segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Devaneios Cinematográficos... The Hobbit- An Unexpected Journey (2012)- de Peter Jackson


A MINHA OPINIÃO:


The Hobbit- An Unexpected Journey é o primeiro filme de uma trilogia baseado no livro homónimo de J.R.R.Tolkien. Sou grande admiradora do trabalho de Peter Jackson desde o obscuro Heavenly Creatures (1994) passando pela fenomenal trilogia Lord of the Rings (2001,2002 e 2003) até ao comovente Lovely Bones (2009) porém, estava muito apreensiva relativamente a este Hobbit. A transformação de um livro simples e pequeno em três filmes era-me particularmente, incompreensível. O início não inaugurou nada de bom. Foi agridoce! A ligação aos filmes do Senhor dos Anéis estava lá e nesse momento, percebi quantas saudades tinha do Shire e daquela sensação de aventura que me invadia tal qual uma criança descobrindo um mundo novo. Quando Ian Holm (o velho Bilbo) se transforma em Martin Freeman (o novo Bilbo) há uma mudança subtil no ar. De repente, conhecemos Bilbo como um jovem e irrequieto hobbit que não sabe muito o que quer porém, toma sempre as decisões acertadas nem que seja tardiamente (muito tardiamente!). Martin Freeman está genial e apesar de Bilbo não ser das minhas personagens favoritas no livro, graças à interpretação do actor ganhou um espaçozinho no meu coração. Seja num registo mais cómico ou numa vertente mais dramática, ele está simplesmente perfeito...Assentou-lhe que nem uma luva! O amargo da visualização surge quando as cenas iniciais se prolongam em demasiada. A ceia com os Anões demora imenso tempo a se desenvolver! Arrasta-se até a chegada de Thorin de Richard Armitage que beneficia e tira o máximo proveito do tempo que lhe é dado no grande ecrã. Tem uma exibição portentosa. É claramente o destaque entre os anões muito por culpa da história original e do argumento que o privilegiam. Kili (Aidan Turner) e Fili (Dean O'Gorman) também se evidenciam pelo seu carisma e humor. No entanto, os outros anões desaparecem um pouco na obscuridade. Sim, são 13 mas com três filmes não lhes podiam dar um bocadinho de mais atenção? Se calhar, estou a exagerar e nos seguintes veremos mais alguma coisa. E eles têm mesmo que se esforçar para sobressair com Sir Ian McKellen a brilhar mais uma vez como Gandalf. Adoro a sua maneira de actuar que nos dá uma paleta indefinida de emoções! Sabemos que ele sabe mais do diz porque o transparece nas suas expressões porém, não perde o toque de humor e de loucura que lhe é tão característico.Todos os feiticeiros são formidáveis: Saruman de Christopher Lee dá-me arrepios, é sinistro e pisca o olho ao que se sucede no Senhor dos Anéis e Radagast de Sylvester McCoy é terrivelmente maluco mas de uma sapiência fantástica ( adoro os coelhos!).
Surgiram algumas cenas de O Silmarillion ( já o li há muito muito tempo) estabelecendo pontes entre histórias passadas e futuras. Quanto a isso não sou uma purista que defenda que o filme tenha de se restringir exclusivamente ao livro desde que este seja agradável. O grande problema de O Hobbit está no ritmo. A história não é tão épica como os seus antecedentes que elevaram a fasquia bem alto e ele, coitadito tem se "aguentar" durante 2 horas e tal com a mesma grandiosidade.Por mim, até podem fazer os três filmes desde que não caiam no tédio. E esta primeira parte, tem alguns momentos desses...Todavia, O Hobbit proporciona uma bela sessão de cinema sobretudo, para os fãs e à semelhança dos filmes anteriores tem cenários deslumbrantes e uma banda sonora fenomenal que nos remete para a Terra Média.


TRAILER:





PS: Crítica ao livro O Hobbit (livro) aqui.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Devaneios do Convidado... Aproveita o Dia de Saul Bellow


Ano novo, rubrica nova! Hoje é dia de inaugurar uma nova secção nos Devaneios da Jojo.  Chama-se Os Devaneios da/o Convidada/o e aqui vão apreciar outras críticas que não as minhas. Em princípio, só vou convidar não- bloggers para este espaço. Quero assim dar um pouco de diversidade ao blogue. A primeira opinião está já aqui:


O decadente sedutor Tommy Wilhelm chegou ao dia da verdade e está assustado. Aos quarenta anos, retém uma impetuosidade meio infantil, o que o levou à beira do caos: está separado da mulher e dos filhos, perdeu o emprego de vendedor, não se entende com o seu vaidoso e rico pai, a sua carreira em Hollywood foi um fracasso (um agente de Hollywood classificou-o como "o tipo que perde a rapariga") e a sua situação financeira é péssima. No decorrer de um dia decisivo, durante o qual passa em revista os seus erros passados e descontentamento espiritual, um impostor misterioso e filósofo oferece-lhe um momento glorioso de verdade e compreensão, além de uma última esperança.

Saul Bellow foi o único escritor a vencer o National Book Award por três vezes, tendo sido galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1976.

A OPINIÃO DO CONVIDADO:

“ Aproveita o Dia” interpola o retrato interior de um fracassado e malogrado, a quem já pouco resta para perder, e a análise dissecada de uma sociedade moderna, uma maquinaria complexa, onde as engrenagens se movem como uma sina. 
O protagonista, um quarentão, descobre-se desempregado, apartado da mulher e dos filhos, em contenda com o pai e em dificuldades financeiras. De uma vivência repleta de erros e estéreis anelos, as cogitações deste homem, infantil e indeciso, inerte e influenciável, comunicando o seu passado e a sua “alma”, são, nitidamente, um ponto forte da obra, facultando uma proximidade e um entendimento, de tal intensidade, que experimentamos sensação de pena e anseio de o alentar ou acalentar. Todavia, um intrujão cede-lhe uma derradeira esperança, esse que é, de alguma forma, a personagem-chave e o mote de uma profunda explanação filosófica de uma certa sociedade ocidental que, como uma roda-viva financeira, meio morta espiritualmente, oprime o “aqui e agora”. Longe de ser inolvidável ou extraordinária, com um estilo brando e célere, esta obra, de acção desenrodilhada em somente um dia e desenlace nebuloso e miraculoso, obriga à meditação, sendo passível de transladação para a actualidade, onde esse combustível e pedestal, que é o dinheiro, sinonimiza a sociedade, nos aliena e nos controla e onde, perante cenários de crise e entropia, o homem moderno é um retrato da antevisão diante do precipício, parcamente dotado pela experiência da vida de armas para o suplantar. 
Citando a Academia Sueca, legitimando o Nobel atribuído, "por sua humana compreensão e subtil análise da cultura contemporânea", abrevia-se a percepção deslindada que esta reflexão, em “Aproveita o Dia”, procura transmitir.

André Travessa (22 anos) 
- Estudante de 5 º ano de Mestrado Integrado de Medicina da Faculdade de Medicina de Lisboa

PS: Obrigada André por cederes a este capricho "desmiolado" da tua irmã equivalente!

sábado, 12 de janeiro de 2013

O Grande Amor da Minha Vida (Tatiana & Alexander I) de Paullina Simons

Tatiana vive com a família em Leninegrado. A Rússia foi flagelada pela revolução, mas a cidade mais cosmopolita do país guarda ainda memórias do glamour do passado. 
Bela e vibrante, Tatiana não deixa que o dramatismo que a rodeia a impeça de sonhar com um futuro melhor. Mas este será o pior e o melhor dia da sua vida. O dia fatídico em que Hitler invade a Rússia. O dia assombroso em que conhece aquele que será o seu grande e único amor. 
Quando Tatiana e Alexander se cruzam na rua, a atracção é imediata. Ambos sabem que as suas vidas nunca mais serão as mesmas. Ingénua e inexperiente, Tatiana aprende com o jovem soldado os prazeres da paixão e da sensualidade. Atormentado pela guerra e pela incerteza quanto ao futuro, Alexander descobre a doçura dos afectos. E, enquanto as bombas caem sobre Leninegrado, eles vivem um amor que sabem ser eterno mas impossível. É um amor que pode destruir a família de Tatiana. Um amor que pode significar a morte de todos os que os rodeiam. 
Ameaçados pela implacável máquina de guerra nazi e pelo desumano regime soviético, Tatiana e Alexander são arremessados para o vórtice da História, naquele que será o ponto de viragem do século XX e que moldará o mundo moderno.

É o primeiro volume da trilogia Tatiana & Alexander.

A MINHA OPINIÃO:

Era uma vez uma grande e complicada história de amor que nasce no seio de uma guerra. Eis um argumento que cativa multidões seja literáriamente ou televisivamente. Há um fascínio mundial que é indesmentível pelo drama, pela perseverança, pela luta de um ser humano humano face à adversidade. E no meio da tragédia, há o brilho de um amor tão grandioso quanto inexplicável. Paullina Simons cria uma história assim e, apesar de caminhar no limiar novelesco não o atinge mantendo a sua epicidade. Pelo contrário, na minha mais sincera opinião, o título português do livro destoa completamente do seu conteúdo e pode inclusive afastar leitores. É demasiado cor-de-rosa e até supérfluo. O seu interior é tudo menos isso. A penúria, o desespero e a morte de uma cidade cercada, bombardeada e moribunda não são definitivamente acontecimentos ligeiros. Sim, há uma paixão avassaladora porém, reduzir o livro a isso é sugar-lhe a sua essência. A relação de Tatiana e Alexander não teria um terço da sua atracção se não fosse pelos obstáculos  que se lhe opõem. São eles que nos obrigam a sofrer com os protagonistas.  Adorei o contraste grotesco entre o amor terno e arrebatador e o terror e a tragédia da guerra. O início do livro é, precisamente, marcado pelo duelo de contrastes, o negro da destruição e o belo de uma história de amor. Simons sabe construir personagens que ficam connosco, que nos deixam aflitos, ansiosos e mesmo desesperados. É um livro enorme ( 700 páginas) que me tirou fôlego! Cativante é um sinónimo demasiado simplório para o classificar! Sabem aquele desejo de querer voltar a casa só para ler mais bocadinho? Ou de ficar interminavelmente a ler até de madrugada? Sou culpada de ter caído em todas essas tentações. O livro está ainda recheado de óptimas personagens secundárias que agravam ainda mais o meu pecado literário. Algumas são desprezíveis e outras são ingénuas e incapazes de compreender de o mundo mudou e é preciso reagir. Porém, todas são apaixonantes e tocadas pelo negrume da guerra. Todas são forçadas a encarar o futuro. Tatiana e Alexander   são uma heroína e um herói relutantes que nascem por força das circunstâncias. A sua jornada ao longo do livro é extraordinária! O seu engrandecimento e crescimento é notório e coerente. A escritora não cai assim na estagnação, ao invés é chocante e inesperada deixando-me quase sem ar no fim de cada capítulo. E o final? Nem vou comentar... Quero ler o segundo volume já, por favor! No entanto, se há algo que Paullina Simons não se livra é da comparação! Era inevitável com tanta história semelhante pairando por aí. Apesar de ter adorado o livro não consigo fugir a esta questão.Já houveram na minha vida de leitora, histórias de amor no meio de uma guerra que marcaram mais. Claro que isto é muito subjectivo: a empatia pode ter sido maior ou o momento pode ter sido mais oportuno todavia, estes factores não apagam o facto de eu recordar com mais intensidade outros livros com temas com uma certa similitude ( guerras e contextos diferentes!) como E Tudo Vento Levou de Margaret Mitchell e Cold Mountain de Charles Frazier. Não obstante, O Grande Amor da Minha vida de Paullina Simons entra para minha galeria de favoritos de sempre! Belíssimo...

6***/7- EXCELENTE***

domingo, 6 de janeiro de 2013

Selinho Campanha Incentivo à Leitura


Recebi este selinho da Nexita, da Maria, da Rita, da Artemizza, da Ana, da Filipa e da Chaise Longe. Obrigada meninas! Se me esqueci de alguém não foi de propósito. Envie-me um mail quem ficou de fora.

1 - Indicar 10 blogs para receberem o Selo (é proibido apenas deixar para quem quiser pegar sem indicar 10 blogs);
2 - Avisar os blogs escolhidos;
3 - Colocar a imagem no blogue para apoiar a campanha;
4 - Responder à pergunta: Qual livro indicaria para alguém começar a ler?


Meus amores, as regras são para serem quebradas por isso, não vou cumprir a primeira. Estou cheia de trabalho e com pouco tempo disponível. Fiquem à vontade e levem o selinho se quiserem.

Quanto ao livro, diria Harry Potter e a Pedra Filosofal.

Prendinhas de Natal / Últimas aquisições...


Como hoje é dia de Reis, aqui fica a fotografia do meu presépio em segundo plano e dos livrinhos que recebi como prendinhas de Natal. Alguns chegaram mais cedo que o Natal propriamente dito porém, são na mesma prendinhas. Obrigada ao A., ao N., à F., ao mano e à cunhada.

Trilogia Milenium 2 e 3 de Stieg Larsson
Luz Efémera de Stephanie e Barbara Keating
O Grande Amor da minha Vida de Paullina Simons
A Dança dos Dragões de George R.R. Martin
Cidade Inquieta de Brian Freeman
Oscar & Lucinda de Peter Carey
Scarlett de Alexandra Ripley
A Menina da Falésia de Lucinda Riley

Beijinhos a todos 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Balanço e Top Leituras 2012


(cartoon daqui)

Há anos pacíficos e anos atribulados e 2012 foi, sem dúvida, uma bela e estranha viagem que não findou no dia 21 de Dezembro ( obrigada!)... finalmente, ouviram-se vozes da razão afirmando que se calhar os pobres Maias tinham chegado ao fim da pedra e não havia mais espaço onde escrever. Sem espaço de manobra está o Zé! Ó Povinho ainda não é desta! É melhor pedires conselhos aos paupérrimos pensionistas  de 10.000 € que, coitados vivem aflitos nas suas mansões. Ou então, segue o exemplo de içar ao contrário e tenta fazê-lo ao sr.político. Pode ser que caiam moedas ou se tiveres sorte, um subsídio! Realmente, há muitos artistas por aí. Contudo, esses dão má fama ao nome. O Artista, o verdadeiro, teve mais sorte que tu, Zé. Mesmo mudo, convenceu o Oscar a vir com ele. Não são moedas mas, sempre é dourado e faz companhia ao Uggie. Tu também tens um cão, Zé. E se ficares ainda mais depenado, lembra-te que ele é fiel, incorruptível e generoso. Não tem pedigree e é económico, não se importa de comer ração de marca branca. Podes tentar a emigração... Para onde, perguntas tu? Para a Alemanha? Não te aconselho, ainda desenvolves uma Merkellite e ficas a falar parvoíces como crise, recessão e a idolatrar a Troika.  A França parece-me simpática... Espera não vás. O presidente chama-se Hollande. Não, não é Holanda. Estás a ver, a confusão começa já aqui. Imagina o que aconteceria se fosses lá bater. Já sei, Reino Unido: Jogos Olímpicos, Jubileu da Rainha ( grande concerto by the way), a gravidez da princesa, eis uma nação que sabe meter golos. Tem um grande problema: chove a cântaros! Um lugar soalheiro era perfeito. A Itália? A Grécia? A Espanha? Não, não e não. Estão infectados. Têm Merkellite. Olha é melhor apanhares o táxi da sonda Curiosity para Marte. Os marcianos além de inexistentes, são mais honestos. 

TOP DE LEITURAS 2012:

O ano de 2012 foi um ano de conquistas pessoais. É impressionante o quão crescemos no ano. Mas, no fim do ano perdi um dos meus melhores amigos, o meu cão Snoopy. Muitos podem achar estranho e até estúpido eu referir isto porém, ele era família. Estava comigo há 16 anos. :(

As minhas 38 leituras (1 foi uma releitura)  foram escassas comparadas a outros anos em que já li 100 ou mais. A faculdade rouba-me imenso tempo. Estou agora no 5º ano de Medicina e estou muito orgulhosa de ainda conseguir  arranjar um espaço para as minhas leituras. Em 2012, tive uma propensão para calhamaços como verão a seguir. Sem ordem de preferências, aqui estão os meus favoritos.

 Um Conto de Natal de Charles Dickens

 A Canção de Tróia de Colleen McCullough
 Lisboa Triunfante de David Soares

 O Jogo do Anjo de Carlos Ruiz Záfon
Os Apanhadores de Conchas de Rosamunde Pilcher
 Kafka à Beira-Mar de Haruki Murakami
A História Interminável de Michael Ende
 Os Pilares da Terra de Ken Follet
 As Horas Distantes de Kate Morton
 E Tudo o Vento Levou de Margaret Mitchell

 As Crónicas de Gelo e de Fogo de George R.R. Martin
 O Leão Escarlate de Elizabeth Chadwick
 A Dama das Camélias de Alexandre Dumas, Filho
 O Hobbit de J.R.R Tolkien

Em 2012, inaugurei uma nova rubrica no blogue, Devaneios à Solta em que tiro uma fotografia do livro algures e faço corresponder um frase ou paragráfo. Em 2013, vou abrir os Devaneios do/a Convidado/a. Estejam atentos às novidades!

Feliz Ano Novo, meus amores!