Um pai e um filho
caminham sozinhos pela América. Nada se move na paisagem devastada,
excepto a cinza no vento. O frio é tanto que é capaz de rachar as
pedras. O céu está escuro e a neve, quando cai, é cinzenta. O seu
destino é a costa, embora não saibam o que os espera, ou se algo os
espera. Nada possuem, apenas uma pistola para se defenderem dos bandidos
que assaltam a estrada, as roupas que trazem vestidas, comida que vão
encontrando – e um ao outro. A Estrada é a história verdadeiramente
comovente de uma viagem, que imagina com ousadia um futuro onde não há
esperança, mas onde um pai e um filho, “cada qual o mundo inteiro do
outro”, se vão sustentando através do amor. Impressionante na plenitude
da sua visão, esta é uma meditação inabalável sobre o pior e o melhor de
que somos capazes: a destruição última, a persistência desesperada e o
afecto que mantém duas pessoas vivas enfrentando a devastação total.
A MINHA OPINIÃO:
A Estrada é um livro diferente! Desde a sua escrita peculiar ao seu conteúdo pós-apocalítico que nos é dado de uma perspectiva mais intimista, a de um pai e um filho. Cormac McCarthy consegue nos interessar por este pai e este filho que caminham sobre uma paisagem lúgubre e encontram em cada esquina o lado mais cruel e sombrio do ser humano. A prosa desta obra é bela e imensamente credível apesar, da sensação de estranheza inicial. McCarthy é hábil com as palavras e, embora, a sua escrita seja muito distinta do habitual "normal" é um verdadeiro portento em manter a atenção do leitor. É o típico clássico: "primeiro estranha-se depois entranha-se". Um autêntico livro dramático como há poucos. É melancólico e angustiante até ao seu fim logo, não é para o palato de todos. É daqueles livros que tem de ser lido no momento oportuno para ser apreciado totalmente! Apesar de nunca nos ser revelado o nome próprio do pai ou do filho, eles apoderam-se do nosso coração e a sua luta pela sobrevivência torna-se tão palpável quanto a sede que temos de atingir o fim de cada capítulo. É uma história reflexiva pois, a Humanidade é colocada no pedestal mas também é destituída do mesmo com a mesma rapidez. Afinal, o que será que nos torna racionais? Vale a pena fazer tudo em nome da ambição? O escritor é mestre em desafiar os dogmas e a própria lógica do leitor.Todavia, sob esta genialidade há algumas falhas. Apesar de, enfatizar o terror e o drama, Cormac McCarthy não consegue impedir que nasça uma semente de esperança no espectador desta viagem de pai e filho. Faz parte do ser humano acreditar no melhor... Porém, o desfecho do livro pode não corresponder ao que esperamos e, para mim, é o pequeno ponto fraco do livro. Tem impacto e negá-lo seria mentira mas, não alcançou o patamar que desejava.
5/7- MUITO BOM
TRAILER DO FILME:
5/7- MUITO BOM
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