terça-feira, 30 de setembro de 2014

Landline de Rainbow Rowell

Georgie McCool knows her marriage is in trouble. That it’s been in trouble for a long time. She still loves her husband, Neal, and Neal still loves her, deeply — but that almost seems beside the point now.
Maybe that was always beside the point.
Two days before they’re supposed to visit Neal’s family in Omaha for Christmas, Georgie tells Neal that she can’t go. She’s a TV writer, and something’s come up on her show; she has to stay in Los Angeles. She knows that Neal will be upset with her — Neal is always a little upset with Georgie — but she doesn’t expect to him to pack up the kids and go home without her.
When her husband and the kids leave for the airport, Georgie wonders if she’s finally done it. If she’s ruined everything.
That night, Georgie discovers a way to communicate with Neal in the past. It’s not time travel, not exactly, but she feels like she’s been given an opportunity to fix her marriage before it starts . . .
Is that what she’s supposed to do?
Or would Georgie and Neal be better off if their marriage never happened?

 A MINHA OPINIÃO:

Landline é uma história que aborda um tema célebre entre obras literárias, televisivas e cinematográficas: a reconstrução de um casamento. Porém, não é banal ou monótono. Pelo contrário, devido à escrita de Rainbow Rowell é tão encantador como dilacerante! A autora opta por contar a actualidade contudo, faz analepses oportunas e deliciosas. Georgie McCool é uma protagonista muito competente ao atrair o leitor para o livro. Entendemos a sua ebulição de sentimentos e, desesperamos ou regozijamos com ela. Às vezes, achamos que Georgie não merece alguém como Neal no entanto, acabamos sempre por simpatizar com a personagem principal e a sua luta interior. O livro também vive dos seus momentos caricatos e hilariantes que, dão leveza ao drama que se desenrola em primeiro plano. É, indubitavelmente, uma história enternecedora que enche o coração, particularmente, nas suas páginas finais. Talvez pela acção se desenrolar no Natal, o livro lembrou-me desse período e aí desejei tê-lo lido nessa época específica para absorver ainda mais o espírito de redenção, reconciliação e família. Não obstante, Landline beneficiaria de mais equilíbrio na narração. Apesar de caloroso, o final é abrupto e curto para as expectativas que criou. 
Landline tem uma escrita maravilhosa e não fosse a brusquidão do seu término, seria perfeito!

5/7- MUITO BOM

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A Rapariga de Papel de Guillaume Musso


Há apenas alguns meses, Tom Boyd era um escritor famoso em Los Angeles, apaixonado por uma célebre pianista. Mas na sequência de uma separação demasiado pública, fechou-se em casa, sofrendo de bloqueio artístico e tendo como única companhia o álcool e as drogas. Certa noite, uma desconhecida aparece em sua casa, uma mulher linda e completamente nua. Diz ser Billie, uma personagem dos romances dele, que veio parar ao mundo real devido a um erro de impressão do seu livro mais recente. A história é uma loucura, mas Tom acaba por acreditar que aquela deve ser de facto a verdadeira Billie. E ela quer fazer um acordo com ele: se ele escrever o seu próximo romance, ela poderá regressar ao mundo da ficção. Em troca, ela ajuda-o a reconquistar a sua amada Aurore. O que tem ele a perder?

A MINHA OPINIÃO:

A Rapariga de Papel é, em certa medida, fiel ao estilo de escrita de Musso. É recheado de acontecimentos surreais tais como a ideia de uma personagem cair de um livro e confrontar o seu escritor. O início deste livro é contagiante e voraz. Tom Boyd não é das pessoas mais agradáveis no início e o seu caminho para a auto-destruição é condenável porém, há algo nele que nos indicia que ele é passível de compaixão e compreensão. Estes sentimentos são, depois fundamentados pela história tocante de Tom e dos seus dois amigos de infância, uma mulher e um homem, num bairro problemático. Os dois ainda se mantêm por perto sendo que, ele  é o seu agente e ela é polícia. Tom Boyd é, na verdade, uma excelente pessoa. Ele foi a âncora e a tábua de salvação para os seus amigos. Todavia, não é imune ao desgosto de amor e depois, ao bloqueio de escritor. Boyd é um protagonista empolgante porque, é incrivelmente realista nos seus desencontros e reencontros da vida. Normalmente, a magia de Musso é aliar um personagem credível com outro que tem os pés assentes no surreal. Billie, criada por Tom Boyd que cai de um livro mal impresso é o toque característico do escritor. O confronto de Billie com Tom é vibrante! O próprio leitor se deixa apanhar na magia que é um personagem ajudar o seu criador. O livro torna-se uma paixão e como tal é irresistível. Tudo seria perfeito se não fosse o fim tão incongruente para as obras de Musso. O escritor opta pelo final mais "normal" e vulgar e ele, próprio, desfaz o sonho. É decepcionante alcançar as últimas linhas e não encontrar uma réstia do esplendor dos capítulos anteriores.  Este é certamente, um livro que merecia muito mais!...

3.5/7- RAZOÀVEL

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

The Invention of Hugo Cabret de Brian Selznick

Caldecott Honor artist Brian Selznick's lavishly illustrated debut novel is a cinematic tour de force not to be missed!

ORPHAN, CLOCK KEEPER, AND THIEF, Hugo lives in the walls of a busy Paris train station, where his survival depends on secrets and anonymity. But when his world suddenly interlocks with an eccentric, bookish girl and a bitter old man who runs a toy booth in the station, Hugo's undercover life, and his most precious secret, are put in jeopardy. A cryptic drawing, a treasured notebook, a stolen key, a mechanical man, and a hidden message from Hugo's dead father form the backbone of this intricate, tender, and spellbinding mystery.

A MINHA OPINIÃO:

The Invention of Hugo Cabret é mais que um livro! É uma experiência mágica e única... Através de ilustrações fenomenais e uma prosa simples mas, rica conhecemos a história encantadora de Hugo Cabret. Este rapaz e a sua amiguinha, Isabelle são os guias de uma aventura que almeja reconstruir um autómato que foi o último trabalho do pai de Hugo. A curiosidade deles torna-se nossa e a mensagem que, este homem mecânico esconde torna-se tão fundamental para o leitor como para os pequenos protagonistas.  Porém, a restauração física de uma peça mecânica é uma metáfora para o que Hugo está a fazer. É como se se estivesse a consertar a si próprio. Hugo amava tremendamente o pai e o seu luto é dedicado a esta máquina partida. Selznick consegue ainda outra proeza ao fazer com que a jornada de Hugo mude também a vida de outras almas "partidas". Esta é uma história que se cimenta sobre aquilo que nos é mais querido enquanto, humanos: um lar. A família, a segurança e amor que nos traz.
Esta preciosidade literária delicia e aquece o coração do mais empedernido dos leitores porque não há nada que ressoe mais num espectador do que a fragilidade física ou psicológica de um humano e da esperança na cura. Às vezes, é só preciso um pequeno gesto para mudar tudo e sarar feridas há muito abertas. 
The Invention of Hugo Cabret distingue-se por ser mais que uma leitura. É uma viagem única!

7/7- OBRA- PRIMA

EM VÍDEO:

 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Devaneio do dia... A crónica do desrespeito pelo leitor


O mundo editorial é porventura, algo muito complicado que nunca compreenderei. Porém, eu sei o que é ser leitora e sei o que é esperar ansiosamente que os livros cheguem às livrarias para os poder adquirir. Também que sei que, actualmente, ler é um luxo e, muitos, só vêem letras nos papéis de jornal sob os quais dormem. Em Portugal, sou uma privilegiada por poder dispensar alguns cêntimos para me dar ao luxo de ler... As editoras trazem-nos o tão desejado fruto proibido. Como convém a um bom vendedor fazem marketing das obras literárias, dos autores e referem, por vezes, a sua repercussão internacionalmente tornando o fruto ainda mais apetecível.  Há quem fique tão fascinado pela refeição que se seguirá que, compra-o imediatamente, desejoso para a devorar. O mais comedido aguarda que o fruto amadureça, subentenda-se que o preço desça, e compra-o mais tarde em promoção ou num alfarrabista. Eu enquadro-me nos avarentos que preferem adquiri-lo quanto já está mais maduro. 


Não obstante, até o mais fuinha dos leitores cai na esparrela de um fruto que é tão delicioso que é impossível de resistir. E eu caí... Paullina Simons era uma das autoras que ansiava e desesperava por ler e, quando, as Edições ASA a publicaram, rejubilei e adquiri O Grande Amor da minha vida. É o primeiro volume da trilogia Tatiana & Alexander. No original chama-se The Bronze Horseman. Parecia um sonho, a leitura foi magnífica e o segundo fruto não tardaria a sair. E ele saiu mas, desta vez, foi manchado pelo pecado de lhe retirarem-lhe três capítulos. Esta deformidade imposta pelos seus criadores, os ASA,  não foi mencionada pelos mesmos. Provavelmente, foi descoberta por um daqueles leitores fascinados que não quis esperar e comprou-o. 





Este Vasco da Gama, dos novos tempos não descobriu o caminho marítimo para a Índia mas, o percurso para o desrespeito pelo leitor. Sendo premeditado ou um erro de percalço, a verdade é que os seus criadores venderam gato por lebre e não especificaram que este fruto proibido tinha contra-indicações. Muitos leitores sofreram de indignação, raiva e ultraje por tamanha falácia. Alguns, crentes, no bom nome dos criadores, na sua competência e valor acreditaram que como, pecador arrependido, a ASA se limparia da imundície no terceiro volume. Afinal, à terceira é de vez! Pois, o terceiro livro não só confirmou a sujeira, como abriu um fosso entre a leitora que sou e os criadores. Alexander tem apenas 224 páginas e corresponde aos 3 capítulos desaparecidos e a um provável epílogo.



Assim, um conjunto de livros de livros que são publicitados como trilogia transformou-se numa duologia descabida e atrofiada. Para os mais ceguetas, está escrito na capa que, isto é, supostamente uma trilogia! Os criadores disseram que era uma "opção editorial". O que fazer perante uma desculpa tão esfarrapada? O fruto proibido não é mais apetecível... Está sujo e contaminado. Seria de esperar que os criadores ao produzirem um produto danificado se responsabilizassem pelas contra-indicações. Não, nenhuma palavra saiu das suas bocas. Concluindo, além de ceguetas, são mudos e moucos. Isso claro não faz o carácter de uma pessoa todavia, as suas acções apalermadas e hipócritas fazem. Ao fim deste tempo todo, quem estava cego era o leitor... Os ASA não querem saber de lealdade ou respeito... Eles espezinham na boa fé daqueles que esperavam um trabalho competente e sobretudo, leal para quem deu de comer a esses senhores ceguetas, mudos, moucos e hipócritas.