quinta-feira, 29 de agosto de 2013

(TAG) Alfabeto Literário


Hellooo amoras!!! 
Como devem ter reparado os Devaneios têm andado um pouco abandonados... Tenho estado adoentada e embora, tenha lido bastante tenho pouca inspiração para escrever (resultado=5 críticas em atraso!). Porém, hoje tinha responder a este TAG da querídíssima Catarina do Páginas Encadernadas.  

O objectivo é encontrar na estante cinco livros que comecem pelas 5 letras escolhidas pela pessoa que te indicou. (Os artigos não contam; por exemplo, Os Jogos da Fome contam como J.). Desta forma, as letras escolhidas pela Catarina para mim foram:

J I O R S

As minhas escolhas são:


Jogo de Mãos de Nora Roberts

Jogo de Mãos foi o primeiro livro que li de Roberts e fiquei tão viciada nele que o devorei em pouco tempo. Luke e Roxanne apaixonaram-me com a sua relação intempestiva e pela sua capacidade de superar obstáculos. O ilusionismo foi um bónus delicioso.

Inkheart-Coração de Tinta de Cornelia Funke


Eis um livrinho que me surpreendeu  muito. Parecia uma história juvenil sem muitos atractivos porém, revelou-se uma aventura brilhante. E é perfeita para amantes de livros! Imaginam as personagens a saltar para fora das páginas?


(O) Observatório de Emily Grayson

Este faz parte de um volume com quatro livro das Selecções. Li-o há quase 10 anos todavia, ainda me recordo muito bem das duas gémeas protagonistas.  Era uma relação quase inexistente até o destino as juntar mais uma vez. É uma história doce sobre família, luto e amor.


(A) Rainha Crucificada de Gilbert Sinoué

Inês de Castro e Pedro de Portugal é um amor trágico sobejamente conhecido mas, Sinoué deu-lhe um toque de originalidade e o seu tom quase poético é belíssimo!

(A) Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón


Não há muitas palavras que consigam descrever este livro... Fenomenal, brilhante, absolutamente magnetizante, incrível... já chega! Acho que já perceberam a ideia! Leiam-no!

Vou passar esta TAG a:

Bookeater/Booklover- com as letras F O P I T

Chaise Longue- com as letras G C A R M

As Leituras do Fiacha- com as letras P E A J B

O Labirinto dos Livros- com as letras D L N U Q

A Magia dos Livros- com as letras V S H I E

terça-feira, 27 de agosto de 2013

A Rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo (Millennium II) de Stieg Larsson


Neste segundo volume da trilogia Millennium, Lisbeth Salander é assumidamente a personagem central da história ao tornar-se a principal suspeita de dois homicídios. A saga desenvolve-se em dois planos que se complementam e só a solução do primeiro mistério trará luz ao segundo: Há que encontrar os responsáveis pelo tráfico de mulheres para exploração sexual para se descobrir por que razão Lisbeth Salander é perseguida não só pela polícia, mas por um gigante loiro de quem pouco se sabe.

A MINHA OPINIÃO:

Alucinante!!! É a palavra que melhor descreve o segundo volume da trilogia Millennium. No entanto, o primeiro terço do livro é uma verdadeira luta de adaptação. As descrições longas e os nomes completamente distintos dos que, habitualmente, encontro aliados ao facto de ter lido o primeiro há alguns meses dificultaram-me a leitura. Após este período conturbado, o vício surgiu e as páginas voaram. Ao contrário do anterior, este livro debruça-se mais sobre o passado misterioso de um dos protagonistas, Lisbeth. E que passado! Uma verdadeira teia de segredos que enreda o leitor e que não oferece nenhuma escapatória. Os acontecimentos sucedem-se vertiginosamente e, como sempre a história é impactante não poupando o leitor a verdades cruéis ou a momentos aterrorizadores. Sente-se o medo em cada página recheada de revelações marcantes que, mesmo inesperadas não são estapafúrdias. Indubitavelmente, Lisbeth é quem granjeia todos os meus elogios. É uma personagem soberba criada Larsson! Nunca li nada que se lhe assemelhasse... É daquelas que são constituídas por imensas camadas, cada uma mais intrincada que a outra. Quando julgamos que a conhecemos, ela reinventa-se e surpreende-nos mais uma vez. Não é fácil de compreender algumas das suas acções e isso também nos leva a continuar a ler fervorosamente na esperança de encontrar uma causa ou um significado. Mikael Blomqvist também me agarrou muito mais aqui do que no primeiro livro. A sua determinação, curiosidade insaciável de jornalista e claro, a sua relação estranha com Lisbeth são provavelmente, das coisas que mais aprecio nele. Mikael é  o perfeito "parceiro" mesmo com as suas imensas falhas nomeadamente, o de não reconhecer sentimentos mesmo em frente as seus olhos. O livro ainda contém inúmeras personagens secundárias expostas detalhadamente pelo autor.  Há muitas de carácter duvidoso e uma é particularmente, horripilante. Stieg Larsson não é apologista de subtileza ou de eufemismo logo, quando apresenta esta personagem fá-lo sem medos e inibições. Cria assim um antagonista credível, repugnante e que inspira pavor tanto no leitor como nos outros interveniente da história. 
A Rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo é uma leitura excelente porém, não é para todos os palatos devido ao seu conteúdo chocante.

6/7- EXCELENTE

TRAILER DO FILME:



terça-feira, 13 de agosto de 2013

Dias de Ouro de Jude Deveraux


Escócia, 1766. Angus McTern tem tudo o que pode desejar na vida. Embora o avô tivesse perdido as terras e o castelo da família num jogo de cartas quando Angus era pequeno, ele continua a encarar seriamente os seus deveres na qualidade de laird. Por conseguinte, quando a herdeira legítima do castelo — a bonita Edilean Talbot — aparece, a calma existência de Angus fica abalada para sempre… 
No início, Angus trata Edilean com frieza. Ressente-se da educação privilegiada da jovem e sente-se enraivecido pela forma como todo o seu clã parece adorá-la. Contudo, quando a herança de Edilean é roubada e ela precisa desesperadamente da sua ajuda, Angus põe o orgulho de lado. Porém, nem tudo é o que parece, e devido a uma terrível confusão Angus é acusado de se apoderar da herança da jovem. A partir desse momento, a única forma de escapar à perseguição consiste em subir a bordo de um navio na companhia de Edilean. Durante a travessia, o amor começa a nascer entre eles. Contudo, a felicidade é de curta duração pois não é a liberdade aquilo que os espera na América, mas o ganancioso noivo de Edilean, que faz tudo para obrigar Edilean a regressar à Escócia com ele. Porém, o destino volta a reunir Angus e Edilean...

A MINHA OPINIÃO:

Dias de Ouro é o segundo livro que leio de Jude Deveraux mas, este distingue-se do anterior pela sua acção se desenrolar no século XVIII muito antes dos acontecimentos retratados em Jardim de Alfazema. O início do livro é deveras cativante porque coloca em primeiro plano os contrastes existentes entre Angus e Edilean. O escocês teimoso e a herdeira inglesa mimada! É como um "romance de época" mas, não cai em sentimentalismos desnecessários e não é tão erótico. Contudo, abunda sensualidade e também opta por trilhar um caminho diferente. Não é amor à primeira-vista exceptuando, para um deles (Angus) que é demasiado teimoso para ceder. Edilean é ingénua no sentido em que quer tanto uma coisa que não mede as consequências ou vê os perigos que corre porém, não é uma tola que perde toda a sua identidade quando conhece o amor da sua vida. Pelo contrário, ela é das personagens que mais cresce ao longo do livro. Ao juntar uma relação cheia de química à aventura e à descoberta de um mundo novo, Deveraux consegue fazer com o ritmo de páginas iniciais se torne quase ininterrupto. A história também não carece de humor, o que é, particularmente, refrescante! Coincidência ou não, um dos momentos mais hilariante surge quando o livro mais precisa dele. Revitaliza os capítulos finais cuja vivacidade tinha esmorecido. Isto deve-se ao facto de a autora introduzir e reintroduzir novos personagens que, sinceramente tornaram as páginas demasiado populosas. Se algumas fizeram sentido e acrescentaram profundidade à obra, outras não me comoveram minimamente. No entanto, estes percalços não mascaram a delícia desta leitura. É perfeito para uma tarde de Verão em que só queremos diversão sem ser estúpida ou ridícula! Apesar de o ritmo não se manter constante ao longo  de  Dias de Ouro, a escritora mostra que também sabe mergulhar no passado e trazer à tona, um conto há muito tempo perdido sobre uma cidadezinha chamada Edilean...

4/5- BOM

sábado, 10 de agosto de 2013

Sputnik, meu Amor de Haruki Murakami


Um jovem professor primário, identificado apenas pela inicial “K”, apaixona-se por Sumire, uma jovem aspirante a escritora. Quando esta entabula uma relação com Miu, uma enigmática mulher de meia idade que a emprega como secretária, K é relegado para o ingrato papel de confidente. Sumire, porém, estando de férias numa ilha grega em companhia de Miu, desaparece misteriosamente, e K é chamado para ajudar nas buscas. Um estranho triângulo que oferece uma profunda reflexão sobre solidão, sobre os sonhos, sobre as aspirações do indivíduo e a necessidade de os adaptar à realidade.

A MINHA OPINIÃO:

Há algo de muito especial nas obras deste autor! Sputnik, meu amor é um exemplo perfeito da mestria do escritor. É um livro estranho e que quase flutua de tão etéreo que é, no entanto, não deixa de nos tocar profundamente. A base surrealista de Murakami que sustenta toda a sua obra é, mais uma vez, poética e transformista. Uma história aparentemente vulgar e banal é metamorfoseada em personagens diferentes do comum mas, ainda assim são atingíveis ao simples leitor. O escritor apela ao lado emotivo do espectador destas vidas através de um sentimento ou de um pressentimento que facilmente os une. Neste caso, é a solidão. Sumire, Miu e K, o narrador, vivem numa espécie de triângulo de relações. Apesar de estarem sempre em contacto uns com os outros, não conseguem ultrapassar a barreira que os impede de ser mais íntimos e de matar a solidão que os consome. É um livro que se tornaria aborrecido e até estúpido se não tivesse um toque de fascínio que nos prendesse as suas páginas. Esse apego provém da prosa fluida e melodiosa de Murakami que parece espelhar a nostalgia das personagens. Há descrições simplesmente maravilhosas das ilhas gregas, fisicamente visíveis, porém, as mais marcantes são sobre a alma e o coração, invisíveis ao mais distraído e ao menos curioso.  Claro que a história está pejada de acontecimentos inusitados ou não fosse este um livro de Haruki Murakami. Estas "pontas soltas" são o que mais atrai nas suas obras porque me deixam na expectativa, obrigam-me a pensar num futuro incerto ou no porquê de ali estarem. É daquelas situações que podem frustrar alguns leitores mas, também permitem reflectir no além das palavras, naquilo que está escondido por metáforas, símbolos ou sinais. O início da história marca pela confusão que suscita em admiradores do escritor pelo défice de estranheza. A reviravolta surreal surge pouco tempo depois e o que se assemelhava a uma leitura linear é completamente reinventado num original e viciante conto de três pessoas anormais na sua normalidade. Sputnik, meu Amor não se equipara  à grandeza de Kafka à Beira Mar ( que ainda hoje povoa os meus pensamentos!) contudo, é belíssimo na sua tragédia ou na sua felicidade dependendo de como o interpretemos.

6/7-EXCELENTE

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A Senhora dos Rios de Philippa Gregory


Jacquetta é casada com o Duque de Bedford, regente inglês da França, que lhe dá a conhecer um mundo misterioso de conhecimento e de alquimia. O único amigo de Jacquetta é o escudeiro do duque, Ricardo Woodville, que está a seu lado quando a morte do duque faz dela uma viúva jovem e rica.
Os dois tornam-se amantes e casam em segredo, regressando à Inglaterra para servir na corte do jovem monarca Henrique VI, onde Jacquetta vem a ser uma amiga próxima e leal da sua nova rainha. 

Depressa os Woodville conquistam uma posição no núcleo da corte de Lencastre, apesar de Jacquetta pressentir a crescente ameaça vinda do povo da Inglaterra e o perigo de rivais pretendentes ao trono. Mas nem a coragem e a lealdade dos Woodville bastam para manter no trono a Casa de Lencastre. Jacquetta luta pelo seu rei, pela sua rainha e pela sua filha Isabel, para quem prevê um futuro extraordinário e surpreendente: uma mudança de destino, o trono da Inglaterra e a rosa branca de Iorque.



A MINHA OPINIÃO:

A Senhora dos Rios é a minha estreia com Philippa Gregory e é o terceiro volume publicado sobre Guerra dos Primos embora, seja o primeiro cronologicamente. A minha curiosidade acerca da autora despontou com as sinopses da série Tudor mas, foi com a colecção mais recente dela que me iniciei. Esta opção foi simples pois, os meus conhecimentos sobre as casas de Lencastre e Iorque são relativamente inferiores aos da casa Tudor e não há nada melhor do que aprender quando se lê.  E este é um livro riquíssimo em eventos históricos! Evidentemente, são embelezados com a ajuda da ficção e das criações da escritora porém, estes não deturpam a fluidez da história. Pelo contrário, intrigam-me. A escritora traça a genealogia da protagonista, Jacquetta até uma deusa marinha, Melusina, presente no brasão da sua casa e através deste passado misterioso infunde magia neste romance histórico.  Dá um toque distinto e atraente às páginas que não se limitam a ser biografias, enumeração de datas e acontecimentos. Gregory é ainda bem sucedida em caracterizar as personagens secundárias.Embora a história seja maioritariamente narrada por Jacquetta, os restantes intervenientes estão muito presentes não sendo obliterados ou esquecidos. São construídos com a máxima precisão. É ainda uma leitura que evoca que há de bom na Humanidade como o amor e o carinho numa família como o que há de mau: o egoísmo, a ambição desmedida e a guerra. É muito bom a demonstrar o quanto uma pessoa pode mudar seja devido a grandes desgostos ou a grandes frustrações nunca libertadas. É claro que o poder seduz e isso fica aqui muito bem esclarecido porém, há lógica no crescimento das personagens. Não é um livro que contenha  ódio pelo puro "prazer" de haver ódio. Este é bem justificado e as razões que levaram a ele são expostas a nu. Apesar de ter estes méritos, A Senhora do Rios tem um início algo confuso com casas reais e nobres a surgirem a cada parágrafo. Era necessário para abrir a história não obstante, fez-me ler com bastante cuidado. Mas, foi também neste início que encontrei Joana d'Arc e a escritora abordou-a brilhantemente e logo, nas primeiras linhas fiquei viciada. As árvores genealógicas que se encontram na primeira página são extremamente úteis para navegar por estes mares desconhecidos. Também ajudam a salientar aquilo que mais me aborreceu nesta edição. A tradução total dos nomes ingleses para português. Foram coerentes e mantiveram-na até ao fim todavia, é ridículo Richard tornar-se Ricardo ou Elizabeth  em Isabel. Se foi Edward que os paizinhos lhes chamaram porquê colocá-lo como Eduardo? Já alguma vez alguém traduziu Anacleto para inglês? Enfim, não é nada que não se ultrapasse mas, que me faz imensa confusão. Ainda assim, a obra revelou-se  como uma de consumo muito fácil, que me seduziu profundamente ao ponto de me obrigar a ler até horas impróprias e que me fascinou de tal maneira que, procurei saber o que era real ou não, pesquisando em outras fontes. A Senhora do Rios é sem dúvida, uma bela amostra do que Phillipa Gregory consegue fazer. Mal posso esperar pelos seguintes!...


6/7- EXCELENTE


PS: Este livro foi um dos escolhidos para a rubrica Devaneios à Solta.