2013

Devaneios Cinematográficos...Oz the Great and Powerful (2013) de Sam Raimi


A MINHA OPINIÃO:


Oz the Great and Powerful ( Oz, O Grande e Poderoso) é uma película baseada nos livros de L. Frank Baum e,é indirectamente uma prequela ao clássico The Wizard of Oz de 1939 (O Feiticeiro de Oz).  
O filme despertou logo o meu interesse, quando vi as primeiras imagens. A cor que transborda da tela é inebriante e irresistível! Assim,  fiquei radiante quando obtive um convite para a ante-estreia. A tecnologia do 3D evidencia ainda mais esta qualidade quase mágica de um mundo tão fantasioso quanto belo. É de uma espectacularidade imensa que nos catapulta para Oz como se ainda fossemos crianças fáceis de iludir com o mais simples truque de magia.Porém, o 3D peca quando o filme aumenta de velocidade porque surgem áreas  nebulosas e os pequenos pormenores do cenário são absorvidos pela indistinção! Mas, nada consegue apagar a realidade quase assustadora da Menina de Porcelana (Joey King)! Uma pequena maravilha técnica que conjuntamente, com o Macaco Voador ( Zach Braff) que se fundem na perfeição com os actores de carne e osso. Visualmente, o filme não desaponta... O genérico de introdução é muito original e a transição do mundo do Kansas a preto e branco para Oz a cores é subtil mas, inesquecível. No longínquo 1939, os cineastas não possuíam estas benesses do desenvolvimento.  No entanto, os que eles tinham a menos na imagem tinham no argumento e na prestação dos actores ( sem contar com as cantorias de Judy Garland).


A história propriamente dita de Oz the Great and Powerful não é nada de extraordinário. Pelo contrário, já foi contada vezes sem conta com outras roupagens. Oscar, o protagonista é, muitas vezes, irritante e só depois de muita labuta evolui minimamente. James Franco que lhe dá vida é competente o suficiente para que não deixemos de gostar dele e é apenas nas cenas de mais emoção (poucas!) que vislumbramos o que ele teria feito com uma personagem mais bem escrita. Quanto às bruxas, a única que me convenceu e atemorizou foi Evanora de Rachel Weisz. Ela sobrepõe-se às outras duas actrizes de maneira contundente! Mila Kunis, a Theodora, não está má mas, mais uma vez sofre com uma evolução algo atabalhoada e curta em fundamentos. Sinceramente, tinha mais medo da personagem na filme de 1939 na versão de Margaret Hamilton. Glinda de Michelle Williams é demasiado doce, querida e boazinha o que perante uma malvadez que é pouco persuasiva, soa a falso.


Oz the Great and Powerful é dono de uma imagem gigantesca, cheia de cor e que entretém sem deslumbrar a nível de argumento. Falta-lhe solidez e inovação no que concerne ao enredo para que ele possa entrar na galeria dos memoráveis...

TRAILER:



quarta-feira, 13 de março de 2013

Devaneios de Séries... The Thorn Birds (1983)- Os Pássaros Feridos


A MINHA OPINIÃO:

The Thorn Birds (Os Pássaros Feridos) é uma mini-série de oito episódios da cadeia televisiva ABC  baseada no livro homónimo de Colleen McCullough. Venceu 6 Emmys ( Academy of Televison of Art & Science) e 4 Globos de Ouro ( Hollywood Foreign Press Association). É considerada uma das pioneiras do género no meio televisivo sendo que, é das que detém um dos maiores recordes de audiência de sempre. Tal como a obra literária que lhe deu origem, The Thorn Birds é vastamente dominado por Drogheda, herdade australiana produtora de lã criada por McCullough. É uma produção da década de 80 pelo que, poderá causar alguma impressão a quem espera cenários refinados e brilhantes.Obviamente que a qualidade do fotografia não é igual às das películas actuais mas, existe algo de sensacional na aridez que a série exibe, remetendo o telespectador para o calor abrasador da Austrália.


Assim como a história que lhe deu origem, a série é intensamente dramática e se não fossem as interpretações fantásticas do elenco cairia  certamente num tom novelesco insuportável pois, perante um livro com tão grandes emoções pode incorrer-se nesse erro. Meggie Cleary é uma criação virtuosa de Rachel Ward. Sente-se a paixão, o desespero e a teimosia da personagem como se ela tivesse saltado do livro para o ecrã. Ralph de Bricassart, o outro protagonista, é sem dúvida,  ainda mais marcante ( se possível!) devido a Richard Chamberlain. É impressionante como o actor traz para o ecrã, o conflito interior de Bricassart. É um homem que ama Deus, que tem vocação e muita ambição mas, ama igualmente uma mulher. Poderia se tornar confuso e deprimente porém, não o é.

No elenco secundário brilham Jean Simmons como Fee, a mãe de Meggie, dando-lhe uma estoicidade louvável, a incontornável Barbara Stanwyck como a amargurada Mary Carson que rouba qualquer cena em que esteja e Christopher Plummer como o Arcebispo Vittorio que como sempre tem uma presença imponente.  Os sotaques é que são raramente ou nulamente trabalhados e por isso, a ascendência neo-zeolandesa  e irlandesa de alguns personagens não é logo identificável.


Há um sentimento de inevitabilidade que cresce a cada episódio. Sabemos que não há espaços para grandes felicidades todavia, não conseguimos parar de ver. É saga familiar que lida com o amor, a traição, o escândalo, a morte, o luto e o perdão redentor. A banda sonora é assombrosamente paralela a toda história com um tema principal lindíssimo de Henry Mancini.
Eis uma preciosidade televisiva há muito esquecida que todos os apreciadores deste género deviam ver!

TRAILER:

domingo, 10 de março de 2013

As Esquinas do Tempo de Rosa Lobato de Faria


“"Quando Margarida chegou à Casa da Azenha teve aquela sensação, não desconhecida mas sempre inquietante, de já ter estado ali."
Margarida é uma jovem professora de Matemática. Um dia vai a Vila Real proferir uma palestra e fica hospedada num turismo de habitação, casa antiga muitíssimo bem conservada e onde, no seu quarto, está dependurado o retrato a óleo de um homem que se parece muito com Miguel, a sua recente paixão.
Por um inexplicável mistério, na manhã seguinte Margarida acorda cem anos atrás, no seio da sua antiga família.
Sem perder consciência de quem é, ela odeia esta partida do tempo. Mas aos poucos vai-se adaptando. Conhece o homem do quadro e apaixona-se por ele. 

Romance simultaneamente poético e fantástico, As Esquinas do Tempo é mais uma prova do indesmentível talento literário de Rosa Lobato de Faria.

A MINHA OPINIÃO:


As Esquinas do Tempo é um livro pequeno que, suavemente, nos seduz com a sua escrita poética e viagens temporais que se expandem pelos séculos. Ler Rosa Lobato de Faria é ser invadida pela sensação de leveza e pela borbulhante paixão das personagens e, este livro não é a excepção à regra. A temática da viagem no tempo não é nova no mundo literário nem nos próprios escritos da autora porém, ela é capaz de nos arrebatar com a sua fluidez de sentimentos e palavras. Apesar de o início ser potencialmente confuso, por haver tantas Margaridas, Marianas e Madalenas, é miraculoso o modo como a história nos cativa e como a ansiedade de ler mais surge indomável após fechar o livro. O mundano e o simples torna-se atraente e é salpicado pela doçura característica da escritora! Lobato de Faria não se fixa sobre o como ocorrem as viagens no tempo de Margarida mas, o que ela ganha com o tempo que passou e o que passa. Abençoada com o toque prodigioso da imaginação, As Esquinas do Tempo é daquelas obras que não resistem muito tempo a uma leitora voraz como eu. No entanto, não é supérfluo e mordazmente compara o papel da mulher de época para época, salientando que a emancipação alcançada foi uma dádiva e uma vitória! Timidamente e silenciosamente, critica e foca o matrimónio como uma moeda de troca e que nem sempre significa felicidade.É um volume ternurento e a exemplo de outros livros da autora, uma leitura refrescante com um final ambíguo que motiva a reflexão. Todavia, não tem o mesmo brilho que A Trança de Inês que me agarrou logo no primeiro parágrafo. O primeiro capítulo é periclitante pois, a introdução às personagens não é tão contagiante e poética, o que pode demover os iniciantes em Rosa Lobato de Faria. É mais discursivo e directo o que me causou alguma perplexidade que esperava o típico tom surreal dela. A verdade é que após as primeiras páginas, o livro ressurge como um filho pródigo com todas as qualidades que o transformam numa bela leitura!

4**/5 BOM**

sexta-feira, 8 de março de 2013

Devaneios Cinematográficos... Lincoln (2012) de Steven Spielberg


A MINHA OPINIÃO:


Lincoln é um filme biográfico que abarca os últimos quatro meses da vida do afamado Presidente dos Estados da América e foca-se sobretudo, na sua luta pela 13ª Emenda da Constituição Americana que revolucionaria um país dilacerado pela Guerra Civil, abolindo a escravatura. É claramente nacionalista e lisonjeador da figura histórica que retrata. Porém, isso não belisca em nada o seu mérito de ser um grande filme! Daniel Day-Lewis é a alma, a coluna vertebral, a cabeça e o coração da metragem preenchendo o ecrã com a sua interpretação portentosa, soberba e verdadeiramente inacreditável de Abraham Lincoln!  Quando está em cena,  é inevitável que o nosso olhar se fixe nos maneirismos, na voz e nas palavras contagiantes, no humor e na quase surreal beleza que é o trabalho genial de composição de Day-Lewis. Ele desaparece completamente na personagem! Sem a sua aparição majestosa, o filme não teria, definitivamente  tanta qualidade. O argumento também é muito inteligente e requer a máximo atenção do espectador para que não se perca nas contendas políticas. Ao contrário do que seria de esperar, é bastante lesto e inclui saraivadas hilariantes brincando com as situações do quotidiano e com a figura do político. Tommy Lee Jones como Thaddeus Stevens, partidário mais radical das hostes de Lincoln, é dos que mais se evidencia nesse campo quer seja a insultar calmamente o inimigo na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos ou a meter "medo" aos jovens e ingénuos políticos. A história não é puramente estadista sendo que, há um lado humano que é bastante enternecedor.  A relação de Lincoln com a mulher e os filhos é colocada a nu. Será que é possível conjugar o presidente com o pai e o marido? Este conflito é patente em alguns momentos emocionantes particularmente, nos diálogos apaixonantes entre o protagonista e Mary Todd Lincoln ( Sally Field). A actriz consegue balançar a complexidade e a fragilidade da personagem com mestria e ela impõe-se ao magnífico Day-Lewis em cenas de grande poder emocional e sentimental.


O filme conta ainda com uma banda-sonora delicada e empolgante de John Williams que atinge o seu auge durante o clímax da história durante votação da emenda e durante os suspiros finais da metragem. Lincoln não é o melhor de Spielberg ( para mim, é A Lista de Schindler) todavia, vale a pena visualizá-lo nem que seja para testemunhar a memorável transformação de Daniel Day-Lewis!

TRAILER:


quarta-feira, 6 de março de 2013

O Historiador de Elizabeth Kostova


Nas tuas mãos, leitor, entrego a minha história…

Uma noite, ao explorar a biblioteca do pai, uma jovem mulher encontra um livro antigo e um maço de cartas amareladas. As cartas começam todas por «Meu caro e desventurado sucessor…» e fazem-na mergulhar num mundo com que ela nunca tinha sonhado - um labirinto onde os segredos do passado do pai e do misterioso destino da mãe se ligam a um mal inconcebível escondido nas profundezas da história.As cartas abrem caminho para um dos poderes mais perversos que a humanidade já conheceu - e para uma busca que dura há séculos para encontrar a origem dessa perversidade e extingui-la. É uma busca da verdade sobre Vlad o Empalador, o governante medieval cujo bárbaro reinado esteve na base da lenda do Drácula. Gerações de historiadores arriscaram a reputação, a saúde mental e mesmo a vida para saber a verdade sobre Vlad o Empalador e Drácula. Agora, a jovem decide empreender por sua vez essa busca para seguir o pai numa perseguição que quase o destruiu quando ainda era um novo e entusiasta académico e a mãe ainda estava viva.
O livro de Elizabeth Kostova é uma aventura de proporções monumentais, uma história implacável que mistura factos e fantasia, passado e presente, amor e aventura, absolutamente inesquecível. Publicado em 40 países, O Historiador é um dos mais importantes fenómenos literários dos últimos tempos.

A MINHA OPINIÃO:

O Historiador de Elizabeth Kostova é uma leitura brutalmente trepidante!Apesar ser enorme, com cerca de 600 páginas e de abrandar o ritmo por inúmeras vezes devido a novas descobertas e consequentes explicações, é apaixonante porque conjuga uma história muito bem construída com uma escrita bela e compulsiva. A beleza provém das suas descrições vívidas de locais remotos ou próximos que são fenomenais e que me tornaram numa personagem itinerante que seguia avidamente cada viagem, cada momento e cada frustração dos verdadeiros protagonistas. São pinturas detalhadas recheadas de cores que nos dão aquela sensação de estarmos mesmo lá! Percorremos milhares e milhares de léguas desde dos Pirenéus até à longínqua Roménia e sempre no mesmo livro. Ele é cosmopolita transcendendo barreiras linguísticas, religiosas, temporais e até a cortina de ferro pós-Segunda Guerra Mundial. É narrado a duas vozes, a da filha e a do pai porém, elas não são únicas. Um conjunto de vozes secundárias mas, essenciais dão outra dimensão e grandiosidade à obra. É uma calma, relativa e silenciosa grandiosidade porque só nos apercebemos do quão fundamentais elas são, ao longo do livro. Não são narrativas épicas cheias de batalhas. São muito pessoais através de cartas que mascaram lutas de cariz próprio entre a razão e a crença.São as palavras que guiam a aventura pois, é nas pequenas, grandes, novas e vetustas bibliotecas que os acontecimentos se precipitam levando ao evento seguinte. Na verdade, são os livros que movem a busca pelo fugidio Vlad Tepes. Será realidade ou ficção? Kostova funde os dois mundos de tal modo que é impossível distinguir a veracidade histórica do seu imaginário de escritora, criando uma história verossímil que até seduz os estudiosos presentes n' O Historiador. Se eles, apregoadores da lógica e do pensamento racional se submeteram ao sobrenatural, nós, leitores, não teremos outro remédio se não acreditar nas evidências que surgem ao longo das páginas. Claro que é ficção contudo, quando abrimos o livro perdemos a noção da realidade! A ameaça de Drácula é constante mesmo quando ele não está presente. A sua aura de assassino implacável é alimentada pela escritora fazendo-nos temer pelo destino dos personagens.No entanto, Drácula, vampiro célebre é um objectivo a atingir relegando-se para segundo plano a origem do vampirismo reservando-se as descobertas e as palestras para o paradeiro do infame Empalador. Por um lado, foi refrescante conhecê-lo neste formato mas, por outro, soube-me a pouco. 
O Historiador é um livro de conspirações, de indómitas paisagens e com muita história que imediatamente cativa a amante ( como eu!) de aventura e do passado!

6/7-EXCELENTE

PS: Obrigada Ana pela recomendação!:)

domingo, 3 de março de 2013

Devaneios do Convidado... Huis Clos ( Entre quatro paredes) de Jean Paul Sartre


Hoje é dia de uma opinião que não a minha... Desta vez, o devaneio é francês.



Garcin, révolutionnaire lâche et mari cruel : douze balles dans la peau ; Inès, femme démoniaque qui rendra folle de douleur sa jeune amante : asphyxie par le gaz ; Estelle, coquette sans coeur qui noie son enfant adultérin : pneumonie fulgurante. Morts, tous les trois. Mais le plus dur reste à faire. Ils ne se connaissent pas, et pourtant, ils se retrouvent dans un hideux salon dont on ne part jamais. Ils ont l'éternité pour faire connaissance : quelques heures leur suffiront pour comprendre qu'ils sont leurs bourreaux respectifs. "L'enfer, c'est les autres".
Tous les thèmes sartriens sont là, orchestrés avec brio : la valeur de l'engagement, le poids des actes, les limites de la responsabilité. AvecHuis clos, le grand prêtre de l'existentialisme signait l'une des ses pièces les plus fortes : la scène se prêtait bien à ces réquisitoires concis et percutants, que l'on retrouvera dans Les Mouches et surtout Les Mains sales.
Une oeuvre phare du répertoire français. --Karla Manuele
A OPINIÃO DO CONVIDADO:
O criado abre a porta. Entram Garcin, Inês e Estelle. A divisão ao estilo do Segundo Império contém apenas duas poltronas, um bronze, um corta-papel, uma lâmpada permanentemente acesa e uma campainha avariada para chamar o criado. Nem um único espelho, apenas os olhos das personagens, olhos obrigados a não encerrar. Encontram-se presos, não tendo escolhido os companheiros de cela. 
Sente-se um calor intenso. Garcin, Inês e Estelle vociferam os seus pecados, discutem entre si, gritam entre surdos. Vomitam os seus terrores, expelem a sua imperiosa necessidade por demonstrar aos outros a sua valentia, a sua beleza e a sua paixão… como se fossem jóias brilhantes. Na realidade, estas figuras revelam apenas a opacidade fecal da cobardia, da vaidade assassina e da luxúria estéril. 
Garcin, o jornalista vindo de Rien, o pacifista, o cobarde, que necessita de mostrar a coragem, a masculinidade que nunca terá tido. 
Inês, a empregada dos correios, alimenta-se da luxúria e das paixões doentias que espera que as outras pessoas lhe manifestem. Ao mesmo tempo, Inês é a mais louca e a mais consciente. 
Estelle, a rica senhora que habita um châteaux, era uma pobre rapariga que faz um matrimónio de conveniência com um senhor velho e abastado. Estelle necessita de atenção permanente, precisa de público. Quer por todas as formas convencer Garcin a olhá-la, a tocá-la, a sentir-se viva e desejada. 
Ouvem à distância o mal que os seus companheiros terrenos dizem e pensam sobre eles. E como eles os esquecem, e como tudo isso os corrói e os corrompe. Impedidos de se reconhecerem a um espelho, só os olhos dos outros os vislumbram e os informam de quem são. Esperam que as restantes personagens os vejam pelo seu lado mais luminoso, porém são sempre notados pela sua sombria negritude. 
São almas surdas e solitárias que procuram a satisfação do ego, com palavras, com ações, com sangue… Garcin, Ines e Estelle procuram o seu reflexo nos espelhos, porém, há muito tempo que mergulharam neles como Narciso mergulhou no lago. Mais que retirar os espelhos da sala, o autor retira a compreensão dos outros, gerando um isolamento glacial, uma profunda solidão acompanhada. Este livro é uma profunda reflexão filosófica. Será a incompreensão a forma mais cruel de inferno? Será que “o inferno… o inferno são os outros”?

Nataniel Rosa (28 anos)- Médico Veterinário
PS: Obrigada Nat por cederes a este capricho da tua irmã mais nova:)!